11ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Salmo 26,7.9 Ouvi, Senhor,
a voz do meu apelo: tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor:
não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador!
Oração do Dia: Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao
nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da
vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo
os vossos mandamentos. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Primeiro Livro dos
Reis 21,17-29
Após a morte de
Nabot, a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos:
“Levanta-te e desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que reina em Samaria.
Ele está na vinha de Nabot, aonde desceu para dela tomar posse. Isto lhe dirás:
‘Assim fala o Senhor: Tu mataste e ainda por cima roubas!’ E acrescentarás:
‘Assim fala o Senhor: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot,
lamberão também o teu’”. Acab disse a Elias: “Afinal encontraste-me, ó meu
inimigo?” Elias respondeu: “Sim, eu te encontrei. Porque te vendeste para fazer
o que desagrada ao Senhor, farei cair sobre ti a desgraça: varrerei a tua
descendência, exterminando todos os homens da casa de Acab, escravos ou livres
em Israel. Farei com a tua família como fiz com as famílias de Jeroboão, filho
de Nabat, e de Baasa, filho de Aías, porque provocaste a minha ira e fizeste
Israel pecar. Também a respeito de Jezabel o Senhor pronunciou uma sentença:
‘Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezrael. Os da família de Acab, que
morrerem na cidade, serão devorados pelos cães, e os que morrerem no campo,
serão comidos pelas aves do céu’”.
Não houve ninguém
que se tenha vendido como Acab, para fazer o que desagrada ao Senhor, porque a
isto o incitava sua mulher Jezabel. Portou-se de modo abominável, seguindo os
ídolos dos amorreus que o Senhor tinha expulsado diante dos filhos de Israel.
Quando Acab ouviu
estas palavras, rasgou as vestes, pôs um cilício sobre a pele e jejuou. Dormia
envolto num pano de penitência e andava abatido. Então a palavra do Senhor foi
dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: “Viste como Acab se humilhou diante
de mim? Já que ele assim procedeu, não o castigarei durante a sua vida, mas nos
dias de seu filho enviarei a desgraça sobre a sua família”. - Palavra do Senhor.
Comentário: A narração iniciada ontem não
se resolve em apressada condenação, no quadro de uma correspondência simplista:
crime-castigo, culpa-pena, ofensa-satisfação. Deus crê sempre na capacidade de
redenção do homem. Em toda atitude atribuída a Deus pela Escritura há sempre um
profundo amor a cada homem, “obra de suas mãos”. Deus não se limita a olhar o
homem, trabalha nele. Existe a crônica superficial, registrada por nossos meios
de comunicação, e a crônica em profundidade, conhecida em sua totalidade só por
Deus. Quando esta brota na superfície, chega a nos surpreender. Deus não se
repete nunca, é novidade, vivacidade, porque amor. Olha sempre “com olhos
novos” para toda criatura. Chama-nos também a participarmos deste seu olhar.
Conservar para cada encontro a limpidez dos olhar, sem preconceitos. Saber
renovar-se no amor até nas circunstâncias mais duras. Não por nossa força, mas
em humilde adesão ao Único que “nos vê” de verdade. (Missal Cotidiano)
Salmo: 50(51),3-4. 5-6a.
11.16 (R. C f. 3a)
Misericórdia,
ó Senhor, porque pecamos!
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e
apagai completamente a minha culpa!
Eu reconheço toda a minha iniquidade, o
meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu
pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
Desviai o vosso olhar dos meus pecados e
apagai todas as minhas transgressões! Da morte como pena, libertai-me, e minha
língua exaltará vossa justiça!
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Mateus 5,43-48
Naquele tempo, disse Jesus aos
seus discípulos: “Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás
o teu inimigo!’ Eu, porém, vos digo: ‘Amai os vossos inimigos e rezai por
aqueles que vos perseguem!’ Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está
nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva
sobre os justos e injustos. Porque, se amais somente aqueles que vos
amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?
E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos
não fazem a mesma coisa? Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é
perfeito”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Um
dos valores mais determinantes da nossa vida é a justiça, mas na maioria das
vezes deixamos de lado a justiça de Deus para viver a justiça dos homens,
fundamentada na troca de valores e não na gratuidade de quem de fato ama. Quem
ama verdadeiramente reconhece que Deus é amor e tudo o que somos e temos vem
dele, como prova desse amor gratuito. Assim, as nossas atitudes não podem ser
determinadas pelas diferentes formas de comportamento das pessoas que nos
rodeiam, mas pelo amor gratuito de Deus que deve fazer com que sejamos capazes
de superar toda forma de vingança em nome da justiça e procurar dar a nossa
contribuição para que o mundo seja cada vez melhor. (CNBB)
A
exigência de amar os inimigos revolucionou a mentalidade dos discípulos do
Reino. O AT recomendava agir com deferência em relação aos inimigos, mormente
em certas circunstâncias especiais. A Lei obrigava a reconduzir o boi do
inimigo, caso se tivesse desgarrado da manada. Ao inimigo faminto e sedento,
dever-se-ia dar comida e bebida. Ninguém poderia alegrar-se com a queda do
inimigo. No entanto, não encontramos aí um ensinamento preciso acerca do amar
os inimigos. Jesus deu um passo considerável em relação à tradição judaica. O
amor evangélico supera o nível do puro sentimento ou o da relação de amizade.
Amar consiste em estabelecer uma comunhão profunda com o outro, tornar-se seu
intercessor junto do Pai - "Orai por aqueles que vos perseguem e
caluniam" -, desejar-lhe, ao saudá-lo, um shalom pleno, ou seja, saúde,
prosperidade e bem-estar, e implorar para ele as bênçãos divinas -
"Bendizei aqueles que vos maldizem". O amor recusa-se a nutrir desejos
de vingança contra o inimigo. Antes, esforça-se continuamente para fazer-lhe o
bem. A motivação do amor ao próximo funda-se no modo de agir do Pai. Quando se
trata de fazer o bem às pessoas, ele não as divide entre más e boas, justas e
injustas, de forma a conceder benefícios a umas e punição a outras. A perfeição
do amor consiste na imitação do modo divino de agir. Por isso, o ideal do
discípulo é ser perfeito como o Pai dos céus. (Padre
Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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