CEIA DO SENHOR - 2ª Semana do Saltério
Prefácio da Eucaristia - Ofício Próprio
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” Lucas
Antífona:
Gálatas 6,14 A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser
a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e
libertou.
Oração do Dia: Ó Pai, estamos reunidos para a santa ceia, na qual o vosso filho único,
ao entregar-se à morte, deu à sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como
banquete do seu amor. Concedei-nos, por mistério tão excelso, chega à plenitude
da caridade e da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira
Leitura: Êxodo 12,1-8.11-14
Naqueles dias: O
Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: “Este mês será para vós o começo dos
meses; será o primeiro mês do ano. Falai a toda a comunidade dos filhos de
Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família,
um cordeiro para cada casa. Se a família não for bastante numerosa para comer
um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de
pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro.
O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um
cordeiro, como um cabrito: e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste
mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde.
Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas
casas em que o comerem. Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com
pães ázimos e ervas amargas. Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos,
sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto
é, a ‘Passagem’ do Senhor!
E naquela noite
passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos,
desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do
Egito, eu, o Senhor. O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao
ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora,
quando eu ferir a terra do Egito. Este dia será para vós uma festa memorável em
honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição
perpétua. - Palavra do Senhor.
Comentário: O relato da celebração da
Páscoa israelita está inserido no contexto do movimento de libertação da
escravidão no Egito. É a atualização de um ritual antigo, realizado entre os
pastores, para reconciliar-se com a divindade, afastar os maus espíritos e, assim,
assegurar o bem-estar das famílias com seus rebanhos. A experiência da
libertação dos escravos no Egito torna-se a marca registrada de sua própria
identidade. O povo de Israel nasceu com o êxodo. Diversos grupos de diferentes
origens unem-se ao redor de um projeto de liberdade e autonomia. Pouco a pouco,
vai se firmando a consciência de pertença ao “povo de Deus”. De fato, somente
sob a intervenção divina foi possível a caminhada de libertação. Essa certeza
atravessa as gerações, conforme constatamos nos diversos escritos do Primeiro
Testamento. A celebração da Páscoa foi sendo adotada por Israel como memória
exemplar do acontecimento fundante do êxodo. Ela atualiza a presença de Deus na
história do povo. É uma presença atenta e atuante na defesa da vida das pessoas
oprimidas. Celebrar a memória do êxodo, portanto, significa reavivar a
consciência de ser um povo abençoado. Significa reanimar o povo para a
fidelidade à aliança com Deus, que é companheiro na caminhada. É
comprometer-se, no presente, com o processo de libertação. A Páscoa, portanto,
é memória subversiva. Unindo elementos antigos e novos, a narrativa da Páscoa
enfatiza a necessidade da celebração por ordem divina, num dia preciso, no
“primeiro mês do ano”. Corresponde ao início da primavera, tempo em que
desabrocha a vida nova. O cordeiro é essencial nessa celebração: é a oferta de
cada família e de toda a comunidade, em reconhecimento à bondade divina. Para
isso, é escolhido e preparado um cordeiro, sem defeito, para imolá-lo. A
integridade física do animal é o que de melhor o povo pode ofertar a Deus como
sinal de gratidão por tudo o que ele oferece. O sangue para marcar a porta da
casa tem o sentido de garantia de vida para as pessoas que nela habitam. É um
povo eleito sob a proteção de Deus. Não será atingido pela última praga, ou
seja, a morte dos primogênitos (a narrativa da Páscoa está situada entre a
penúltima e a última praga). Assim, o povo terá um futuro garantido sob as
bênçãos divinas. A refeição é feita num clima de urgência – rins cingidos,
sandálias nos pés e cajado na mão –, atualizando assim a movimentação do povo
escravizado em vista de sua libertação. Com ervas amargas, para lembrar a vida
difícil do povo enquanto escravo no Egito; com pães ázimos, pois a pressa não
permite que o fermento possa levedar a massa. O pão puro é símbolo de
fidelidade ao projeto de libertação, que inclui a caminhada pelo deserto,
animados pelo sonho da terra prometida. Como se vê, o ritual da Páscoa é memória
ligada ao compromisso de caminhar na conquista de um mundo de liberdade, paz e
dignidade. (Vida Pastoral)
Salmo:
115(116B),12-13.15-16bc.17-18
O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
Que poderei retribuir ao Senhor Deus por
tudo aquilo que ele fez em meu favor? Elevo o cálice da minha salvação,
invocando o nome santo do Senhor.
É sentida por demais pelo Senhor a morte
de seus santos, seus amigos. Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, mas me
quebrastes os grilhões da escravidão!
Por isso oferto um sacrifício de louvor,
invocando o nome santo do Senhor. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na
presença de seu povo reunido.
Segunda
Leitura: 1ª Coríntios 11,23-26
Irmãos: O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos
transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois
de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei
isto em minha memória”. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e
disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele
beberdes, fazei isto em minha memória”. Todas às vezes, de fato, que comerdes
deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até
que ele venha. -
Palavra do Senhor.
Comentário: O texto da liturgia de hoje
corresponde ao relato mais antigo da última ceia de Jesus. São Paulo revela ser
a transmissão do que ele mesmo recebeu do Senhor: trata-se da tradição dos
apóstolos, que, por serem eles testemunhas oculares de Jesus histórico, é
respeitada com veneração. A ceia, celebrada pelas comunidades cristãs
primitivas não seguiam fórmulas fixas e uniformes. De modo comum, era realizada
em forma de refeição, ocasião em que se fazia – comemorando a sua entrega – a
memória de Jesus, cujo corpo é representado pelo pão e pelo vinho. É celebração
da nova aliança, inaugurada por Jesus e da qual os cristãos se tornam
participantes. No texto da liturgia de hoje, percebemos os elementos essenciais
da eucaristia. Jesus a instituiu como memória de sua morte. É sacrifício (=
ação sagrada), dom total de Jesus, em consciência e liberdade, pela vida do
mundo. É sustento para os que dela participam, comprometidos na vivência do
amor, até que Jesus venha. É bom não esquecer o contexto imediato em que o
texto está inserido (11,17-24). Paulo pronuncia-se em forma de reprimenda. A
Igreja de Corinto reunia-se no propósito de participar da ceia sem o principal
requisito para a celebração: a solidariedade com os pobres. A divisão existente
na comunidade revelava uma conduta egoísta e discriminatória. A participação do
mesmo pão e do mesmo cálice é comunhão com o Corpo do Senhor, a qual não pode
estar dissociada da comunhão com os irmãos, ainda mais com o agravante de serem
pessoas necessitadas. (Vida Pastoral)
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 13,1-15
Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado
a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no
mundo, amou-os até o fim.
Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de
Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. Jesus, sabendo
que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para
Deus voltava, levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a
na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos,
enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro
disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais
tarde compreenderás”. Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”
Mas Jesus respondeu:
“Se eu
não te lavar, não terás parte comigo”. Simão
Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e
a cabeça”. Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés,
porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. Jesus
sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
Depois de ter lavado os pés dos
discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos:
“Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis
bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés,
também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que
façais a mesma coisa que eu fiz. - Palavra
da Salvação.
Comentários:
O
grupo de discípulos de Jesus teve muitas oportunidades de ser instruído por
ele, em suas contínuas peregrinações. Cada um, porém, trazia consigo seus
esquemas culturais e religiosos, nem sempre fáceis de serem questionados e de
passarem por um processo de conversão. Um destes esquemas dizia respeito à
desigualdade fundamental entre as pessoas e à consequente relação de superioridade
de umas sobre as outras. A proposta de Reino, proclamada por Jesus, partia da
igualdade fundamental entre todos os seres humanos. Portanto, a mentalidade
reinante chocava-se frontalmente com o seu projeto. E Jesus não hesitou em
tocar neste tabu. A forma escolhida foi a de pôr-se a lavar os pés dos
discípulos, por ocasião da última ceia. A reação impertinente de Pedro revelou
seu horizonte cultural. Jesus o questionou: se ele não estivesse disposto a
deixá-lo lavar-lhe os pés, não teria a menor condição de continuar a ser seu
discípulo. Se Pedro impedisse o Mestre de assumir a postura serviçal de um
escravo, invertendo os papéis, futuramente haveria de se perpetuar, na
comunidade cristã, a estrutura social denunciada pela pregação de Jesus. O
Reino, neste caso, ficaria privado de sua originalidade e o projeto de Deus
dificilmente se implantaria na história humana. A lição do Mestre era
cristalina: sua dignidade não ficou diminuída por ter-se curvado diante dos
discípulos. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
SANTO DO DIA
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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