Convido você a refletir sobre os milagres, mas antes peço
que recorde as palavras de Jesus: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém
ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele
comigo” (Ap 3,20). Faço esse convite preliminar exatamente porque,
para os milagres acontecerem em nossa vida é necessário estar aberto,
desarmado, desprovido de ressalvas, “tanto para o que vamos ouvir”, quanto para
“de quem vamos ouvir”.
É comum ouvirmos nos dias atuais a expressão: “Milagres
não mais acontecem nos nossos dias”; é comum, mas não é correto,
principalmente quando escutamos sair justamente da boca de pessoas que vivem a
realidade da igreja, da comunidade e de grupos de oração.
Deus sempre está disposto a operar milagres, Ele caminha ao
nosso lado, ouvindo o nosso desabafo, vendo as nossas necessidades e duvidas da
mesma forma que Jesus caminhou com os discípulos de Emaús.
É certo dizer que algumas vezes barramos
o milagre?
Vejamos o que aconteceu no caminho para Emaús; os
discípulos andavam e falavam sobre “tudo”, podemos entender que quem fala sobre
tudo não focaliza o principal, também
podemos deduzir que quem não sabe para onde ir, todo caminho é bom, basta ver que eles levaram um dia inteiro para
percorrer “onze quilômetros”. Será que muitas vezes não fazemos a mesma coisa
diante de uma dificuldade, caminhamos a esmo, sem focar na solução e em quem
pode trazer a solução.
É notório que anulamos o milagre
justamente por não darmos credito ao portador do mesmo. Vejamos mais
uma vez o que aconteceu em Emaús. O próprio Jesus caminhou ao lado deles, eles
reconheceram? Não! Jesus quis até interagir, e o que foi que eles
disseram; “quem és tu que nada sabe”.
O que aconteceu com os discípulos de Emaús infelizmente é
algo que é corriqueiro em nossos dias, se alguém famoso ou uma pessoa por quem
temos uma profunda gratidão nos fala, somos todo ouvido; em contrapartida, se a
pessoa que nos fala é alguém comum ou um completo desconhecido... a história é
completamente diferente. Somos tendenciosos a fechar o coração, perder tempo
buscando compreender o que nos é apresentado, seria desnecessário. Preferimos
voltar o rosto a uma completa indiferença.
Jesus fala para nós a mesma coisa que falou aos discípulos:
“Como vocês custam para entender, e como demoram para acreditar
em tudo o que os profetas falaram!” (Lc 24,25). Como
somos céticos quando o assunto é milagre, queremos sim que o milagre aconteça,
até dedicamos boa parte da nossa oração suplicando o milagre, acontece
que na nossa ânsia, esquecemo-nos de pedir a Deus que nos prepare para
recebê-lo.
Milagres acontecem sim, porque essa é a vontade de Deus,
acontecem por pura misericórdia D’aquele que nos amou primeiro, D’aquele que
nos reservou desde toda a eternidade; só que na maioria das vezes ele vem
disfarçado, ele vem não do jeito que pedimos, ele vem sim, mas não através do
portador que esperávamos, e ai por não termos a intimidade necessária com Deus
para vislumbrarmos a Sua presença no irmão portador do milagre, deixamos a
graça passar.
Santo Irineu dizia que “Deus é a glória do homem e o homem é o
compêndio das obras de Deus”, já Einstein afirmava que “só
há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não
existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre”. Diante
dessas verdades ouso perguntar:
Porque é tão difícil
acreditar no Deus que vive dentro de cada irmão, e que o milagre de Deus passa
pela mão desse irmão?
Texto: Ricardo e Marta
Foto retirada da internet
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Fique com Deus e sob a
proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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