quinta-feira, 4 de junho de 2015

Corpo e Sangue de Cristo - Tempo Comum Ano “B”

Primeira Leitura: Ex 24,3-8 - Salmo 115,12-13.15.16bc.17-18 (R. 13) - Segunda Leitura: Hb 9,11-15 - Evangelho: Mc 14,12-16.22-26

O sacrifício da nova aliança

A antiga aliança do Sinai entre Deus e Israel se realizará através de três momentos sucessivos: a manifestação de Deus ao seu povo (Ex19), a entrega do decálogo como lei constitucional, “as dez palavras de Deus” (Ex 20,1-21) e o código da Aliança (ampliação do decálogo: Ex 20,22-23,33); e fora concluída e sancionada solenemente com “sacrifícios de comunhão” (Ex 24). 

A nova e eterna aliança entre Deus e a humanidade se realizou também de três momentos semelhantes aqueles: a nova, mais profunda e universal manifestação de Deus em Cristo (Mc 1,10-11; 9,2-8), o decálogo, levado à sua pureza e integridade, ao seu “cumprimento” (Mt 5,17-48), o novo código das bem-aventuranças, da lei interior, do “mandamento novo” do amor (Mt 5,1-6; 6-7; Jo 13,34-35; 15,10-17) e também esta foi concluída e sancionada solenemente no verdadeiro “sacrifício de comunhão” no Sangue de Cristo (Mc 14,22-24; etc.).

A celebração do Corpo e Sangue do Cristo hoje nos lembra toda  a nova aliança que adquire assim um significado pleno, e, por sua vez, faz compreender melhor o alcance do sacrifício de Cristo.

O sangue, selo da antiga aliança entre Deus e os homens

Os antigos, e particularmente os hebreus, selavam um contrato de aliança com o sangue das vítimas oferecidas. Assim aconteceu no Sinai quando da aliança da antiga lei. Nesse rito (1ª leitura), Moisés lembra as palavras e a lei de Deus, lei “escrita” de modo intangível; o povo reafirma sua vontade de pô-la em prática e de obedecer a Deus. Então Moisés asperge com sangue das vítimas o altar e o povo. O sangue, que é vida, indica que a aliança é vital; derramado sobre o altar e o povo, indica que entre o povo e Deus há comunhão: na fidelidade a aliança, o povo vive da vida de Deus. Tudo isso é um sinal, um instrumento, uma admoestação de que Cristo levará a plenitude de significado e de eficácia.

O Sangue de Cristo nos purifica pela aliança nova e eterna

O III Sínodo dos Bispos afirma que Cristo “superou, dando seu pleno acabamento, todos os sacerdócios rituais e os sacrifícios do Antigo Testamento, também os pagãos. Em seu sacrifício, assume as misérias e os sacrifícios dos homens de todas as idades” (O sacerdócio ministerial, I,1). Como o sumo sacerdote, entrando com o sangue da expiação no Santo dos santos, desaparecia da vista do povo, mas estava mais do que nunca ativo em sua obra de mediação pelo povo, também Cristo, entrando no céu, oferece por nós o seu sangue purificador. Mas ele permanece junto do Pai numa solidariedade muito operosa em relação a nós: seu sangue tem um poder infinito que verdadeiramente purifica e redime, instaura a nova aliança e tem força para atrair consigo os redimidos à herança eterna prometida por Deus (2ª leitura).

Por isto, o sacrifício de Cristo é único, eficaz, eterno; realiza, por si só, tudo o que qualquer outro sacrifício humano não tem a força de realizar, mas não rejeita aqueles sacrifícios; dá-lhes valor e eficácia, unindo-os ao seu sangue.

Cristo oferece seu Corpo e Sangue pela aliança e pelo seu Reino de Deus

O simples relato de Marcos (evangelho) apresenta as características essências do sacrifício de Cristo. O antigo rito do cordeiro pascal, sacrifício que evoca a libertação dos hebreus da escravidão, atinge uma plenitude e um significado totalmente novos. Cristo, oferecendo-se para a imolação, opera a libertação integral e definitiva, e com seu sangue sela a nova aliança, a que é verdadeiramente “a aliança”, e esse sangue é derramado por todos como expiação dos pecados (2ª leitura).

Na antiga lei havia sacrifícios de libertação, de aliança e comunhão, de expiação, de ação de graças; o sacrifício único de Cristo tem em si todos estes valores. É o sacrifício pascal de libertação, o sacrifico da aliança e da comunhão com Deus, o sacrifício da expiação do pecado, o sacrifício da ação de graças. Daí toma o nome de Eucaristia, que quer dizer precisamente “ação de graças”, porque os homens devem por tudo agradecer profundamente a Deus. E Cristo deu inicio ao banquete da ultima ceia agradecendo a Deus, elevando ao Pai as “ação de graças” que os homens muitas vezes se esquecem de dar pelos benefícios da criação e da redenção.

A solenidade de hoje nos lembra que nós também devemos apresentar nossas “ações de graças” a Cristo pelo total dom de si, em corpo e sangue, como alimento e bebida (Jo 6,51-58); o melhor modo de fazê-lo é participar deste pão e deste vinho que Cristo nos oferece, fazer nossa eucaristia, a “ Ação de graças” que Cristo oferece ao Pai, para oferecê-lo juntamente com ele, alimentados Dele.

Fonte: Missal Dominical (Paulus)

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia  
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