Camila Compelli e João de Lellis eram já idosos quando o
filho foi anunciado. Ele, um militar de carreira, ficou feliz, embora passasse
pouco tempo em casa. Ela também, mas um pouco constrangida, por causa dos quase
sessenta anos de idade. Do parto difícil, nasceu Camilo, uma criança grande e
saudável, apenas de tamanho acima da média. Ele nasceu no dia 25 de maio de 1550,
na pequena Bucchianico, em Chieti, no sul da Itália.
Cresceu e viveu ao lado da mãe, uma boa cristã, que o educou
dentro da religião e dos bons costumes. Ela morreu quando ele tinha treze anos
de idade. Camilo não gostava de estudar e era rebelde. Foi então residir com o
pai, que vivia de quartel em quartel, porque, viciado em jogo, ganhava e perdia
tudo o que possuía. Apesar do péssimo exemplo, era um bom cristão e amava o
filho. Percebendo que Camilo, aos quatorze anos, não sabia nem ler direito,
colocou-o para trabalhar como soldado. O jovem, devido à sua grande estatura e
físico atlético, era requisitado para os trabalhos braçais e nunca passou de soldado,
por falta de instrução.
Tinha dezenove anos de idade quando o pai morreu e deixou-lhe
como herança apenas o punhal e a espada. Na ocasião, Camilo já ganhara sua
própria fama, de jogador fanático, briguento e violento, era um rapaz bizarro.
Em 1570, após uma conversa com um frade franciscano, sentiu-se atraído a
ingressar na Ordem, mas foi recusado, porque apresentava uma úlcera no pé. Ele
então foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma, que diagnosticou o
tumor incurável.
Sem dinheiro para o tratamento, conseguiu ser internado em
troca do trabalho como servente. Mesmo assim, afundou-se no jogo e foi posto na
rua. Sabendo que o mosteiro dos capuchinhos estava sendo construído,
ofereceu-se como ajudante de pedreiro e foi aceito.
O contato com os franciscanos foi fundamental para sua
conversão.
Um dia, a caminho do trabalho, teve uma visão celestial,
nunca revelada a ninguém. Estava com vinte e cinco anos de idade, largou o jogo
e pediu para ingressar na Ordem dos Franciscanos. Não conseguiu, por causa de
sua ferida no pé.
Mas os franciscanos o ajudaram a ser novamente internado no
hospital de São Tiago, que, passados quatro anos, estava sob a sua direção.
Camilo, já tocado pela graça, dessa vez, além de tratar a eterna ferida passou
a cuidar dos outros enfermos, como voluntário. Mas preferia assistir aos
doentes mais repugnantes e terminais, pois percebeu que os funcionários, apesar
de bem remunerados, abandonavam-nos à própria sorte, deixando-os passar
privações e vexames.
Neles, Camilo viu o próprio Cristo e por eles passou a
viver. Em 1584,
sob orientação do amigo e contemporâneo, também fundador e santo, padre Filipe
Néri, constituiu uma irmandade de voluntários para cuidar dos doentes pobres e
miseráveis, depois intitulada Congregação dos Ministros Camilianos.
O Papa Sisto V aprova os regulamentos da companhia em 18 de
Março de 1856. Aos 32 anos voltou aos estudos sob orientação de São Felipe de
Neri, sendo ordenado sacerdote aos 34 anos. A sua companhia rapidamente se
distingue pela caridade no tratamento de doentes. Em 21 de Setembro de 1591, o
Papa Gregório XIV a reconhece como ordem religiosa. Em 8 de Dezembro de 1591,
Camilo e seus companheiros fazem a sua profissão de fé, incluindo um quarto
voto de dedicação aos doentes, ainda que com risco de sua própria vida.
(Wikipédia)
Eleito para superior, dirigiu por vinte anos sua Ordem dos
padres enfermeiros, dizem que com "mão de ferro" e a determinação
militar recebida na infância e juventude. Depois, os últimos sete anos de vida
preferiu ficar ensinando como os doentes deviam ser tratados e conviver entre
eles. Mesmo
sofrendo terríveis dores nos pés, Camilo ia visitar os doentes em casa e,
quando necessário, chegava a carregá-los nas costas para o hospital. Nessa
hora, agradecia a Deus a estatura física que lhe dera.
Recebeu o dom da cura pelas palavras e orações, logo a sua
fama de padre milagreiro correu entre os fiéis, que, ricos e pobres, procuravam
sua ajuda. Era um homem muito querido em toda a Itália, quando morreu em Roma
em 14 de julho
de 1614. Foi canonizado pelo Papa Bento XIV, em 29 de junho 1746.
São Camilo de Lellis, em 1886, foi declarado pelo Papa Leão XIII, Padroeiro dos
Enfermos, dos Doentes e dos Hospitais.
ORAÇÃO: "Observai bem
as regras. Haja entre vós uma grande união e muito amor. Amai, e muito, a nossa
Ordem, e dedicai-vos ao apostolado dos enfermos. Trabalhai com muita alegria
nesta vinha do Senhor. Se Deus me levar para o Céu, vos hei de ajudar muito de
lá. As perseguições que sofreu nossa obra vieram do ódio que o demônio tem ao
ver quantas almas lhe escaparam pelas garras. E já que Deus se serviu de mim,
vilíssimo pecador para fundar miraculosamente esta Ordem, Ele há de propagá-las
para o bem de muitas almas pelo mundo inteiro. Meus padres e queridos irmãos: eu
peço misericórdia a Deus e perdão ao padre Geral aqui presente e a todos vós,
de todo mau exemplo que eu pudesse ter dado, talvez mais pela minha ignorância,
do que pela má vontade. Enfim, eu vos concedo da parte de Deus, como vosso Pai,
em nome da Santíssima Trindade e da bem-aventurada Virgem Maria, a vós aqui
presentes, aos ausentes e aos futuros, mil bênçãos". (São Camilo de
Lellis)
Fonte: Edições Paulinas /
Wikipédia
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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