Hoje mais do que nunca, se faz necessário buscar inserir o
povo de batizados na missão evangelizadora da Igreja, uma Igreja convidada a
estar em contínuo processo de saída, sair pelas estradas geográficas e muito
mais ainda, pelas estradas e ou periferias existências, como nos pede o Papa
Francisco na sua exortação EG recordando o apelo do Papa João XXIII que já
falava de tais periferias como os lugares da presença da Igreja.
Celebramos neste domingo dia 23 de agosto, a vocação dos
leigos e leigas na Igreja, esse grande dom de Deus para a humanidade.
Recordo-me da conferência com o Cardeal Dom João de Avis no dia 19 deste mês na
Catedral, dirigida aos religiosos (as) da grande São Paulo, o mesmo nos recordava
algo muito importante quando partilhava conosco sobre o Evangelho como parte
integrante da missão da Igreja, ele nos dizia que o Papa Francisco, falou o
seguinte: “O
Evangelho não deve ser o que caracteriza a vida religiosa consagrada, mas, a
vida de todo cristão” o Evangelho é uma exigência para todos, não é
privilégio de uma classe de cristãos, mas, é uma exigência, é uma proposta de
vida para o cristão. Por isso, a missão dos leigos (as), necessariamente, passa
pela vivência e intimidade com o Evangelho a fim de que seja anunciado em todas
as partes, também no mundo da política. O próprio Papa Francisco, nos diz que é
necessário se meter na política e vê-la como expressão da caridade evangélica.
O Concílio Vaticano II, na Constituição dogmática sobre a
Igreja, reservou o capítulo V para falar da missão dos leigos. Após indicar a
missão da hierarquia se dirige a esta grande parcela da Igreja da qual surgem
os pastores que animam e conduzem a Igreja de Cristo, afirmando que “os Sagrados
pastores reconhecem perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de
toda a Igreja” LG n. 30.
Na alegria do ressuscitado, desejamos aos nossos irmãos em
Cristo, que atuam nas várias dimensões missionárias na Igreja a serviço da vida
e da esperança, transmito meus parabéns pela presença sempre renovada e animada
daqueles (as) que assumem de forma muito especial seu batismo e vivem no
cumprimento da missão no mundo atuando na sociedade como sinal da presença do
reino de Deus.
Recordamos aqui, homens e mulheres que se dedicam em nossas
comunidades promovendo a vida através dos seus serviços pastorais e sociais,
contribuindo na transfiguração de tantas realidades desfiguradas, servindo de
testemunho vivo das exigências do Evangelho. Estão presentes no mundo do
trabalho, contribuindo na construção da sociedade e da humanidade, através das
várias profissões que muitos exercem no seu dia a dia e buscam força para a
labuta cotidiana na oração, na escuta da Palavra e na Eucaristia.
Que nossos queridos (as) leigos, por sua dignidade de
cristãos, recebem continuamente a graça de alegria e do entusiasmo, e que sejam
sinais da presença profética no seu sacerdócio exercido com fervor em prol da
vida, muitas vezes ameaçada.
Peçamos a Deus que continue iluminando os milhões de leigos
(as) que fazem parte deste corpo místico que é a Igreja a fim de que, a luz do
Espírito Santo resplandeça em suas vidas e nas suas lutas cotidianas.
Frei Geraldo Bezerra de Sousa, OC
Referência:
Paulo VI, Constituição Dogmática Lumen Gentium - nn. 30.32
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