domingo, 31 de maio de 2015

Solenidade da Santíssima Trindade - Tempo Comum Ano “B”

Primeira Leitura: Dt 4,32-34.39-40 - Salmo 32,4-5.6.9.18-19.20.22 (R.12b) - Segunda Leitura: Rm 8,14-17 - Evangelho: Mt 28,16-20

Protagonista da salvação dos homens

Chagando ao cume da montanha, se o dia está claro, olha-se o caminhão percorrido, para avaliar sua amplidão, contemplar em conjunto o imenso panorama que antes se admirara em partes.  É um símbolo do que a festa da Santíssima Trindade nos convida a fazer, como que a concluir a celebração do mistério da Encarnação e da Redenção. Deus é o protagonista da história da salvação dos homens, mas não um Deus abstrato, solitário: é o Deus da comunidade de amor, Pai, Filho e Espírito Santo. 

A verdadeira história dos homens começou assim

Desde sempre, Deus nos ama, nos fala, nos escolhe; esta perto de nós e conosco; prossegue seu plano de salvação, é fiel e pede aos homens fidelidade. São os temas da primeira tomada de consciência que Israel faz da história da sua salvação: “Desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra...” (1ª leitura). Israel, salvo da escravidão, ouviu a palavra de Deus, sentiu-se objeto da eleição, recebeu de Deus uma lei de Sábia convivência humana e de intimidade com ele; repensando em tudo isto, Israel percebe que desde as origens sua história esta nas mãos de Deus, que Deus nela intervém para salvar o seu povo e conduzi-lo a uma terra de bem-estar e felicidade.

Esta é também a nossa história: devemos tomar consciência disso. Deus se comprometeu conosco, deu-nos a sua palavra, põe fatos em nossas mãos, dá-nos garantia por seu amor e sua eleição; por isso, pede confiança e fidelidade, pois ele mesmo mostra confiança no homem e lhe é fiel. Se meditarmos, perceberemos o que vale tudo isso; veremos que Deus é a origem de todos os acontecimentos, orientando-os para o bem com sua força de salvação, embora, ou antes, precisamente porque os homens com muita frequência os transformam em mal. Por isso, não devem eles fazer para si outros deuses. O verdadeiro Deus não se cala; fala-nos porque nos ama e quer salvar-nos de toda escravidão; nós é que não sabemos ouvir. Abramos o Evangelho, a Bíblia, observemos a natureza, leiamos em nossa história! O povo que Deus escolheu e ama somos nós; ele nos pede que sejamos salvação para os outros. Tudo isso desperta em nós uma real esperança; mas somente na mediada da nossa fé sentiremos viva essa esperança e saberemos comunicá-la aos outros.

Deus se fez Pai e Irmão para nós

Que consolo para os antigos pagãos, obcecados pelo destino (o “acaso”) considerado inexorável, e escandalizados pelos deuses e deusas piores que os homens, vir a conhecer que há um só Deus, santo, onipotente, mas Pai. Encontramos a feliz admiração dessa descoberta na literatura dos primeiros cristãos. É a mesma mensagem que Paulo proclamou aos romanos (2ª leitura), envolvendo num único e agora maravilhoso destino da família, o Pai, o Cristo, o Espírito Santo e os homens, filhos de Deus. O homem já não é escravo de ninguém e de nada. Por isso, Deus lhe deu por guia seu próprio Espírito de amor, para que se comporte com amor para com os homens e para com Deus. Então, sentirá a alegria de chamar Deus com o nome de “Pai” e até de “Papai” (Abba).

Assim, é novamente aberta aos homens uma esperança segura. Deus tomou a iniciativa da salvação dos homens antes que eles pensassem nisto; leva-a avante, mesmo que eles continuem a não pensar nela e a opor-lhe obstáculos; ele sabe transformar em bem, em instrumento de salvação, até o sofrimento e a cruz do seu Filho, que se fez nosso “Irmão” para salvar-nos e tornar-nos seus co-herdeiros.

Fazei de todos os povos meus discípulos

Esta ordem de Jesus não foi dada só aos apóstolos, é dada para sempre à Igreja, isto é, a todos nós que somos os “que creem em Cristo”. Hoje somos chamados a considerá-la, mais e melhor do que sempre, à luz ardente da Trindade, de Deus-Amor, Pai, filho, Espírito. Tudo o que Cristo realizou, os poderes que demonstrou e que dá à Igreja, são dados a ele e à Igreja pelo Pai; também o dom máximo, o Espírito de amor.

Os homens que tomaram consciência de que sua história é desígnio de salvação e sentem profundamente ter Deus por Pai e Irmão, são levados a comunicar ao mundo essa mensagem, a fazer “discípulos” de Cristo todos os povos, para que eles também entrem neste dinamismo de salvação pelo qual Deus nos faz viver na fraternidade, na solidariedade, na colaboração.

Fonte: Missal Dominical (Paulus)

Fique com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia  
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica

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