A Quaresma é
tempo de conversão, a Igreja nos convida a intensificar a oração e a penitencia
como forma de estreitarmos nossa relação com Cristo. Agora com o inicio da
Semana Santa surge um novo convite, dessa vez para que com Santo Agostinho
reflitamos a dimensão do amor de Deus por sua criatura.
ORAÇÃO: Concedei ó Deus ao vosso
povo, que desfalece por sua fraqueza, recobrar novo alento pela Paixão do Vosso
Filho, que Convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Gloriemo-nos também nós na Cruz do Senhor! A paixão de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo é para nós penhor de glória e exemplo de paciência. Haverá alguma
coisa que não possam esperar da graça divina os corações dos fiéis, pelos quais
o Filho unigênito de Deus, eterno como o Pai, não apenas quis
nascer como homem entre os homens, mas quis também morrer pelas mãos dos homens
que tinha criado?
Grandes coisas o
Senhor nos promete no futuro! Mas o que ele fez por nós e agora celebramos é
ainda muito maior. Onde estávamos ou quem éramos, quando Cristo morreu por nós
pecadores? Quem pode duvidar que ele dará a vida
aos seus fiéis, quando já lhes deu até a sua morte? Por que a fraqueza humana ainda hesita
em acreditar que um dia os homens viverão em Deus? Muito mais incrível é o que
já aconteceu: Deus morreu pelos homens.
Quem é Cristo senão
aquele que no princípio era a palavra,
e a palavra estava com Deus, e a palavra era Deus? (Jo 1,1). Essa
palavra de Deus se fez carne e habitou
entre nós (Jo 1,14). Se não tivesse tomado da nossa natureza a carne
mortal, Cristo não teria possibilidade de morrer por nós. Mas deste modo o
imortal pôde morrer e dar sua vida aos mortais. Fez-se participante de
nossa morte para nos tornar participantes de sua vida. De fato, assim como os homens, pela
sua natureza, não tinham possibilidade alguma de alcançar a vida, também ele,
pela sua natureza não tinha possibilidade alguma de sofrer a morte. Por isso
entrou, de modo admirável, em comunhão conosco: de nós assumiu a mortalidade, o
que lhe possibilitou morrer; e dele recebemos a vida.
Portanto, de modo
algum devemos envergonhar-nos da morte de nosso Deus e Senhor; pelo contrário,
nela devemos confiar e gloriar-nos acima de tudo. Pois tomando sobre si
a morte que em nós encontrou, garantiu com total fidelidade dar-nos a vida que
não podíamos obter por nós mesmos.
Se ele tanto nos
amou, a ponto de, sem pecado, sofrer por nós pecadores, como não dará o que
merecemos por justiça, fruto da sua justificação? Como não dará a recompensa
aos justos, ele que é fiel em suas promessas e, sem pecado suportou o castigo
dos pecadores? Reconheçamos corajosamente, irmãos, e proclamemos bem alto que
Cristo foi crucificado por amor de nós; digamos não com temor,
mas com alegria, não com vergonha, mas com santo orgulho.
O apóstolo Paulo
compreendeu bem esse mistério e o proclamou como um título de glória. Ele, que
teria muitas coisas grandiosas e divinas para recordar a respeito de Cristo,
não disse que se gloriava dessas grandezas admiráveis – por exemplo, que sendo
Cristo Deus como o Pai, criou o mundo; e, sendo homem como nós, manifestou o
seu domínio sobre o mundo – mas afirmou: Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus
Cristo (Gl 6,14).
Reflexão: Santo Agostinho
Colaboração: Pe. Rivaldo Ferreira
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Ricardo Feitosa e
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