Nos primeiros séculos da história cristã, não havia
conventos na Palestina, até a chegada de Hilarião. Filho de pagãos, nasceu no ano
291, em Tebata, na Palestina. Na idade adequada, foi enviado para
estudar na Alexandria, no Egito. Lá, teve influência de Áquila, fez muitos
contatos com cristãos, estudou a religião e converteu-se ao cristianismo.
Tornou-se um verdadeiro cristão. Vivia em oração e nas mais
duras penitências, desejando purificar-se para alcançar a santidade.
Decepcionado com a futilidade de vida urbana de Alexandria, foi para o deserto
de Tebaida, onde se juntou à comunidade do monge Antão, famoso pela
extraordinária experiência de vida santa no deserto. Com ele aprendeu a base da
vida eremítica: orações contemplativas, duras mortificações e severas
penitências, para comungar com Deus, purificar-se e, assim, alcançar a
santidade.
Aos poucos, contudo, foi se cansando com a grande
movimentação de pessoas que buscavam os conselhos e orientação de santo Antão.
Até que decidiu abandonar a comunidade e ir para sua terra natal. Lá, em
seguida, com muita tristeza no coração, assistiu à morte dos seus pais. Dividiu
sua parte da herança com os irmãos e os pobres e entregou-se nas mãos da Divina
Providência, retirando-se para o deserto de Maiuma, não muito distante. Sua
permanência mudou o panorama da Igreja na Palestina.
As penitências de Hilarião e sua extrema fé no Senhor
começaram a operar prodígios. Curou muitos doentes com uma simples oração e o
sinal da cruz. Converteu milhares de pessoas através de seus sermões. Mas para
seu desgosto viu sua fama ganhar o mundo. De repente, deu-se conta de que à sua
volta estavam cerca de três mil pessoas ansiosas em seguir seu modo radical de
vida dedicada a Deus. Não teve alternativa senão construir vários mosteiros
para abrigar todos esses discípulos. Por esse motivo é considerado padroeiro
dos monges locais.
Novamente, a grande movimentação de pessoas, agora à sua
procura, o fez buscar a solidão, vital para Hilarião, que por ela entrava em
comunhão com Deus. Voltou para o Egito. Mas a fama de santidade nunca mais o
abandonou. Era o abade que atraía leigos e religiosos, pobres e ricos, onde
quer que estivesse, e que procurava o local ideal para viver sua
espiritualidade. Então, foi para o Ocidente, na Sicília. De lá partiu para a
Dalmácia e depois para Chipre, onde se encontrou com outro importante monge e
padre do deserto, santo Epifânio.
Assim, Hilarião, após as longas jornadas, esquivando-se da
fama, encontrou a paz e a solidão quando passou a habitar uma gruta da pequena
ilha de Pafo, Chipre. Já idoso, lá viveu a plenitude de sua vida de religioso.
Morreu aos oitenta anos, em 372. O seu corpo,
entregue ao discípulo Eusébio, foi trasladado para o Mosteiro de Maiuma. São
Jerônimo narrou a historia de sua vida. Santo Hilarião é festejado no dia 21 de
outubro tanto na Igreja ocidental como na oriental.
Fonte: fraternidadesaogilberto.blogspot.com.br/2011/10/santo-hilariao-de-gaza-abade.html
Foto retirada da internet
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