12ª Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio comum dos santos - Ofício da memória
Cor: Branco - Ano “C” Lucas
Memória: SÃO
LUÍS GONZAGA - Religioso
Antífona: Salmo 23,4.3 O homem de
coração puro e mãos inocentes é digno de subir à montanha do Senhor e de
permanecer em seu santuário.
Oração do Dia: Ó Deus, fonte dos dons
celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável
pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na
penitência, se não o seguimos na inocência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Segundo Livro dos
Reis 19,9b-11.14-21.31-35a.36
Naqueles dias,
Senaquerib, rei da Assíria, enviou de novo mensageiros a Ezequias para
dizer-lhe: Não te seduza o teu Deus, em quem confias, pensando: Jerusalém não será
entregue nas mãos do rei dos assírios. Porque tu mesmo tens ouvido o que os
reis da Assíria fizeram a todas as nações e como as devastaram. Só tu te vais
salvar?”
Ezequias tomou a
carta da mão dos mensageiros e leu-a. Depois subiu ao templo do Senhor,
estendeu a carta diante do Senhor e, na presença do Senhor, fez a seguinte
oração: “Senhor, Deus de Israel, que estás sentado sobre os querubins! Tu és o
único Deus de todos os reinos da terra. Tu fizeste o céu e a terra. Inclina o
teu ouvido, Senhor, e ouve. Abre, Senhor, os teus olhos e vê. Ouve todas as
palavras de Senaquerib, que mandou emissários para insultar o Deus vivo. É
verdade, Senhor, que os reis da Assíria devastaram as nações e seus
territórios; lançaram os seus deuses ao fogo, porque não eram deuses, mas obras
das mãos dos homens, de madeira e pedra; por isso os puderam destruir. Mas
agora, Senhor, nosso Deus, livra-nos de suas mãos, para que todos os reinos da
terra saibam que só tu, Senhor, és Deus”.
Então Isaías, filho
de Amós, mandou dizer a Ezequias: “Assim fala o Senhor, Deus de Israel: Ouvi a
prece que me dirigiste a respeito de Senaquerib, rei da Assíria. Eis o que o
Senhor disse dele: A virgem filha de Sion despreza-te e zomba de ti. A filha de
Jerusalém meneia a cabeça nas tuas costas. Pois um resto sairá de Jerusalém, e
sobreviventes, do monte Sião. Eis o que fará o zelo do Senhor todo-poderoso. Por
isso, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Ele não entrará nesta
cidade, nem lançará nenhuma flecha contra ela, nem a assaltará com escudo, nem
a cercará com trincheira alguma. Pelo caminho, por onde veio, há de voltar, e
não entrará nesta cidade, diz o Senhor. Protegerei esta cidade e a salvarei em
atenção a mim mesmo e a meu servo Davi”. Naquela mesma noite, saiu o Anjo do
Senhor e exterminou no acampamento assírio cento e oitenta e cinco mil homens.
Senaquerib, rei da
Assíria, levantou acampamento e partiu. Voltou para Nínive e aí permaneceu. - Palavra do Senhor.
Comentário: A confiança é uma atitude na
ordem do dia. Pessoas, instituições, produtos passam por seu crivo. Duros
golpes sacodem-na em seus fundamentos. Os fatos da crônica levam-na de contínuo
à ribalta. Sofremos profundas crises institucionais. A perda de prestígio e de
credibilidade em todos os níveis provoca o desmoronar da confiança em amplas
zonas de nossa sociedade e de cada um de nós. A mensagem de Senaquerib deveria
ter sido um abalo à confiança em Deus de Ezequias e de seu povo. Provoca, ao
contrário, um redobrar de fidelidade. Comparada com nossa crítica situação
atual, esta página pode oferecer-nos amplo material de reflexão. Numa época de
tantos abalos, como se situa nossa confiança em Deus? Um Deus cuja eterna
fidelidade é apresentada ao “resto” do povo, porque só nesse núcleo pode ela
encontrar terreno apto a recebê-la e fazê-la frutificar. Esta “ilha de
confiança” constitui em nosso mundo, em torno de Jesus em seu perene abandono
total ao Pai, uma cabeça de ponte que permite o “desembarque” de Deus em nossa
atribulada sociedade. (Missal Cotidiano)
Salmo: 47(48),2-3a. 3b-4.
10-11 (R. Cf. 9d)
O
Senhor estabelece sua cidade para sempre.
Grande é o Senhor e
muito digno de louvores / na cidade onde ele mora; / seu Monte santo, esta
colina encantadora / é a alegria do universo.
Monte Sião, no
extremo norte situado, / és a mansão do grande Rei! / Deus revelou-se em suas
fortes cidadelas / um refúgio poderoso.
Recordamos, Senhor
Deus, vossa bondade / em meio ao vosso templo; / com vosso nome vai também
vosso louvor / aos confins de toda a terra.
Evangelho de Jesus
Cristo Segundo São Mateus 7,6.12-14
Naquele tempo, disse Jesus aos
seus discípulos: “Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis
vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se
contra vós, vos despedacem.
Tudo quanto quereis que os
outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas.
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que
leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! Como é estreita a porta e
apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram”! -
Palavra da Salvação.
Comentários:
Hoje
em dia, fala-se muito da questão da inculturação. É inculturação do anúncio, da
liturgia e assim por diante. De fato, a inculturação é necessária para que
todos possam viver os valores do Reino de Deus. Mas o Evangelho de hoje nos faz
uma grave advertência: não atireis vossas pérolas aos porcos. É claro que
devemos valorizar todas as formas e expressões de uma cultura e reconhecer os
grandes valores que estão presentes na cultura e que expressam os valores
evangélicos, mas inculturar o Evangelho não significa submete-lo aos valores
culturais, pois a cultura tende a ver o Evangelho de uma forma ideológica e a
usar as suas palavras sem os critérios do Reino, pisando nelas e voltando-se
contra nós. (CNBB)
As
metáforas evangélicas confrontam o discípulo com a decisão que deve tomar entre
duas formas opostas de existência. Não é qualquer modo de viver que pode
conduzir o ser humano à salvação. Existem opções enganosas, cuja falsidade só
será perceptível no final do percurso. Existem também critérios inconvenientes.
Optar pelo mais cômodo, fácil e menos exigente é arriscado. Portanto, que
caminho trilhar, e por que porta entrar, quando se quer ter acesso à vida
eterna? Os escribas e fariseus optaram pela observância meticulosa da Lei,
esperando com isto obter a salvação. Jesus criticou tal opção, porque
facilmente levava ao exibicionismo e à hipocrisia, e criava a expectativa de
receber o reconhecimento dos outros. Isto sem falar da tentação de manipular a
Lei em benefício próprio. Os discípulos foram orientados a optar pela justiça
do Reino, tal como o Mestre ensinara ao longo do Sermão da Montanha. Aqui não
se apresenta a perspectiva de recompensa humana, mas de perseguições, por ser
um caminho que comporta oposição às injustiças do mundo, e uma porta aberta
somente para o amor e a misericórdia. A porta e o caminho estreitos
correspondem à proposta do Reino apresentada por Jesus. Quem fizer a opção por
ela, deverá aguentar as consequências. Mas, somente assim é que se alcança a
salvação. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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