11ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
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Oração do Dia: Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao
nosso apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da
vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo
os vossos mandamentos. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do
Eclesiástico 48,1-15 (Gr. 1-14)
O profeta Elias surgiu como um fogo, e sua palavra queimava
como uma tocha. Fez vir a fome sobre eles e, no seu zelo, reduziu-os a pouca
gente. Pela palavra do Senhor fechou o céu e de lá fez cair fogo por três
vezes. Ó Elias, como te tornaste glorioso por teus prodígios! Quem poderia
gloriar-se de ser semelhante a ti? Tu, que levantaste um homem da morte e
dos abismos, pela palavra do Senhor; tu, que precipitaste reis na ruína e
fizeste cair do leito homens ilustres; tu, que ouviste censuras no Sinai e decretos
de vingança no Horeb. Tu ungiste reis, para tirar vingança, e profetas, para te
sucederem; tu foste arrebatado num turbilhão de fogo, um carro de cavalos
também de fogo, tu, nas ameaças para os tempos futuros, foste designado para
acalmar a ira do Senhor antes do furor, para reconduzir o coração do pai ao
filho, e restabelecer as tribos de Jacó. Felizes os que te viram, e os que
adormeceram na tua amizade! Nós também, com certeza, viveremos; mas, após a
morte, não será tal o nosso nome. Apenas Elias foi envolvido no turbilhão,
Eliseu ficou repleto do seu espírito. Durante a vida não temeu príncipe algum, e
ninguém o superou em poder. Nada havia acima de suas forças, e, até já morto,
seu corpo profetizou. Durante a vida realizou prodígios e, mesmo na morte, suas
obras foram maravilhosas. - Palavra do Senhor.
Comentário: As poderosas figurações dos
profetas pintadas por Michelangelo na abóbada da Capela Sistina são o símbolo
gráfico do ideal de grandeza moral que os animava. Comentário plástico genial
de extraordinária profundeza às páginas do Eclesiástico. Mereceriam tranquila
reflexão que nos poderia levar, através da arte, a momentos de sólida
contemplação cristã. Ante as grandes figuras dos profetas experimentamos um
sentido de admiração e temor, de atração e distância. Neles se manifesta o Deus
infinito e também tão próximo. A admiração e o temor são também duas formas de
prece. Neste caso as palavras são apenas um "fundo musical". A
presença de Deus impõe-se através da transparência do homem. Se soubéssemos
abrir os olhos, teríamos todos os dias, motivos para contemplar a Deus em
nossos irmãos. (Missal Cotidiano)
Salmo: 96,1-2. 3-4. 5-6.
7 (R. 12a)
Ó
justos, alegrai-vos no Senhor!
Deus é Rei! Exulte
a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no
seu trono, que se apoia na justiça e no direito.
Vai um fogo
caminhando à sua frente e devora ao redor seus inimigos. Seus relâmpagos
clareiam toda a terra; toda a terra ao contemplá-los estremece.
As montanhas se
derretem como cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o
céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória.
'Os que adoram as
estátuas se envergonhem e os que põem a sua glória nos seus ídolos; aos pés de
Deus vêm se prostrar todos os deuses!'
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Mateus 6,7-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando
orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão
ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois
vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. Vós deveis rezar
assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu
Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de
cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem
nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.
De fato, se vós perdoardes aos
homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos
perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as
faltas que vós cometestes”. - Palavra
da Salvação.
Comentários:
A
eficácia da oração não é determinada pela quantidade de palavras nela
presentes, pelo seu volume ou pela sua visibilidade, mas antes de tudo pela
capacidade de estabelecer um relacionamento sério, profundo e filial com Deus.
Quem fala muito, grita e fica repetindo palavras é pagão, que não é capaz de
reconhecer a proximidade de Deus e ter uma intimidade de vida com ele. A oração
também deve ter um vínculo muito profundo com o próprio desejo de conversão e
de busca de vida nova, de modo que ela não seja discursiva, mas existencial e o
falar com Deus signifique estabelecer um compromisso de vida com ele e para
ele. (CNBB)
Nas
entrelinhas do Pai Nosso, escondem-se dois elementos da vontade do Pai que
devem ser postos em prática pelos discípulos do Reino: o saber-se filho e o
saber-se irmão e irmã. Filiação e fraternidade são dois eixos fundamentais na
vida dos seguidores de Jesus. Saber-se filho significa colocar o Pai celeste
como centro da própria vida, sem dar lugar a nenhuma forma de idolatria. A vida
do filho é polarizada pela vontade do Pai. Ela é o imperativo de sua ação. Saber-se
irmão e irmã significa colocar-se em pé de igualdade com o semelhante. A
fraternidade leva o discípulo a recusar toda forma de tirania e opressão, que
rebaixa o ser humano, sem reconhecer a dignidade que lhe é própria. Pelo
contrário, a fraternidade gera partilha e perdão, fazendo com que todos tenham
o alimento necessário para viver, e colocando um basta às divisões, entre
irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai do Céu. A ação do maligno visará sempre
minar esses pilares da vida do discípulo, levando-o a ser infiel ao Pai, para
adotar deuses estranhos, como os bens materiais, o prazer, a fama e tantos
outros, e a romper com a fraternidade, recorrendo à vingança, à mentira, ao
ódio, e, em certos casos, até à indiferença. O Pai Nosso descortina, para quem
o reza, um horizonte diferente, no qual, o Pai e o próximo tornam-se um apelo
irrecusável. Sem isto, reduz-se a um punhado de palavras vazias. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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