domingo, 24 de janeiro de 2016

Liturgia Diária 31/01/2016 4º Domingo Comum

Primeira Leitura: Livro do Profeta Jeremias 1,4-5.17-19
Nos dias de Josias, rei de Judá, foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: “Antes de formar-te no ventre materno, eu te conheci; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz profeta das nações.

Vamos, põe a roupa e o cinto, levanta-te e comunica-lhes tudo que eu te mandar dizer: não tenhas medo, senão eu te farei tremer na presença deles.

Com efeito, eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze contra todo o mundo, frente aos reis de Judá e seus príncipes, aos sacerdotes e ao povo da terra; eles farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te”, diz o Senhor. - Palavra do Senhor. 

Comentário: Jeremias recebe a missão de anunciar o esfacelamento de toda uma estrutura social, a fim de assentar os alicerces de uma nova sociedade. A missão será difícil, mas Jeremias não deve temer, pois Deus está com ele. A fraqueza humana não é obstáculo para Deus. Todo instrumento frágil torna-se eficaz na sua mão. O Senhor pede a Jeremias obediência, disponibilidade e plena confiança, mas promete assistência contra as adversidades e violências de seu ministério. O profeta, segundo Moisés, não se apresenta ao povo com suas palavras, mas com as de Deus. Jeremias é o arauto da mensagem de Deus, mas quem anuncia tem o dever de percorrer o caminho antes dos outros, ainda que seja perigoso. A vocação de Jeremias propõe o problema de “nossa” vocação. A todos Deus oferece a possibilidade de ser, de diversas maneiras, “suas testemunhas”, porque ele diz a cada um de nós: “Antes de te formar no ventre materno, eu te conhecia” .Quem veste longa túnica flutuante, a cinge (coloca o cinto) para o trabalho ou para a luta. Quando a perseguição cerca por fora, surgem por dentro os medos que paralisam; o profeta deve superá-los confiando em Deus. Se falhar na confiança, ficará invadido de medos que se multiplicam, como que atiçados por Deus. Três comparações expressivas: “cidade-forte”, “coluna”, “muralha”: cairá a cidade, abrirão brecha na sua muralha, derrubarão suas colunas, mas o profeta resistirá, porque a mão do Senhor está com ele. (deusunico.com)

Salmo: 70(71),1-2.3-4a.5-6ab.15ab.17 (R.15ab) Minha boca anunciará todos os dias, vossas graças incontáveis, ó Senhor.
Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.

Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.

Segunda Leitura: Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 12,31-13,13
Irmãos: Aspirai aos dons mais elevados. Eu vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior. Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse caridade, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada. Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria.

A caridade é paciente, é benigna; não é invejosa, não é vaidosa, não se ensoberbece; não faz nada de inconveniente, não é interesseira, não se encoleriza, não guarda rancor; não se alegra com a iniquidade, mas se regozija com a verdade. Suporta tudo, crê tudo, espera tudo, desculpa tudo. A caridade não acabará nunca. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá.

Com efeito, o nosso conhecimento é limitado e a nossa profecia é imperfeita. Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então, veremos face a face. Agora conheço apenas de modo imperfeito, mas, então, conhecerei como sou conhecido. Atualmente, permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade. - Palavra do Senhor.

Comentário: O caminho que ultrapassa a todos os dons e ao qual todos os membros da comunidade devem aspirar é o amor. "Deus é amor" (1Jo 4,8), Jesus é o enviado do amor (Jo 3,16), e o centro do Evangelho é o mandamento do amor (Mc 12,28-34), que sintetiza toda a vontade de Deus (Rm 13,8-10). O amor é a fonte de qualquer comportamento verdadeiramente humano, pois leva a pessoa a discernir as situações e a criar gestos oportunos, capazes de responder adequadamente aos problemas. Os outros dons dependem do amor, não podem substituí-lo, e sem ele nada significam. O amor é a força de Deus e também a força da pessoa aliada a Deus. É a fortaleza inabalável que sustenta o testemunho cristão, pois "tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". O amor é eterno e transcende tempo e espaço, porque é a vida do próprio Deus, da qual o cristão já participa. É maior do que a fé e a esperança, que nele estão contidas. (deusunico.com)

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 4,21-30
Naquele tempo, estando Jesus na sinagoga, começou a dizer: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?”

Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.

Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até ao alto do monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. - Palavra da Salvação.

Comentários:

Jesus não se deixou levar por um otimismo ingênuo, enquanto exercia seu ministério. Juntamente com a euforia e a empolgação populares, diante de seus gestos de poder, havia também a crítica contumaz de seus adversários. Não só! Seus conterrâneos de Nazaré viam com suspeita o que acontecia em torno dele, e se opunham a tudo aquilo. A experiência dos antigos profetas de Israel ajudou Jesus a compreender que sua situação não era novidade para ele. O povo costumava rejeitar os profetas enviados por Deus, para chamá-lo à conversão. Assim aconteceu com os grandes profetas: Elias e Eliseu. Portanto, o desprezo sofrido por Jesus podia, de certa forma, ser esperado. No caso dele, porém, a rejeição resultou de um preconceito, pelo fato de ser "filho de José". Logo uma pessoa assaz conhecida. Contudo, a raiz do fechamento diante da pregação dos profetas está, principalmente, na recusa a acolher o seu apelo à conversão. O povo prefere continuar no caminho fácil do pecado e da infidelidade, a submeter-se à mudança de vida, como Deus quer. Ou então, calar a voz incômoda que o questiona, a deixar-se tocar por ela. Os habitantes de Nazaré preferiram esse caminho fácil, e tentaram precipitar Jesus do alto de um monte. Ele, porém, sem se intimidar, passando pelo meio deles, prosseguiu seu caminho. Desta forma, não se deixou bloquear pelo desprezo dos seus próprios conterrâneos. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Jesus de Nazaré acaba de anunciar a seus compatriotas que chegara o “ano da graça do Senhor”, oferecido “de graça” aos pobres de Yahweh. Em lugar de júbilo e alegria, a reação de seus ouvintes é de ira e furor. Certamente, não se sentem pobres. Não era para eles a antiga profecia... As promessas falavam de um Messias que seria enviado aos pobres, acudindo aos órfãos, às viúvas e ao estrangeiro (cf. Is 1,17; 66,2; Os 14,3). No entanto, quando se anuncia a ternura de Deus pelos pobres, até a classe média (que não é rica, a rigor) se sente incomodada. Talvez não se sintam pobres... E por isso, sentem-se excluídos... Ora, somos todos pobres. O rico que não tem fé é pobre. O pobre que se revolta com sua pobreza, também é. O idoso que vai perdendo a força e a saúde, eis o pobre! O milionário que só conta consigo mesmo, como é pobre! Se o pobre que confia em Deus é rico, o homem rico que se tranca a sete chaves com medo do ladrão, pobrezinho!... Frei Raniero Cantalamessa fala de “ricos no tempo e pobres na eternidade”, quando nossos tesouros são apenas as riquezas que passam, e não os valores eternos. Dinheiro, terras e fama, tudo leva o tempo. Só o amor de Deus permanecerá conosco... Ouvir que Jesus veio para anunciar a Boa Nova aos pobres devia nos encher de alegria e de gratidão! Afinal, não podemos salvar a nós mesmos. Não há boa obra que possa comprar-nos o céu. A salvação será sempre um dom gratuito que manifesta a misericórdia, o “louco amor” de Deus por nós. Assim sendo, somos pobres: é sobre nós que se derrama o rico amor de Deus. Já é tempo, pois, de mudar de mentalidade! Nós somos todos pobres. Somos miseráveis. E é exatamente a nossa miséria que “faz cócegas” na misericórdia de Deus. Nossa miséria atrai seu olhar de compaixão. Jesus deixou isto bem claro: quem precisa de médico é o doente; ele não veio para os “justos”, mas para os pecadores... Assim comenta a Bíblia de Navarra: “Por ‘pobres’ deve entender-se, segundo a tradição do AT e a pregação de Jesus, não tanto uma determinada condição social, mas antes a atitude religiosa de indigência e de humildade diante de Deus dos que, em vez de confiar nos seus próprios bens e méritos, confiam na bondade e na misericórdia divinas”. (Antônio Carlos Santini / Com Católica Nova Aliança)
   
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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