101.
Para nada serviria descrever os sintomas, se não reconhecêssemos a raiz
humana da crise ecológica. Há um modo desordenado de conceber a vida e a ação
do ser humano, que contradiz a realidade até ao ponto de a arruinar. Não
poderemos deter-nos a pensar nisto mesmo? Proponho, pois, que nos concentremos
no paradigma tecnocrático dominante e no lugar que ocupa nele o ser humano e a
sua ação no mundo.
1. A tecnologia: criatividade
e poder
102.
A humanidade entrou numa nova era, em que o poder da tecnologia nos põe
diante duma encruzilhada. Somos herdeiros de dois séculos de ondas enormes de
mudanças: a máquina a vapor, a ferrovia, o telégrafo, a eletricidade, o
automóvel, o avião, as indústrias químicas, a medicina moderna, a informática
e, mais recentemente, a revolução digital, a robótica, as biotecnologias e as
nanotecnologias. É justo que nos alegremos com estes progressos e nos
entusiasmemos à vista das amplas possibilidades que nos abrem estas novidades
incessantes, porque «a ciência e a tecnologia são um produto estupendo da
criatividade humana que Deus nos deu».[81] A transformação da natureza para
fins úteis é uma característica do género humano, desde os seus primórdios; e assim
a técnica «exprime a tensão do ânimo humano para uma gradual superação de
certos condicionamentos materiais».[82] A tecnologia deu remédio a inúmeros
males, que afligiam e limitavam o ser humano. Não podemos deixar de apreciar e
agradecer os progressos alcançados especialmente na medicina, engenharia e
comunicações. Como não havemos de reconhecer todos os esforços de tantos
cientistas e técnicos que elaboraram alternativas para um desenvolvimento
sustentável?
103.
A tecnociência, bem orientada, pode produzir coisas realmente valiosas
para melhorar a qualidade de vida do ser humano, desde os objetos de uso
doméstico até aos grandes meios de transporte, pontes, edifícios, espaços
públicos. É capaz também de produzir coisas belas e fazer o ser humano, imerso
no mundo material, dar o «salto» para o âmbito da beleza. Poder-se-á negar a
beleza de um avião ou de alguns arranha-céus? Há obras pictóricas e musicais de
valor, obtidas com o recurso aos novos instrumentos técnicos. Assim, no desejo
de beleza do artífice e em quem contempla esta beleza dá-se o salto para uma
certa plenitude propriamente humana.
104.
Não podemos, porém, ignorar que a energia nuclear, a biotecnologia, a
informática, o conhecimento do nosso próprio DNA e outras potencialidades que
adquirimos, nos dão um poder tremendo. Ou melhor: dão, àqueles que detêm o
conhecimento e sobretudo o poder económico para o desfrutar, um domínio
impressionante sobre o conjunto do género humano e do mundo inteiro. Nunca a
humanidade teve tanto poder sobre si mesma, e nada garante que o utilizará bem,
sobretudo se se considera a maneira como o está a fazer. Basta lembrar as
bombas atómicas lançadas em pleno século XX, bem como a grande exibição de
tecnologia ostentada pelo nazismo, o comunismo e outros regimes totalitários e
que serviu para o extermínio de milhões de pessoas, sem esquecer que hoje a
guerra dispõe de instrumentos cada vez mais mortíferos. Nas mãos de quem está e
pode chegar a estar tanto poder? É tremendamente arriscado que resida numa
pequena parte da humanidade.
105.
Tende-se a crer que «toda a aquisição de poder seja simplesmente
progresso, aumento de segurança, de utilidade, de bem-estar, de força vital, de
plenitude de valores»[83], como se a realidade, o bem e a verdade
desabrochassem espontaneamente do próprio poder da tecnologia e da economia. A
verdade é que «o homem moderno não foi educado para o reto uso do poder»,[84]
porque o imenso crescimento tecnológico não foi acompanhado por um
desenvolvimento do ser humano quanto à responsabilidade, aos valores, à
consciência. Cada época tende a desenvolver uma reduzida autoconsciência dos
próprios limites. Por isso, é possível que hoje a humanidade não se dê conta da
seriedade dos desafios que se lhe apresentam, e «cresce continuamente a possibilidade
de o homem fazer mau uso do seu poder» quando «não existem normas de liberdade,
mas apenas pretensas necessidades de utilidade e segurança».[85] O ser humano
não é plenamente autónomo. A sua liberdade adoece, quando se entrega às forças
cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da violência
brutal. Neste sentido, ele está nu e exposto frente ao seu próprio poder que
continua a crescer, sem ter os instrumentos para o controlar. Talvez disponha
de mecanismos superficiais, mas podemos afirmar que carece de uma ética sólida,
uma cultura e uma espiritualidade que lhe ponham realmente um limite e o
contenham dentro dum lúcido domínio de si.
2. A globalização do paradigma
tecnocrático
106.
Mas o problema fundamental é outro e ainda mais profundo: o modo como
realmente a humanidade assumiu a tecnologia e o seu desenvolvimento juntamente
com um paradigma homogéneo e unidimensional. Neste paradigma, sobressai uma
concepção do sujeito que progressivamente, no processo lógico-racional, compreende
e assim se apropria do objeto que se encontra fora. Um tal sujeito
desenvolve-se ao estabelecer o método científico com a sua experimentação, que
já é explicitamente uma técnica de posse, domínio e transformação. É como se o
sujeito tivesse à sua frente a realidade informe totalmente disponível para a
manipulação. Sempre se verificou a intervenção do ser humano sobre a natureza,
mas durante muito tempo teve a característica de acompanhar, secundar as
possibilidades oferecidas pelas próprias coisas; tratava-se de receber o que a
realidade natural por si permitia, como que estendendo a mão. Mas, agora, o que
interessa é extrair o máximo possível das coisas por imposição da mão humana,
que tende a ignorar ou esquecer a realidade própria do que tem à sua frente.
Por isso, o ser humano e as coisas deixaram de se dar amigavelmente a mão,
tornando-se contendentes. Daqui passa-se facilmente à ideia dum crescimento
infinito ou ilimitado, que tanto entusiasmou os economistas, os teóricos da
finança e da tecnologia. Isto supõe a mentira da disponibilidade infinita dos
bens do planeta, que leva a «espremê-lo» até ao limite e para além do mesmo.
Trata-se do falso pressuposto de que «existe uma quantidade ilimitada de
energia e de recursos a serem utilizados, que a sua regeneração é possível de
imediato e que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural podem ser
facilmente absorvidos».[86]
107.
Assim podemos afirmar que, na origem de muitas dificuldades do mundo atual,
está principalmente a tendência, nem sempre consciente, de elaborar a
metodologia e os objetivos da tecnociência segundo um paradigma de compreensão
que condiciona a vida das pessoas e o funcionamento da sociedade. Os efeitos da
aplicação deste modelo a toda a realidade, humana e social, constatam-se na
degradação do meio ambiente, mas isto é apenas um sinal do reducionismo que afeta
a vida humana e a sociedade em todas as suas dimensões. É preciso reconhecer
que os produtos da técnica não são neutros, porque criam uma trama que acaba por
condicionar os estilos de vida e orientam as possibilidades sociais na linha
dos interesses de determinados grupos de poder. Certas opções, que parecem
puramente instrumentais, na realidade são opções sobre o tipo de vida social
que se pretende desenvolver.
108.
Não se consegue pensar que seja possível sustentar outro paradigma
cultural e servir-se da técnica como mero instrumento, porque hoje o paradigma
tecnocrático tornou-se tão dominante que é muito difícil prescindir dos seus
recursos, e mais difícil ainda é utilizar os seus recursos sem ser dominados
pela sua lógica. Tornou-se anticultural a escolha dum estilo de vida, cujos objetivos
possam ser, pelo menos em parte, independentes da técnica, dos seus custos e do
seu poder globalizante e massificador. Com efeito, a técnica tem tendência a
fazer com que nada fique fora da sua lógica férrea, e «o homem que é o seu
protagonista sabe que, em última análise, não se trata de utilidade nem de
bem-estar, mas de domínio; domínio no sentido extremo da palavra».[87] Por
isso, «procura controlar os elementos da natureza e, conjuntamente, os da
existência humana».[88] Reduzem-se assim a capacidade de decisão, a liberdade
mais genuína e o espaço para a criatividade alternativa dos indivíduos.
109.
O paradigma tecnocrático tende a exercer o seu domínio também sobre a
economia e a política. A economia assume todo o desenvolvimento tecnológico em
função do lucro, sem prestar atenção a eventuais consequências negativas para o
ser humano. A finança sufoca a economia real. Não se aprendeu a lição da crise
financeira mundial e, muito lentamente, se aprende a lição do deterioramento
ambiental. Nalguns círculos, defende-se que a economia atual e a tecnologia
resolverão todos os problemas ambientais, do mesmo modo que se afirma, com
linguagens não académicas, que os problemas da fome e da miséria no mundo serão
resolvidos simplesmente com o crescimento do mercado. Não é uma questão de
teorias económicas, que hoje talvez já ninguém se atreva a defender, mas da sua
instalação no desenvolvimento concreto da economia. Aqueles que não o afirmam
em palavras defendem-no com os factos, quando parece não preocupar-se com o
justo nível da produção, uma melhor distribuição da riqueza, um cuidado
responsável do meio ambiente ou os direitos das gerações futuras. Com os seus
comportamentos, afirmam que é suficiente o objetivo da maximização dos ganhos.
Mas o mercado, por si mesmo, não garante o desenvolvimento humano integral nem
a inclusão social.[89] Entretanto temos um «superdesenvolvimento dissipador e
consumista que contrasta, de modo inadmissível, com perduráveis situações de
miséria desumanizadora»,[90] mas não se criam, de forma suficientemente rápida,
instituições económicas e programas sociais que permitam aos mais pobres terem regularmente
acesso aos recursos básicos. Não temos suficiente consciência de quais sejam as
raízes mais profundas dos desequilíbrios actuais: estes têm a ver com a
orientação, os fins, o sentido e o contexto social do crescimento tecnológico e
econômico.
110.
A especialização própria da tecnologia comporta grande dificuldade para
se conseguir um olhar de conjunto. A fragmentação do saber realiza a sua função
no momento de se obter aplicações concretas, mas frequentemente leva a perder o
sentido da totalidade, das relações que existem entre as coisas, do horizonte
alargado: um sentido, que se torna irrelevante. Isto impede de individuar
caminhos adequados para resolver os problemas mais complexos do mundo atual,
sobretudo os do meio ambiente e dos pobres, que não se podem enfrentar a partir
duma única perspectiva nem dum único tipo de interesses. Uma ciência, que
pretenda oferecer soluções para os grandes problemas, deveria necessariamente
ter em conta tudo o que o conhecimento gerou nas outras áreas do saber,
incluindo a filosofia e a ética social. Mas este é atualmente um procedimento
difícil de seguir. Por isso também não se consegue reconhecer verdadeiros
horizontes éticos de referência. A vida passa a ser uma rendição às
circunstâncias condicionadas pela técnica, entendida como o recurso principal
para interpretar a existência. Na realidade concreta que nos interpela,
aparecem vários sintomas que mostram o erro, tais como a degradação ambiental,
a ansiedade, a perda do sentido da vida e da convivência social. Assim se
demonstra uma vez mais que «a realidade é superior à ideia».[91]
111.
A cultura ecológica não se pode reduzir a uma série de respostas
urgentes e parciais para os problemas que vão surgindo à volta da degradação
ambiental, do esgotamento das reservas naturais e da poluição. Deveria ser um
olhar diferente, um pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo
de vida e uma espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma
tecnocrático. Caso contrário, até as melhores iniciativas ecologistas podem
acabar bloqueadas na mesma lógica globalizada. Buscar apenas um remédio técnico
para cada problema ambiental que aparece, é isolar coisas que, na realidade,
estão interligadas e esconder os problemas verdadeiros e mais profundos do
sistema mundial.
112.
Todavia é possível voltar a ampliar o olhar, e a liberdade humana é
capaz de limitar a técnica, orientá-la e colocá-la ao serviço doutro tipo de
progresso, mais saudável, mais humano, mais social, mais integral. De facto
verifica-se a libertação do paradigma tecnocrático nalgumas ocasiões. Por
exemplo, quando comunidades de pequenos produtores optam por sistemas de
produção menos poluentes, defendendo um modelo não-consumista de vida, alegria
e convivência. Ou quando a técnica tem em vista prioritariamente resolver os
problemas concretos dos outros, com o compromisso de os ajudar a viver com mais
dignidade e menor sofrimento. E ainda quando a busca criadora do belo e a sua
contemplação conseguem superar o poder objetivador numa espécie de salvação que
acontece na beleza e na pessoa que a contempla. A humanidade autêntica, que
convida a uma nova síntese, parece habitar no meio da civilização tecnológica
de forma quase imperceptível, como a neblina que filtra por baixo da porta
fechada. Será uma promessa permanente que, apesar de tudo, desabrocha como uma
obstinada resistência daquilo que é autêntico?
113.
Além disso, as pessoas parecem já não acreditar num futuro feliz nem
confiam cegamente num amanhã melhor a partir das condições atuais do mundo e
das capacidades técnicas. Tomam consciência de que o progresso da ciência e da
técnica não equivale ao progresso da humanidade e da história, e vislumbram que
os caminhos fundamentais para um futuro feliz são outros. Apesar disso, também
não se imaginam renunciando às possibilidades que oferece a tecnologia. A
humanidade mudou profundamente, e o avolumar-se de constantes novidades
consagra uma fugacidade que nos arrasta à superfície numa única direção.
Torna-se difícil parar para recuperarmos a profundidade da vida. Se a arquitetura
reflete o espírito duma época, as megaestruturas e as casas em série expressam
o espírito da técnica globalizada, onde a permanente novidade dos produtos se
une a um tédio enfadonho. Não nos resignemos a isto nem renunciemos a
perguntar-nos pelos fins e o sentido de tudo. Caso contrário, apenas
legitimaremos o estado de facto e precisaremos de mais sucedâneos para suportar
o vazio.
114.
O que está a acontecer põe-nos perante a urgência de avançar numa
corajosa revolução cultural. A ciência e a tecnologia não são neutrais, mas
podem, desde o início até ao fim dum processo, envolver diferentes intenções e
possibilidades que se podem configurar de várias maneiras. Ninguém quer o
regresso à Idade da Pedra, mas é indispensável abrandar a marcha para olhar a
realidade doutra forma, recolher os avanços positivos e sustentáveis e ao mesmo
tempo recuperar os valores e os grandes objetivos arrasados por um
desenfreamento megalómano.
3. Crise do antropocentrismo
moderno e suas consequências
115.
O antropocentrismo moderno acabou, paradoxalmente, por colocar a razão
técnica acima da realidade, porque este ser humano «já não sente a natureza
como norma válida nem como um refúgio vivente. Sem se pôr qualquer hipótese,
vê-a, objetivamente, como espaço e matéria onde realizar uma obra em que se
imerge completamente, sem se importar com o que possa suceder a ela».[92] Assim
debilita-se o valor intrínseco do mundo. Mas, se o ser humano não redescobre o
seu verdadeiro lugar, compreende-se mal a si mesmo e acaba por contradizer a
sua própria realidade. «Não só a terra foi dada por Deus ao homem, que a deve
usar respeitando a intenção originária de bem, segundo a qual lhe foi entregue;
mas o homem é doado a si mesmo por Deus, devendo por isso respeitar a estrutura
natural e moral de que foi dotado».[93]
116.
Nos tempos modernos, verificou-se um notável excesso antropocêntrico,
que hoje, com outra roupagem, continua a minar toda a referência a algo de
comum e qualquer tentativa de reforçar os laços sociais. Por isso, chegou a
hora de prestar novamente atenção à realidade com os limites que a mesma impõe
e que, por sua vez, constituem a possibilidade dum desenvolvimento humano e
social mais saudável e fecundo. Uma apresentação inadequada da antropologia
cristã acabou por promover uma concepção errada da relação do ser humano com o
mundo. Muitas vezes foi transmitido um sonho prometeico de domínio sobre o
mundo, que provocou a impressão de que o cuidado da natureza fosse atividade de
fracos. Mas a interpretação correta do conceito de ser humano como senhor do
universo é entendê-lo no sentido de administrador responsável.[94]
117.
A falta de preocupação por medir os danos à natureza e o impacto
ambiental das decisões é apenas o reflexo evidente do desinteresse em
reconhecer a mensagem que a natureza traz inscrita nas suas próprias
estruturas. Quando, na própria realidade, não se reconhece a importância dum
pobre, dum embrião humano, duma pessoa com deficiência – só para dar alguns
exemplos –, dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza. Tudo
está interligado. Se o ser humano se declara autónomo da realidade e se
constitui dominador absoluto, desmorona-se a própria base da sua existência,
porque «em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da
criação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba por provocar a revolta
da natureza».[95]
118.
Esta situação leva-nos a uma esquizofrenia permanente, que se estende da
exaltação tecnocrática, que não reconhece aos outros seres um valor próprio,
até à reação de negar qualquer valor peculiar ao ser humano. Contudo não se
pode prescindir da humanidade. Não haverá uma nova relação com a natureza, sem
um ser humano novo. Não há ecologia sem uma adequada antropologia. Quando a
pessoa humana é considerada apenas mais um ser entre outros, que provém de
jogos do acaso ou dum determinismo físico, «corre o risco de atenuar-se, nas
consciências, a noção da responsabilidade».[96] Um antropocentrismo desordenado
não deve necessariamente ser substituído por um «biocentrismo», porque isto
implicaria introduzir um novo desequilíbrio que não só não resolverá os
problemas existentes, mas acrescentará outros. Não se pode exigir do ser humano
um compromisso para com o mundo, se ao mesmo tempo não se reconhecem e
valorizam as suas peculiares capacidades de conhecimento, vontade, liberdade e
responsabilidade.
119.
A crítica do antropocentrismo desordenado não deveria deixar em segundo
plano também o valor das relações entre as pessoas. Se a crise ecológica é uma
expressão ou uma manifestação externa da crise ética, cultural e espiritual da
modernidade, não podemos iludir-nos de sanar a nossa relação com a natureza e o
meio ambiente, sem curar todas as relações humanas fundamentais. Quando o
pensamento cristão reivindica, para o ser humano, um valor peculiar acima das
outras criaturas, suscita a valorização de cada pessoa humana e, assim,
estimula o reconhecimento do outro. A abertura a um «tu» capaz de conhecer,
amar e dialogar continua a ser a grande nobreza da pessoa humana. Por isso,
para uma relação adequada com o mundo criado, não é necessário diminuir a
dimensão social do ser humano nem a sua dimensão transcendente, a sua abertura
ao «Tu» divino. Com efeito, não se pode propor uma relação com o ambiente,
prescindindo da relação com as outras pessoas e com Deus. Seria um
individualismo romântico disfarçado de beleza ecológica e um confinamento
asfixiante na imanência.
120.
Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da
natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo
para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e
inoportunos, quando não se dá proteção a um embrião humano ainda que a sua
chegada seja causa de incómodos e dificuldades: «Se se perde a sensibilidade
pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham também outras formas
de acolhimento úteis à vida social».[97]
121.
Espera-se ainda o desenvolvimento duma nova síntese, que ultrapasse as
falsas dialéticas dos últimos séculos. O próprio cristianismo, mantendo-se fiel
à sua identidade e ao tesouro de verdade que recebeu de Jesus Cristo, não cessa
de se repensar e reformular em diálogo com as novas situações históricas,
deixando desabrochar assim a sua eterna novidade.[98]
O relativismo prático
122.
Um antropocentrismo desordenado gera um estilo de vida desordenado. Na
exortação apostólica Evangelii gaudium, referi-me ao relativismo prático que
caracteriza a nossa época e que é «ainda mais perigoso que o doutrinal».[99]
Quando o ser humano se coloca no centro, acaba por dar prioridade absoluta aos
seus interesses contingentes, e tudo o mais se torna relativo. Por isso, não
deveria surpreender que, juntamente com a omnipresença do paradigma
tecnocrático e a adoração do poder humano sem limites, se desenvolva nos
indivíduos este relativismo no qual tudo o que não serve os próprios interesses
imediatos se torna irrelevante. Nisto, há uma lógica que permite compreender
como se alimentam mutuamente diferentes atitudes, que provocam ao mesmo tempo a
degradação ambiental e a degradação social.
123.
A cultura do relativismo é a mesma patologia que impele uma pessoa a
aproveitar-se de outra e a tratá-la como mero objeto, obrigando-a a trabalhos forçados,
ou reduzindo-a à escravidão por causa duma dívida. É a mesma lógica que leva à
exploração sexual das crianças, ou ao abandono dos idosos que não servem os
interesses próprios. É também a lógica interna daqueles que dizem: «Deixemos
que as forças invisíveis do mercado regulem a economia, porque os seus efeitos
sobre a sociedade e a natureza são danos inevitáveis». Se não há verdades objetivas
nem princípios estáveis, fora da satisfação das aspirações próprias e das
necessidades imediatas, que limites pode haver para o tráfico de seres humanos,
a criminalidade organizada, o narcotráfico, o comércio de diamantes
ensanguentados e de peles de animais em vias de extinção? Não é a mesma lógica
relativista a que justifica a compra de órgãos dos pobres com a finalidade de
os vender ou utilizar para experimentação, ou o descarte de crianças porque não
correspondem ao desejo de seus pais? É a mesma lógica do «usa e joga fora» que
produz tantos resíduos, só pelo desejo desordenado de consumir mais do que realmente
se tem necessidade. Portanto, não podemos pensar que os programas políticos ou
a força da lei sejam suficientes para evitar os comportamentos que afetam o
meio ambiente, porque, quando é a cultura que se corrompe deixando de
reconhecer qualquer verdade objetiva ou quaisquer princípios universalmente
válidos, as leis só se poderão entender como imposições arbitrárias e
obstáculos a evitar.
A necessidade de defender o
trabalho
124.
Em qualquer abordagem de ecologia integral que não exclua o ser humano,
é indispensável incluir o valor do trabalho, tão sabiamente desenvolvido por
São João Paulo II na sua encíclica Laborem excercens. Recordemos que, segundo a
narração bíblica da criação, Deus colocou o ser humano no jardim recém-criado
(cf. Gn 2,15), não só para cuidar do existente (guardar), mas também para
trabalhar nele a fim de que produzisse frutos (cultivar). Assim, os operários e
os artesãos «asseguram uma criação perpétua» (Sir 38,34). Na realidade, a
intervenção humana que favorece o desenvolvimento prudente da criação é a forma
mais adequada de cuidar dela, porque implica colocar-se como instrumento de
Deus para ajudar a fazer desabrochar as potencialidades que Ele mesmo inseriu
nas coisas: «O Senhor produziu da terra os medicamentos; e o homem sensato não
os desprezará» (Sir 38,4).
125.
Se procurarmos pensar quais possam ser as relações adequadas do ser
humano com o mundo que o rodeia, surge a necessidade duma concepção correta do
trabalho, porque, falando da relação do ser humano com as coisas, impõe-se-nos
a questão relativa ao sentido e finalidade da ação humana sobre a realidade.
Não falamos apenas do trabalho manual ou do trabalho da terra, mas de qualquer atividade
que implique alguma transformação do existente, desde a elaboração dum balanço
social até ao projeto dum progresso tecnológico. Qualquer forma de trabalho
pressupõe uma concepção sobre a relação que o ser humano pode ou deve
estabelecer com o outro diverso de si mesmo. A espiritualidade cristã, a par da
admiração contemplativa das criaturas que encontramos em São Francisco de
Assis, desenvolveu também uma rica e sadia compreensão do trabalho, como
podemos encontrar, por exemplo, na vida do Beato Carlos de Foucauld e seus
discípulos.
126.
Algo se pode recolher também da longa tradição monástica. Nos
primórdios, esta favorecia de certo modo a fuga do mundo, procurando afastar-se
da decadência urbana. Por isso, os monges buscavam o deserto, convencidos de
que fosse o lugar adequado para reconhecer a presença de Deus. Mais tarde, São
Bento de Núrsia quis que os seus monges vivessem em comunidade, unindo oração e
estudo com o trabalho manual («Ora et labora»). Esta introdução do trabalho
manual impregnada de sentido espiritual revelou-se revolucionária. Aprendeu-se
a buscar o amadurecimento e a santificação na compenetração entre o
recolhimento e o trabalho. Esta maneira de viver o trabalho torna-nos mais
capazes de ter cuidado e respeito pelo meio ambiente, impregnando de sadia
sobriedade a nossa relação com o mundo.
127.
Afirmamos que «o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida
económico-social».[100] Apesar disso, quando no ser humano se deteriora a
capacidade de contemplar e respeitar, criam-se as condições para se desfigurar
o sentido do trabalho.[101] Convém recordar sempre que o ser humano é «capaz
de, por si próprio, ser o agente responsável do seu bem-estar material,
progresso moral e desenvolvimento espiritual».[102] O trabalho deveria ser o
âmbito deste multiforme desenvolvimento pessoal, onde estão em jogo muitas
dimensões da vida: a criatividade, a projetação do futuro, o desenvolvimento
das capacidades, a exercitação dos valores, a comunicação com os outros, uma
atitude de adoração. Por isso, a realidade social do munda atual exige que,
acima dos limitados interesses das empresas e duma discutível racionalidade
económica, «se continue a perseguir como prioritário o objetivo do acesso ao
trabalho para todos».[103]
128.
Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Não se deve procurar
que o progresso tecnológico substitua cada vez mais o trabalho humano:
procedendo assim, a humanidade prejudicar-se-ia a si mesma. O trabalho é uma
necessidade, faz parte do sentido da vida nesta terra, é caminho de maturação,
desenvolvimento humano e realização pessoal. Neste sentido, ajudar os pobres
com o dinheiro deve ser sempre um remédio provisório para enfrentar
emergências. O verdadeiro objetivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida
digna através do trabalho. Mas a orientação da economia favoreceu um tipo de
progresso tecnológico cuja finalidade é reduzir os custos de produção com base
na diminuição dos postos de trabalho, que são substituídos por máquinas. É mais
um exemplo de como a ação do homem se pode voltar contra si mesmo. A diminuição
dos postos de trabalho «tem também um impacto negativo no plano económico com a
progressiva corrosão do “capital social”, isto é, daquele conjunto de relações
de confiança, de credibilidade, de respeito das regras, indispensável em
qualquer convivência civil».[104] Em suma, «os custos humanos são sempre também
custos económicos, e as disfunções económicas acarretam sempre também custos
humanos».[105]Renunciar a investir nas pessoas para se obter maior receita
imediata é um péssimo negócio para a sociedade.
129.
Para se conseguir continuar a dar emprego, é indispensável promover uma
economia que favoreça a diversificação produtiva e a criatividade empresarial.
Por exemplo, há uma grande variedade de sistemas alimentares rurais de pequena
escala que continuam a alimentar a maior parte da população mundial, utilizando
uma porção reduzida de terreno e de água e produzindo menos resíduos, quer em
pequenas parcelas agrícolas e hortas, quer na caça e recolha de produtos
silvestres, quer na pesca artesanal. As economias de larga escala,
especialmente no sector agrícola, acabam por forçar os pequenos agricultores a
vender as suas terras ou a abandonar as suas culturas tradicionais. As
tentativas feitas por alguns deles no sentido de desenvolverem outras formas de
produção, mais diversificadas, resultam inúteis por causa da dificuldade de ter
acesso aos mercados regionais e globais, ou porque a infraestrutura de venda e
transporte está ao serviço das grandes empresas. As autoridades têm o direito e
a responsabilidade de adoptar medidas de apoio claro e firme aos pequenos
produtores e à diversificação da produção. Às vezes, para que haja uma
liberdade económica da qual todos realmente beneficiem, pode ser necessário pôr
limites àqueles que detêm maiores recursos e poder financeiro. A simples
proclamação da liberdade econômica, enquanto as condições reais impedem que
muitos possam efetivamente ter acesso a ela e, ao mesmo tempo, se reduz o
acesso ao trabalho, torna-se um discurso contraditório que desonra a política.
A atividade empresarial, que é uma nobre vocação orientada para produzir
riqueza e melhorar o mundo para todos, pode ser uma maneira muito fecunda de
promover a região onde instala os seus empreendimentos, sobretudo se pensa que
a criação de postos de trabalho é parte imprescindível do seu serviço ao bem
comum.
A inovação biológica a partir
da pesquisa
130.
Na visão filosófica e teológica do ser humano e da criação que procurei
propor, aparece claro que a pessoa humana, com a peculiaridade da sua razão e
da sua sabedoria, não é um fator externo que deva ser totalmente excluído. No
entanto, embora o ser humano possa intervir no mundo vegetal e animal e fazer
uso dele quando é necessário para a sua vida, o Catecismo ensina que as
experimentações sobre os animais só são legítimas «desde que não ultrapassem os
limites do razoável e contribuam para curar ou poupar vidas humanas».[106]
Recorda, com firmeza, que o poder humano tem limites e que «é contrário à
dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente
das suas vidas».[107] Todo o uso e experimentação «exige um respeito religioso
pela integridade da criação».[108]
131.
Quero recolher aqui a posição equilibrada de São João Paulo II, pondo em
destaque os benefícios dos progressos científicos e tecnológicos, que
«manifestam quanto é nobre a vocação do homem para participar de modo
responsável na ação criadora de Deus», mas ao mesmo tempo recordava que «toda e
qualquer intervenção numa área determinada do ecossistema não pode prescindir
da consideração das suas consequências noutras áreas».[109] Afirmava que a
Igreja aprecia a contribuição «do estudo e das aplicações da biologia
molecular, completada por outras disciplinas como a genética e a sua aplicação
tecnológica na agricultura e na indústria»,[110] embora dissesse também que
isto não deve levar a uma «indiscriminada manipulação genética»[111] que ignore
os efeitos negativos destas intervenções. Não é possível frenar a criatividade
humana. Se não se pode proibir a um artista que exprima a sua capacidade
criativa, também não se pode obstaculizar quem possui dons especiais para o
progresso científico e tecnológico, cujas capacidades foram dadas por Deus para
o serviço dos outros. Ao mesmo tempo, não se pode deixar de considerar os objetivos,
os efeitos, o contexto e os limites éticos de tal atividade humana que é uma
forma de poder com grandes riscos.
132.
Neste quadro, deveria situar-se toda e qualquer reflexão acerca da
intervenção humana sobre o mundo vegetal e animal que implique hoje mutações
genéticas geradas pela biotecnologia, a fim de aproveitar as possibilidades
presentes na realidade material. O respeito da fé pela razão pede para se
prestar atenção àquilo que a própria ciência biológica, desenvolvida
independentemente dos interesses económicos, possa ensinar a propósito das
estruturas biológicas e das suas possibilidades e mutações. Em todo o caso, é
legítima uma intervenção que atue sobre a natureza «para a ajudar a
desenvolver-se na sua própria linha, a da criação, querida por Deus».[112]
133.
É difícil emitir um juízo geral sobre o desenvolvimento de organismos
modificados geneticamente (OMG),
vegetais ou animais, para fins medicinais ou agropecuários, porque podem ser
muito diferentes entre si e requerer distintas considerações. Além disso, os
riscos nem sempre se devem atribuir à própria técnica, mas à sua aplicação
inadequada ou excessiva. Na realidade, muitas vezes as mutações genéticas foram
e continuam a ser produzidas pela própria natureza. E mesmo as provocadas pelo
ser humano não são um fenómeno moderno. A domesticação de animais, o cruzamento
de espécies e outras práticas antigas e universalmente seguidas podem
incluir-se nestas considerações. É oportuno recordar que o início dos
progressos científicos sobre cereais transgénicos foi a observação de bactérias
que, de forma natural e espontânea, produziam uma modificação no genoma dum
vegetal. Mas, na natureza, estes processos têm um ritmo lento, que não se
compara com a velocidade imposta pelos avanços tecnológicos atuais, mesmo
quando estes avanços se baseiam num desenvolvimento científico de vários
séculos.
134.
Embora não disponhamos de provas definitivas acerca do dano que poderiam
causar os cereais transgénicos aos seres humanos e apesar de, nalgumas regiões,
a sua utilização ter produzido um crescimento económico que contribuiu para
resolver determinados problemas, há dificuldades importantes que não devem ser
minimizadas. Em muitos lugares, na sequência da introdução destas culturas,
constata-se uma concentração de terras produtivas nas mãos de poucos, devido ao
«progressivo desaparecimento de pequenos produtores, que, em consequência da
perda das terras cultivadas, se viram obrigados a retirar-se da produção direta».[113]
Os mais frágeis deles tornam-se trabalhadores precários, e muitos assalariados
agrícolas acabam por emigrar para miseráveis aglomerados das cidades. A
expansão destas culturas destrói a complexa trama dos ecossistemas, diminui a
diversidade na produção e afeta o presente ou o futuro das economias regionais.
Em vários países, nota-se uma tendência para o desenvolvimento de oligopólios
na produção de sementes e outros produtos necessários para o cultivo, e a
dependência agrava-se quando se pensa na produção de sementes estéreis que
acabam por obrigar os agricultores a comprá-las às empresas produtoras.
135.
Sem dúvida, há necessidade duma atenção constante, que tenha em
consideração todos os aspectos éticos implicados. Para isso, é preciso
assegurar um debate científico e social que seja responsável e amplo, capaz de
considerar toda a informação disponível e chamar as coisas pelo seu nome. Às
vezes não se coloca sobre a mesa a informação completa, mas é selecionada de
acordo com os próprios interesses, sejam eles políticos, económicos ou
ideológicos. Isto torna difícil elaborar um juízo equilibrado e prudente sobre
as várias questões, tendo presente todas as variáveis em jogo. É necessário
dispor de espaços de debate, onde todos aqueles que poderiam de algum modo
ver-se, direta ou indiretamente, afetados (agricultores, consumidores,
autoridades, cientistas, produtores de sementes, populações vizinhas dos campos
tratados e outros) tenham possibilidade de expor as suas problemáticas ou ter
acesso a uma informação ampla e fidedigna para adoptar decisões tendentes ao
bem comum presente e futuro. A questão dos OMG é uma questão de carácter
complexo, que requer ser abordada com um olhar abrangente de todos os aspectos;
isto exigiria pelo menos um maior esforço para financiar distintas linhas de
pesquisa autónoma e interdisciplinar que possam trazer nova luz.
136.
Além disso, é preocupante constatar que alguns movimentos ecologistas
defendem a integridade do meio ambiente e, com razão, reclamam a imposição de
determinados limites à pesquisa científica, mas não aplicam estes mesmos
princípios à vida humana. Muitas vezes justifica-se que se ultrapassem todos os
limites, quando se faz experiências com embriões humanos vivos. Esquece-se que
o valor inalienável do ser humano é independente do seu grau de desenvolvimento.
Aliás, quando a técnica ignora os grandes princípios éticos, acaba por
considerar legítima qualquer prática. Como vimos neste capítulo, a técnica
separada da ética dificilmente será capaz de autolimitar o seu poder.
[81] João Paulo II, Discurso
aos representantes da ciência, da cultura e dos estudos superiores na
Universidade das Nações Unidas, em Hiroxima (25 de Fevereiro de 1981), 3: AAS
73 (1981), 422.
[82] Bento XVI, Carta enc.
Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 69:AAS 101 (2009), 702.
[83] Romano Guardini, Das Ende
der Neuzeit(Würzburg9 1965), 87.
[84] Ibidem.
[85] Ibid., 87-88.
[86] Pontifício Conselho
«Justiça e Paz», Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 462.
[87] Romano Guardini, Das Ende
der Neuzeit (Würzburg9 1965), 63-64.
[88] Ibid., 64.
[89] Cf. Bento XVI, Carta enc.
Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 35: AAS 101 (2009), 671.
[90] Ibid., 22: o. c., 657.
[91] Francisco, Exort. ap. Evangelii
gaudium (24 de Novembro de 2013), 231: AAS 105 (2013), 1114.
[92] Romano Guardini, Das Ende
der Neuzeit (Würzburg9 1965), 63.
[93] João Paulo II, Carta enc.
Centesimus annus (1 de Maio de 1991), 38: AAS83 (1991), 841.
[94] Cf. Declaração Love for Creation. An Asian Response to the Ecological Crisis: Colóquio promovido pela
Federação das Conferências Episcopais da Ásia, Tagaytay (31 de Janeiro a 5 de
Fevereiro de 1993), 3.3.2.
[95] João Paulo II, Carta enc.
Centesimus annus (1 de Maio de 1991),37: AAS 83 (1991), 840.
[96] Bento XVI, Mensagem para
o Dia Mundial da Paz de 2010, 2: AAS 102 (2010), 41.
[97] Idem, Carta enc. Caritas
in veritate (29 de Junho de 2009), 28:AAS 101 (2009), 663.
[98] Cf. Vicente de Lerins,
Commonitorium primum, cap. 23: PL 50, 668: «Ut annis scilicet consolidetur,
dilatetur tempore, sublimetur aetate – Fortalece-se com o decorrer dos anos,
desenvolve-se com o andar dos tempos, cresce através das idades».
[99] N. 80: AAS 105 (2013),
1053.
[100] Conc. Ecum. Vat. II,
Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 63.
[101] Cf. João Paulo II, Carta
enc. Centesimus annus (1 de Maio de 1991), 37: AAS 83 (1991), 840.
[102] Paulo VI, Carta enc. Populorum
progressio (26 de Março de 1967), 34: AAS 59 (1967), 274.
[103] Bento XVI, Carta enc.
Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 32: AAS 101 (2009), 666.
[104] Ibidem.
[105] Ibidem.
[106] Catecismo da Igreja
Católica, 2417.
[107] Ibid., 2418.
[108] Ibid., 2415.
[109] Mensagem para o Dia
Mundial da Paz de 1990, 6: AAS 82 (1990), 150.
[110] Discurso à Pontifícia
Academia das Ciências (3 de Outubro de 1981), 3: Insegnamenti 4/2 (1981), 333;
L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 11/X/1981), 8.
[111] Mensagem para o Dia
Mundial da Paz de 1990, 7: AAS 82 (1990), 151.
[112] João Paulo II, Discurso
à 35ª Assembleia Geral da Associação Médica Mundial (29 de Outubro de 1983),
6: AAS 76 (1984), 394; L’Osservatore
Romano (ed. portuguesa de 13/XI/1983), 7.
[113] Conferência Episcopal da
Argentina – Comissão de Pastoral Social, Una tierra para todos (Junho de 2005),
19.
Fonte: Libreria Editrice
Vaticana
w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html
Foto retirada da internet
caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.
Observação:
Os escritos em vermelho fosco não pertencem ao texto original.
CAPÍTULOS: Introdução - I - II - III
Fique com Deus e sob a
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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