Primeira Leitura: Sb 2,12.17-20 - Sl 53,3-4.5.6.8 (R. 6b)
- Segunda Leitura: Tg 3,16-4,3 - Evangelho: Mc 9,30-37
Autoridade é serviço
A perseguição do justo" é o tema da 1ª leitura. A vida
do justo é a mais radical contestação do "ímpio", seja qual for a
forma como se manifeste a impiedade. Por isso, o ímpio não suporta o justo,
julga-o incômodo, desejaria eliminá-lo da face da terra, pois considera-o um
"desafio". O tema do justo perseguido está ligado a outros temas
bastante significativos, como os cânticos do Servo de Javé e está na base do
relato evangélico da paixão, cujo anúncio temos, no evangelho de hoje.
Os judeus tinham uma concepção política da obra do futuro
Messias. Ele aparecia sobre as nuvens do céu para pôr em fuga todos os inimigos
e fazer do reino de Israel um reino poderoso, acima de todos os outros. A
pregação e a ação de Jesus, no entanto, se orientavam noutro sentido. Seu
anúncio é claramente um anúncio de salvação do mal radical, o pecado, e não a
restauração de uma denominação política.
Não a busca dos primeiros lugares...
A palavra que Jesus dirige aos apóstolos no evangelho é uma
evidente contestação a uma concepção do reino baseada no poder, nas honras, nos
primeiros lugares. Mas a contestação mais radical é a própria vida. Jesus faz
sua a missão do Servo. Manso e humilde de coração, que anuncia a salvação aos
pobres (Lc 4,18), está ele no meio de seus discípulos "como aquele que
serve" (Lc 22,27), embora sendo seu "Senhor e Mestre" (Jo
13,12-15), e chega ao cume das exigências do amor que inspira esse serviço,
dando sua vida pela redenção dos pecadores.
A palavra e o exemplo de Jesus resolvem o problema das
precedências em ambiente cristão. Jesus recusa categoricamente toda ambição de
domínio tanto para si como para a igreja. A única autoridade da Igreja e no
seio dela é a do último lugar, do serviço humilde (v. 35).
...mas a realização do bem comum
A autoridade é uma das realidades mais ambíguas e, portanto,
das mais contestadas do nosso tempo, tanto em nível civil como eclesial. Há os
que a exercem por ambição, por vontade de domínio, por busca de glória, e os
que a consideram um serviço para o bem comum. Contudo, essa ambiguidade não tem
seu fundamento no poder e na autoridade como tal, mas na atitude de quem os
cobiça e os exerce.
Encarada e desempenhada com as intenções e os propósitos de
que fala Cristo, a autoridade se manifesta como aquilo que está no plano de
Deus: um serviço. Serviço para o bem comum, daquele que é constituído chefe e
responsável; serviço aos homens feito por aquele que tem autoridade, cuidando
de que cada um contribua para o bem de todos.
Se a autoridade é exercida segundo a verdade, que a
justifica humanamente aos olhos dos homens, deveremos considerar a pessoa que a
exerce como alguém a quem se destina a palavra do Senhor: "É a mim que o
fizestes"; e considerar seu trabalho como um trabalho cristão e pascal,
ainda que a autoridade seja puramente leiga e profana.
A autoridade contestada
Tudo isso vale em primeiro lugar para a Igreja, que é
“diakonia", isto é, comunidade de serviço. Como Jesus Cristo é servo
porque salvador, também a Igreja é serva porque sacramento de salvação. Ela não
pode viver visando à própria grandeza; só existe como serviço para a comunhão
de Deus com a humanidade. Um serviço de unidade, de caridade, de verdade ao
mundo inteiro.
Cabe à hierarquia, ordinariamente, ser sinal de unidade e
garantia da verdade; mas a autoridade é criticada e contestada de todos os lados.
Uns acham que hoje as mudanças são demasiadamente rápidas ou profundas, outros
perdem a paciência diante das lentidões e do caráter superficial das reformas,
e a grande massa dos fiéis aceita sem compreender bem o que se passa, e com
isso, fica traumatizada. Vendo-se em profundidade, o que está em discussão,
mais do que seu modo de agir e de existir, é a própria autoridade
"hierárquica".
Alguns sonham com uma Igreja puramente carismática, outros
pensam na autoridade eclesiástica nos moldes da autoridade democrática, baseada
no povo e dirigida por ele; alguns negam pura e simplesmente a autoridade, em
nome de um anarquismo que está se alastrando.
No entanto, o ministério hierárquico é verdadeira
participação, embora misteriosa, da atividade com que Cristo institui e
constrói seu corpo.
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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