No dia 19 de março celebramos a festa de São José, o pai
legal de Cristo, o esposo puríssimo da mais nobre e alta de todas as criaturas,
a Santíssima Virgem Maria. Dada a escassez de dados bibliográficos relativos a
José, à literatura apócrifa dos primeiros séculos encarregou-se de
enriquecê-los a seu gosto. Por exemplo, que José era um homem muito avançado em
idade, casada com uma donzela. Não há base histórica para isso. O nome de José
em Hebraico significa: “Deus acrescenta ou cumula de bens”, e de fato José, o
carpinteiro de Nazaré, teve um crescimento contínuo de graças e privilégios.
Conhecemos pouco sobre a vida de São José: unicamente as rápidas referências transmitidas
pelos Evangelhos. Três passagens, porém, destacam-no acima de todos: “José era
homem justo” (Mt 1,19), “desposada a um homem chamado José” (Lc 1,27), “a ele
darás o nome de Jesus” (Mt 1,21). Este pouco, contudo, é o suficiente para destacar
seu papel primordial na história da salvação.
Pode se disser que a devoção a José é antiga, mas o culto
público e litúrgico é bastante recente, com o início no fim de século XV. Em 1870 o
papa Pio lX declarou José patrono da
Igreja Católica e, em 1955, o grande papa Pio Xll o declarou patrono dos
operários. Dois documentos oficiais do Vaticano falam sobre o culto
de São José: a Carta Encíclica “Quamquam Pluries” do papa Leão Xlll e a
Exortação Apostólica “Redemtoris Custos” do papa João Paulo ll (1989). O
papa João XXlll pediu sua proteção especial para o Concílio Vaticano ll e
acrescentou seu nome ao Cânon da Missa (1962). José é o elo de ligação entre o Antigo e o Novo
Testamento e o último dos patriarcas. A missão de José na história da salvação
constitui em dar a Jesus um nome, fazê-lo descendente da linhagem de Davi, como
era necessário para cumprir as promessas. “A primeira vez que José é
mencionado no Evangelho é na cena da anunciação em que Maria é chamada noiva de
um homem da casa de Davi de nome José. Depois aparece quando Maria aparentava
os sinais de sua divina maternidade e José lhe desconhecia a origem. Ele foi
tomado de terrível dúvida, na incerteza de como agir, mas o evangelista diz
que, sendo ele “homem justo”, não quis denunciar Maria de infidelidade, mas
preferiu tomar uma solução que, salvando a honra de Maria, teria provocado
certa odiosidade sobre a sua própria pessoa. Decidiu sumir do lugar” (cf. S. Conti,
O Santo do dia, Vozes, Petrópolis, 1990, p.126). Foi então em sonho que um anjo o avisou:
“José , filho de Davi, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa: o que
foi gerado nela provém do Espírito Santo, e ela dará à luz um filho a quem
porás o nome de Jesus, pois é ele que salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt
1,20-22). Depois deste fato, ainda se fala dele, quando outra vez o anjo lhe
apareceu em sonho avisando-o das intenções diabólicas de Herodes que pretendia
matar o Menino Jesus, e o manda fugir para o Egito. Pela última vez seu nome é mencionado no
Evangelho quando recebeu ordem de voltar do Egito porque já tinha falecido o
Rei Herodes. Depois disso só se fala dele indiretamente.
“Os evangelistas não citam uma só palavra de
José que aparece como o homem do silêncio, escondido e humilde. Mas em compensação
ele é o homem do trabalho, para sustentar sua família, é o homem reto,
obediente, de fé profunda, inteiramente disponível à vontade de Deus; alguém
que amou, creu e esperou em Deus e no Messias contra toda a esperança” (op.cit. p.126). José cooperou com o mistério da
Encarnação desde o matrimônio com Maria. Ela foi instrumento direto e físico
gerando de sua carne o Verbo. José foi instrumento indireto e moral, por
consentir num casamento virginal e por integrar a Sagrada Família.
Este é o santo incomparavelmente grande e simpático que
veneramos no dia 19 deste mês de março. Sua figura quase desaparece nos
primórdios do Cristianismo, para que se firma melhor a origem divina de Jesus.
Porém, grandes santos como São Bernardo, Santo Tomás de Aquino e Santo
Afonso Maria de Ligouri lhe dedicaram tratados cheios de devoção e entusiasmo.
Desde então seu culto cresceu continuamente. É ainda patrono dos pais de
família, dos tesoureiros, dos trabalhadores em geral. É advogado da boa morte e
especialmente dos seminários e centros de formação sacerdotal.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc
Donald - Redentorista e Assessor da CNBB
Reg. NE1
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza
Foto retirada da internet
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Fique com Deus e sob a
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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