Os escravos negros que chegavam em enormes navios negreiros
ao porto de Cartagena, na Colômbia, eram recepcionados e aliviados de suas
dores e sofrimentos por um missionário que, além de alimento, vinho e tabaco,
oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e dar-lhes esperança. Para
quem vivia com corrente nos pés e sob o açoite dos feitores, a esperança vinha
de Nosso Senhor.
Esse missionário era Pedro de Claver, nascido no povoado de
Verdú, em Barcelona, na Espanha, em 26 de junho de 1580. Filho de um casal de
simples camponeses muito cristãos, desde cedo revelou sua vocação. Estudou no
Colégio dos Jesuítas e, em 1602, entrou para a Companhia de Jesus, para
tornar-se um deles.
Quando terminou os estudos teológicos, Pedro de Claver
viajou com uma missão para Cartagena, na Colômbia. Iniciou seu apostolado antes
mesmo de ser ordenado sacerdote, o que ocorreu logo em seguida, em 1616,
naquela cidade. Foi, assim, enviado para Carque a fim de evangelizar os
escravos que chegavam da África. Apesar de não entenderem sua língua, entendiam
a linguagem do amor, da caridade e do sentimento cristão e paternal que
emanavam daquele padre santo. Por esse motivo, os escravos negros o veneravam e
respeitavam como um justo e bondoso pai.
Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles
as mesmas agruras. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e
oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro de Claver batizou
cerca de 400 mil negros durante os 40 anos de missão apostólica. Foram
atribuídos a ele, ainda, muitos milagres de cura.
"Todo o tempo livre de confessar, catequizar e instruir
os negros, dedicava- o à oração", narra uma testemunha. Repousava
diariamente apenas três horas, e passava o resto da noite de joelhos em sua
cela ou diante do Santíssimo Sacramento, em profunda oração, muitas vezes
acompanhada de místicos arroubos. Grande adorador de Jesus-Hóstia, preparava-se
todos os dias durante uma hora antes de celebrar o Sacrifício do Altar, e
permanecia em ação de graças meia hora após a Missa, não permitindo que ninguém
o interrompesse nesses períodos. Ilimitada também era sua devoção a Nossa
Senhora. Rezava o Rosário completo todos os dias, ajoelhado ou andando pelas
ruas da cidade, e não deixava passar nenhuma festa d'Ela sem organizar solenes
celebrações, com música instrumental e coral.
Durante a peste, em 1650, ele foi o primeiro a oferecer-se
para tratar os doentes. As consequências foram fatais: em sua peregrinação
entre os contaminados, foi atacado pela epidemia, que o deixou paralítico.
Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro de Claver morreu aos 73 anos de
idade, em 8
de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria.
Disse Claver a um irmão de hábito: "Isto se acaba.
Deverei morrer num dia dedicado à Virgem". Na manhã de 6 de
setembro, à custa de um imenso esforço, fez- se conduzir até a igreja do
convento e quis comungar pela última vez. Quase se arrastando, aproximou-se da
imagem de Nossa Senhora dos Milagres, diante da qual havia celebrado a sua
primeira Missa. Ao passar pela sacristia, disse a um irmão: "Morro. Vou
morrer. Posso fazer algo por vossa reverência na outra vida?"
No dia seguinte, perdeu a fala e recebeu a Unção dos Enfermos.
Sucedeu, então, algo de extraordinário e sobrenatural. A
cidade de Cartagena pareceu acordar de uma longa letargia e por todos os lados
corria a voz: "Morreu o santo!" E uma multidão incontenível
dirigiu-se para o colégio dos jesuítas, onde agonizava Pedro Claver. Todos
queriam oscular suas mãos e seus pés, tocar nele rosários e medalhas. Distintas
senhoras e pobres negras, nobres, capitães, meninos e escravos desfilaram nesse
dia diante do santo, que jazia sem sentidos em seu leito de dor. Só às 9 horas
da noite os padres conseguiram fechar as portas e assim conter aquela piedosa
avalanche.
E assim, entre 1h e 2h da madrugada de 8 de setembro, festa
da Natividade de Maria, com grande suavidade e paz, o escravo dos escravos
adormeceu no Senhor.
Foi canonizado pelo papa Leão XIII em 1888. São Pedro Claver
foi proclamado padroeiro especial de todas as missões católicas entre os negros
em 1896. Sua festa, em razão da solenidade mariana, foi marcada para 9 de
setembro, dia seguinte ao da data em que se celebra a sua morte.
"Todas as vezes que não imitei o asno,
não obtive bons resultados. E o que faz o asno? Quando se fala mal dele, ele se
cala; não se lhe dá de comer, ele se cala; quando se impreca contra ele, ele se
cala, nem um lamento por qualquer coisa que deva fazer, ou mesmo quando
maltratado." (São Pedro Claver)
Fonte: Edições Paulinas - Revista
Arautos do Evangelho
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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