domingo, 17 de abril de 2016

Liturgia Diária Comentada 18/04/2016 Segunda-feira

4ª Semana da Páscoa - 4ª Semana do Saltério
Prefácio pascal - Ofício próprio
Cor: Branco - Ano “C” Lucas

Antífona: Romanos 6,9 - O Cristo, ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não tem mais poder sobre ele, aleluia!

Oração do Dia: Ó Deus, que, pela humilhação do vosso Filho, reerguestes o mundo decaído, enchei de santa alegria os vossos filhos e filhas que libertastes da escravidão do pecado e concedei-lhes a felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos 11,1-18

Naqueles dias, os apóstolos e os irmãos, que viviam na Judéia, souberam que também os pagãos haviam acolhido a Palavra de Deus. Quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis de origem judaica começaram a discutir com ele, dizendo: “Tu entraste na casa de pagãos e comeste com eles!”

Então, Pedro começou a contar-lhes, ponto por ponto, o que havia acontecido: “Eu estava na cidade de Jope e, ao fazer oração, entrei em êxtase e tive a seguinte visão: Vi uma coisa parecida com uma grande toalha que, sustentada pelas quatro pontas, descia do céu e chegava até junto de mim. Olhei atentamente e vi dentro dela quadrúpedes da terra, animais selvagens, répteis e aves do céu. Depois ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro, mata e come’. Eu respondi: ‘De modo nenhum, Senhor! Porque jamais entrou coisa profana e impura na minha boca’. A voz me disse pela segunda vez: ‘Não chames impuro o que Deus purificou’. Isso se repetiu por três vezes. Depois a coisa foi novamente levantada para o céu. 

Nesse momento, três homens se apresentaram na casa em que nos encontrávamos. Tinham sido enviados de Cesaréia à minha procura. O Espírito me disse que eu fosse com eles sem hesitar. Os seis irmãos que estão aqui me acompanharam e nós entramos na casa daquele homem. Então ele nos contou que tinha visto um anjo apresentar-se em sua casa e dizer: ‘Manda alguém a Jope para chamar Simão, conhecido como Pedro. Ele te falará de acontecimentos que trazem a salvação para ti e para toda a tua família’.

Logo que comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles, da mesma forma que desceu sobre nós no princípio. Então eu me lembrei do que o Senhor havia dito: ‘João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo’. Deus concedeu a eles o mesmo dom que deu a nós que acreditamos no Senhor Jesus Cristo. Quem seria eu para me opor à ação de Deus? Ao ouvirem isso, os fiéis de origem judaica se acalmaram e glorificaram a Deus, dizendo: “Também aos pagãos Deus concedeu a conversão que leva para a vida!” - Palavra do Senhor.

Comentário: O episódio de Jope e o batismo do pagão Cornélio representam uma superação, no plano prático e de princípio, do particularismo judaico e uma nítida tomada de consciência da destinação universal da Igreja. A partir deste momento, torna-se claro, pelo menos na linha dos princípios, que os pagãos poderão ser levados ao batismo sem serem primeiro submetidos às práticas e observâncias do judaísmo. A decisão de Pedro – chefe da nova comunidade – não será uma conquista fácil para a Igreja primitiva. Passará por reconsiderações e retrocessos, especialmente junto aos “judaizantes”, preocupados com a pureza legal e incapazes de compreender o alcance revolucionário do evangelho de liberdade pregado por Jesus. Também Pedro, que é herói neste episódio, conhecerá hesitações, recuará de suas decisões. Dando a fé aos pagãos impuros, Deus lhes purificou os corações. O corpo, embora não circunciso, será purificado pela irradiação da circuncisão do coração, ou seja, pela conversão. (Missal Cotidiano)

Salmo: 41(42), 2-3; 42, 3.4 (R. Cf. Sl 41, 3a)

Minha alma suspira por vós, ó meu Deus.
Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus!

A minh’alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?

Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso Monte santo, até vossa morada!

Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!

Evangelho de Jesus Cristo segundo João 10,1-10

Naquele tempo, disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante.

Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer.

Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. - Palavra da Salvação.

Comentários:

Deus afirmou, através do Profeta Jeremias, que ele daria ao seu povo pastores segundo o seu coração e, mais tarde, pela boca do Profeta Ezequiel, que ele mesmo seria o pastor do seu povo. O Evangelho de hoje nos mostra que Deus está cumprindo a sua promessa, pois o Filho, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, é quem afirma: "Eu sou o bom pastor". É o próprio Deus que se coloca a serviço das pessoas com a finalidade de reuni-las num único rebanho. E hoje a Igreja, o Corpo Místico de Cristo, é a continuadora da obra do Pastor, de modo que nela o ser humano é convidado a participar da divina missão do pastoreio. (CNBB)

Os discípulos devem estar alertas. De todos os lados, surgem pressões, visando afastá-los do projeto de Jesus. Quem não está atento, corre o risco de ser enganado. O pastor das ovelhas age de maneira muito diferente dos salteadores e ladrões. Cada um é reconhecido por seu modo de proceder. O pastor tem com as ovelhas um relacionamento feito de confiança e amizade. A intimidade permite que se conheçam mutuamente. As ovelhas conhecem-no pela voz. Ele as chama pelo nome. Cada ovelha tem um valor particular. Elas são levadas para pastar, sob a atenta vigilância do pastor, que lhes dá segurança e as defende. Esta é a imagem do relacionamento de Jesus com seus discípulos. Contrariamente ao pastor, agem os estranhos que não nutrem um autêntico interesse pelas ovelhas. Atuando com engodo, podem colocá-las em perigo. Sua única preocupação consiste em tirar proveito de sua ingenuidade, abandonando-as quando não se prestam às suas perversas intenções. A atitude natural das ovelhas é fugir, quando se aproxima um estranho, cuja voz não conhecem. Elas sabem que estão correndo perigo. Contudo, são suficientemente espertas para não se deixarem levar por quem é ladrão e salteador. O discípulo de Jesus não se deixa enganar. Ele sabe distinguir muito bem entre o pastor e os ladrões e salteadores. Por isso, não hesita em fugir, quando estes se aproximam. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)

Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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