Semana Santa - 2ª Semana do Saltério
Prefácio da Paixão II - Ofício próprio
Cor: Roxo - Ano “C” - Lucas
Antífona:
Salmo 34,1-2; Salmo 139,8 Acusai, Senhor,
meus acusadores; combatei aqueles que me combatem! Tomai escudo e armadura,
levantai-vos, vinde em meu socorro! Senhor, meu Deus, força que me salva!
Oração do Dia: Concedei, ó Deus, ao vosso povo, que
desfalece por sua fraqueza, recobrar novo alento pela paixão do vosso Filho. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira
Leitura: Livro do Profeta Isaías 42,1-7
“Eis o meu
servo - eu o recebo; eis o meu eleito - nele se compraz minh’alma; pus meu
espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. Ele não clama nem
levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana rachada nem
apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a
verdade. Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a
justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos”.
Isto diz o
Senhor Deus, que criou o céu e o estendeu, firmou a terra e tudo que dela
germina, que dá a respiração aos seus habitantes e o sopro da vida ao que nela
se move: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te
formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para
abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os
que vivem nas trevas. - Palavra do Senhor.
Comentário: A cruz assinalou a inversão
de toda lógica humana. Com ela Jesus atingiu o fundo, não só da humilhação, mas
da derrota, da qual não se teria podido nunca levantar. Entretanto, de sua
morte saiu a vida, do aviltamento, a suprema glorificação. No livro de Isaias
havíamos encontrado estas violentas oposições, que refletem os acontecimentos
da história de Israel; encontramo-las agora como sistematizadas nos quatro
poemas do Servo de Javé numa progressão de temas que vai da vocação do Servo à
sua morte expiadora. Perante esta figura, todos os nossos esquemas explodem.
Percebemos que somos homens limitados, incapazes de compreender os planos de
Deus de neles entrar. A salvação não será nunca obra nossa, mas dom, gratuito
para nós e sofrido por quem no-lo mereceu. Por força da vocação, o Servo é
destinado a conciliar em sua ação qualidades que se mostram inconciliáveis. (Missal
Cotidiano)
Salmo:
26, 1. 2.
3. 13-14 (R. 1a) O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor é minha luz e salvação; de quem
eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
Quando avançam os malvados contra mim,
querendo devorar-me, são eles, inimigos e opressores, que tropeçam e sucumbem.
Se contra mim um exército se armar, não
temerá meu coração; se contra mim uma batalha estourar, mesmo assim confiarei.
Sei que a bondade do Senhor eu hei de
ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, Espera no Senhor.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 12,1-11
Seis dias
antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia
ressuscitado dos mortos. Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e
Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Maria, tomando quase meio
litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os
com seus cabelos. A
casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo.
Então, falou
Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: “Por
que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para dá-las aos
pobres?” Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque
era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela.
Jesus, porém, disse: “Deixa-a; ela fez isto em vista do dia da minha sepultura.
Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis”.
Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia,
foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que
Jesus ressuscitara dos mortos. Então, os sumos sacerdotes decidiram matar
também Lázaro, porque por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam
em Jesus. - Palavra
da Salvação.
Comentários:
A
vida e as atitudes de Jesus sempre causaram reações contraditórias de aceitação
ou rejeição. A morte de Jesus também não foi diferente. Para os principais
dentre os judeus, a morte de Jesus significou a realização dos seus planos e
uma vitória conquistada no sentido da manutenção da ordem estabelecida. Para o
poder romano, não significou nada, pois ele foi mais um entre os muitos que são
condenados à morte. Mas quem o amava, houve um momento de carinho e atenção à
sua pessoa antes que a morte chegasse trazendo o sofrimento, a dor e a
separação. (CNBB)
Apesar
das investidas de seus inimigos, a vida de Jesus foi também permeada de
verdadeiras amizades. Entre elas, a de uma família de Betânia, onde se hospedava,
quando ia a Jerusalém. Maria, Marta e Lázaro privavam da amizade do Mestre e
com ele se entretinham. Nesta casa, ele se sentia bem. Maria foi protagonista
de um gesto premonitório da morte de Jesus. O sentido da unção com um perfume
puro e precioso superava a simples cortesia com um hóspede querido. Ela estava
fazendo o que, por ocasião da morte de Jesus, não se teria tempo de fazer:
preparar o corpo dele para a sepultura, ungindo-o com aromas. O Mestre interpretou
assim o gesto da amiga. A interpretação maldosa de Judas não foi aceita por
Jesus, sendo também denunciada pelo evangelista. O traidor não estava nem um
pouco preocupado com os pobres. Seus olhos cobiçosos e corruptos estavam
voltados para a bolsa comum, de onde roubava o dinheiro do grupo, sem
escrúpulos. A amizade levou Maria a realizar um gesto espontâneo cujo
significado ultrapassava a capacidade de compreensão do traidor. Ele, ao invés,
tendo privado da presença de Jesus, não se deixou tocar pelo Mestre e foi
inconveniente diante de um gesto sincero de amizade. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
SANTO DO DIA
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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