domingo, 20 de dezembro de 2015

4º Domingo do Advento Ano “C” Lucas - Jesus, Filho de Maria

Primeira Leitura: Mq 5,1-4a - Salmo: 79 2ac.3b.15-16.18-19 - Segunda Leitura: Hb 10,5-10 - Evangelho: Lc 1,39-45

Jesus, Filho de Maria

Ao tornar-se "filho de Maria", o filho do Altíssimo quer fazer-se preceder e anunciar pelos pobres e humildes: quer cercar-se de simplicidade e verdade.

Belém é a menor entre as cidades de Judá, que terá a honra de dar o Messias prometido pelos profetas, aquele que estenderá seu reino de paz até "os extremos confins da terra" (I leitura).

Humildes e pastoris são também as origens de Davi. O futuro Messias é apresentado mais como o descendente do Davi pastor de Belém, do  que  do  Davi  glorioso da cidade real. Humildes e pobres são os primeiros portadores da esperança e da salvação. Assim é Maria para com Isabel. Com a mesma humildade e pobreza, Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, reconhece em Maria a mãe do Salvador, e proclama o mistério que nela se realizou. 

Maria, habitação viva de Deus entre nós

E Maria, prorrompendo no canto do Magnificat, pelas grandes coisas nela operadas e pela graça concedida a sua parenta, diz: O Senhor "olhou a humildade de sua serva".

A salvação prometida a Israel começou já com a encarnação do Messias (versículos 47,54). Tudo isto com uma admirável atenção e respeito àqueles que dela são protagonistas. Sinal desse início é a distribuição dos bens messiânicos, espirituais, feita também aos pobres, aos humildes, aos que se reconhecem necessitados de salvação (versículos. 51-53) (Evangelho). Neste momento, Maria é a habitação viva de Deus no meio dos homens, é a portadora da presença divina que salva.

O autor da epístola aos Hebreus afirma que foi em virtude da sua "pobreza" e da sua obediência que Jesus Cristo mereceu para nós o perdão dos pecados e nos salvou (II leitura). Para o encontro dos homens com Deus, para sua unidade e paz, era preciso, no desígnio de Deus, um homem que fosse "plena e totalmente homem com exceção do pecado"; por isso, Jesus quis ser o filho de Maria.

Jesus, homem perfeito

O Concilio de Calcedônia (451) proclamou a unidade de Cristo nas duas naturezas, acentuando nitidamente a verdadeira humanidade de Jesus. Essa definição será defendida pela Igreja, no decorrer dos séculos, contra aqueles que, à força de realçar a divindade, atribuíam a Cristo só as "aparências" humanas. Contra todas as tendências que minimizavam a humanidade do Salvador, a Igreja multiplicou as afirmações que põem em relevo até que ponto Jesus é homem.

Não podemos confundir o mistério da encarnação com uma simples aparição de Deus, uma teofania passageira como as que nos são apresentadas no Antigo Testamento, em que Deus, para falar ao homem, assume uma forma humana.

"O Verbo de Deus, por quem todas as coisas foram feitas e que se encarnou e habitou na terra dos homens, entrou como homem perfeito na história do mundo, assumindo-a em si mesmo e em si recapitulando todas as coisas".

Pode parecer estranho, mas ainda hoje muitos cristãos não compreenderam suficientemente que "o filho de Maria" é verdadeiramente homem, homem que nasce em Belém, que será criancinha, terá fome e sede, será sujeito a fadiga, terá compaixão, sentirá alegria. Inconscientemente, essas pessoas opõem demasiadamente divindade e humanidade em Cristo, como se se tratasse de duas realidades antagônicas, como se devêssemos crer que é homem apesar de sua divindade, enquanto precisamente por causa de sua divindade é mais plenamente homem, e ninguém jamais foi homem como ele.

Jesus, um de nós

"Jesus tem fome e sede (Mt 4,2; 21,18; Jo 4,7; 19,28), é sujeito ao cansaço (Jo 4,6), faz amizades, chora Lázaro (Jo 11,35), tem compaixão das multidões (Mt 10,36), ou se enche de alegria diante das manifestações de amor do Pai (Lc 10,21). Aproxima-se dos homens com uma simplicidade e uma autoridade impressionantes: os pecadores, os doentes, os que sofrem, nele encontram a compreensão que buscam e ao mesmo tempo o apelo enérgico que os converte. Entrega-se, cada dia, à missão que lhe foi confiada pelo Pai, desde a tentação no deserto até a suprema entrega no horto das Oliveiras, onde contemplamos a profundidade humana de seu sofrimento e de sua adesão ao Pai e à sua vontade" (J. Suenens).

Cristo, filho de Maria e filho de Deus, entrou em nossa história, no destino humano tão cheio de lutas, provações, esperanças, e aí permanece; ele é"Deus conosco".

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.



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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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