O cristianismo é revelação; Deus se revela e se comunica ao
homem histórico. Essa revelação-comunhão se toma presente na historia através
do sinal da Palavra (palavra e gesto) cujo cerne é Jesus de Nazaré, a Palavra
de Deus viva encamada. Não é tanto o esforço que o homem faz para atingir e
conhecer a Deus, quanto o ato de Deus que se dá e se une ao homem.
Deus se revela e se comunica ao homem
O Deus de Abraão, de Isaac, de Jesus Cristo não é um Deus
imposto, não é um Deus que se revela nos fenômenos naturais, mas na história
dos homens, revela-se e se comunica de modo perfeito e definitivo no homem
Jesus.
A Bíblia é a literatura de um povo; nela estão reunidas as
vicissitudes, os sofrimentos, as angústias, as alegrias e as esperanças da
história de um povo; as reflexões dos sábios, os líricos, os hinos dos poetas,
as canções populares até a vida das primitivas comunidades cristãs. Tudo isto é
certamente "revelação do homem", mas ao mesmo tempo "revelação
de Deus". A história passada é lida como palavra de Deus para que, à sua luz,
possamos ler a nossa história, a nossa vida, e descobrir e encontrar Deus nas
vicissitudes do nosso cotidiano.
Palavra de Deus e comunidade
A palavra de Deus, porém, longe de alienar o homem, procura
promover uma fidelidade radical à condição humana.
A 1ª leitura nos manifesta a relação entre a palavra de
Deus, tal como está contida na Bíblia, e a comunidade. O gesto de Neemias nos
diz que o povo de Deus, para se reconstruir depois da ruína do exílio, procura
a sua mais profunda identidade e unidade na palavra de Deus.
Hoje também (e sempre) a Igreja encontra sua identidade na
palavra de Cristo. Sem a palavra de Cristo ela é "nada". A Igreja
está sempre em religiosa escuta da palavra de Deus; nela é congregada e dela
depende totalmente; por ela deve continuamente deixar-se “julgar” e contestar.
Por outro lado, só na Igreja a palavra de Deus ressoa em
toda a sua verdade; e sua razão de ser está em anunciar essa palavra e
testemunhá-la como fiel discípula de Cristo, plenitude de toda a revelação.
Portanto, a Igreja não proclama uma abstrata ideologia humana, mas a Palavra
que se fez carne em Cristo, Filho de Deus, Senhor e Redentor de todos os
homens.
O Cristo, cabeça da Igreja (2ª leitura) é o Cristo Senhor, o
Cristo-Palavra (evangelho). É ele que unifica a multiplicidade e diversidade
dos membros em um só corpo; é ele que, unindo com a sua palavra viva as mentes
e corações, cria a unidade da fé.
A leitura evangélica nos revela a atualidade da palavra de
Deus e o modo cristão de lê-la. "Hoje se cumpriu esta escritura que
acabais de ouvir" (Lc 4,21).
A palavra de Deus se realiza hoje
Cada página do evangelho não é palavra morta, mas palavra
viva, que Deus diz a nós e deve realizar-se hoje. O evangelho não narra apenas
a vida de Jesus, mas também a minha vida. O evangelho nos contém, nos envolve.
Por isto, a liturgia da Palavra não é uma simples lição moral, nem a afirmação
da esperança escatológica recebida dos profetas; mas proclama o cumprimento do
desígnio do Pai no hoje da vida e da assembleia. Não se contempla aí um passado
desaparecido, nem se imagina um futuro extraordinário, mas se vive o tempo
presente como lugar privilegiado da vinda do Senhor. Portanto, não se procura
aplicar aos fatos vividos pelos membros da assembleia um ou outro texto
inspirado, mas indicar que o acontecimento vivido hoje pelos homens e pelos
cristãos revela o desígnio de Deus que se realiza no Cristo.
Antigo e Novo Testamento se tornam atuais, próximos, se não
ficarmos presos à letra morta. Mais cedo ou mais tarde descobriremos que
podemos dizer a cada página: "Aqui se fala de nós. Eu sou Adão. Nós somos
os apóstolos no mar. Encontramo-nos precisamente como Jesus no caminho do Calvário
e da ressurreição. Assim, através da palavra de Deus, vamos lentamente
descobrindo como é nossa vida aos olhos dele, isto é, na sua dimensão
profunda...". A palavra que vem de Deus possui a força e a eficácia de
Deus. Interpela, provoca, consola, cria comunhão e salva, das mais diversas
maneiras, conforme os momentos e as formas; todo ato de pregação é glorificação
de Deus e acontecimento sociológico para os homens. Hoje também a Palavra quer
tornar-se carne para nossa vida.
Primeira Leitura: Ne 8,2-4a.5-6.8-10 -
Salmo: 18(19),8.9.10.15 (R. Jo 6,63c) - Segunda Leitura: 1Cor
12,12-30 - Evangelho: Lc 1,1-4;4,14-21
Fonte:
Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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