Prefácio dos domingos comuns - Ofício dominical comum
Glória e Creio - Cor: Verde - Ano “C”
Lucas
Santo do Dia:
Antífona: Antífona: Salmo
67,6-7.36 - Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua
casa; é ele que dá força e poder a seu povo.
Oração do Dia: Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso
auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para
que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos
abraçar os que não passam. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Gênesis
18,20-32
Naqueles dias, o
Senhor disse a Abraão: “O clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu, e agravou-se
muito o seu pecado. Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou
não ao clamor que chegou até mim”. Partindo dali, os homens dirigiram-se a Sodoma,
enquanto Abraão ficou na presença do Senhor. Então, aproximando-se, disse
Abraão: “Vais realmente exterminar o justo com o ímpio? Se houvesse cinquenta
justos na cidade, acaso irias exterminá-los? Não pouparias o lugar por causa
dos cinquenta justos que ali vivem? Longe de ti agir assim, fazendo morrer o
justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de ti! O juiz de
toda a terra não faria justiça?” O Senhor respondeu: “Se eu encontrasse em
Sodoma cinquenta justos, pouparia por causa deles a cidade inteira”. Abraão
prosseguiu dizendo: “Estou sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu, que sou pó
e cinza. Se dos cinquenta justos faltassem cinco, destruirias por causa dos
cinco a cidade inteira?” O Senhor respondeu: “Não destruiria, se achasse ali
quarenta e cinco justos”. Insistiu ainda Abraão e disse: “E se houvesse
quarenta?” Ele respondeu: “Por causa dos quarenta, não o faria”. Abraão tornou
a insistir: “Não se irrite o meu Senhor, se ainda falo. E se houvesse apenas
trinta justos?” Ele respondeu: “Também não o faria, se encontrasse trinta”.
Tornou Abraão a insistir: “Já que me atrevi a falar a meu Senhor, e se houver
vinte justos?” Ele respondeu: “Não a iria destruir por causa dos vinte”. Abraão
disse: “Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar só mais uma vez: e se
houvesse apenas dez?” Ele respondeu: “Por causa dos dez, não a destruiria”. - Palavra do Senhor.
Comentário: A primeira leitura narra a
oração de Abraão por Sodoma e Gomorra. O pecado de Sodoma e Gomorra, sobretudo
o abuso contra a hospitalidade e contra o respeito sexual (cf. o episódio a
seguir, Gn 19,1-11), clama ao céu. Diante da ameaça de Deus, Abraão pede-lhe
que não a execute, pois não deve condenar a cidade por causa dos muitos
injustos, mas poupá-la por causa de poucos justos. É uma questão de honra para
Deus, diz Abraão. Essa história contracena com o Novo Testamento. O Juiz do
mundo (Gn 18,25) é também o amigo, o Pai (Lc 11,8, evangelho). Para salvar
Sodoma e Gomorra, cinco justos (mas nem estes se encontraram) teriam sido
suficientes para Deus; na nova “economia da salvação”, a vida de um único
justo, o Filho de Deus, salva a todos. (Pe. Johan Konings/Jesuíta)
Salmo: 137(138),1-2a.2bc-3.6-7ab.7c.8
(R. 3a)
Naquele dia
em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!
Ó Senhor, de
coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante
os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me.
Eu agradeço vosso
amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em
que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.
Altíssimo é o
Senhor, mas olha os pobres, e de longe reconhece os orgulhosos. Se no meio da
desgraça eu caminhar, vós me fazeis tornar à vida novamente; quando os meus
perseguidores me atacarem e com ira investirem contra mim, estendereis o vosso
braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra.
Completai em mim a
obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis
inacabada esta obra que fizeram vossas mãos!
Segunda Leitura: Carta de São Paulo
aos Colossenses 2,12-14
Irmãos: Com Cristo
fostes sepultados no batismo; com ele também fostes ressuscitados por meio da
fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Ora, vós
estáveis mortos por causa dos vossos pecados, e vossos corpos não tinham
recebido a circuncisão, até que Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo,
e a todos nós perdoou os pecados. Existia contra nós uma conta a ser paga, mas
ele a cancelou, apesar das obrigações legais, e a eliminou, pregando-a na cruz.
- Palavra do Senhor.
Comentário: O pensamento da segunda
leitura pode ser sintetizado nesta frase: nossas dívidas são saldadas por
Cristo. O “sacramento” do Antigo Testamento era a circuncisão: constituía, para
Israel, sinal de pertença a Deus, a ponto de Jesus lhe ter se submetido, como
se subordinou a toda a Lei (cf. Gl 4,4-5). Mas Jesus assumiu também toda a
condição humana e a sepultou consigo em sua morte, para criar o Homem Novo na
ressurreição. O que acontece a Cristo acontece a nós: no batismo somos corressuscitados
com Cristo. Corressuscitados com ele (cf. Rm 6,4), somos agora livres, livres
de “culpa no cartório” (cf. Rm 8,34). “Ninguém salva ninguém”, dizem os
“realistas”. Será mesmo? Ninguém é salvo se não quer, mas em Cristo existe uma
comunhão entre todos os que buscam a fonte da vida, Deus. Essa comunhão de
vida, ensina a segunda leitura, faz que Cristo nos redima. Desde que
participemos da vida que ele viveu (o que é expresso pelo batismo, imersão na
sua morte, para que ressuscitemos com ele para uma vida nova), podemos dizer
que a santidade de Cristo salda nossas dívidas e sua morte por amor supre nossa
falta de amor (com a condição de nos arrependermos). Como nós mesmos perdoamos
a outrem a pedido de uma pessoa amiga (pai, mãe, irmão…), assim nossa comunhão
(amizade) com Cristo vale para nos restabelecer na amizade de Deus. E também
nossa oração de intervenção junto a Deus será eficaz. (Pe. Johan Konings/Jesuíta)
Evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas 11,1-13
Jesus estava rezando num certo lugar. Quando
terminou, um dos seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como
também João ensinou a seus discípulos”. Jesus respondeu: “Quando rezardes,
dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Dá-nos a cada dia
o pão de que precisamos, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também
perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’”
E Jesus acrescentou: “Se um de vós tiver um amigo e
for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque
um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, e se o outro
responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e
eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; eu vos
declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai
levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for
necessário.
Portanto, eu vos digo: pedi e
recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto.
Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e,
para quem bate, se abrirá. Será que algum de vós, que é pai, se o filho lhe
pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um
escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos
filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!” -
Palavra da Salvação.
Comentários:
O
traço mais característico do Pai, transmitido nos Evangelhos, é a misericórdia.
Por isso, ao ensinar os discípulos a rezar, Jesus revela-lhes o rosto
misericordioso do Pai, e os exorta a contar sempre com ele. Um dado
fundamental: é preciso ser perseverante, quando se trata de recorrer ao Pai. Só
ele conhece o momento oportuno de atender a quem lhe pede ajuda. Contudo,
ninguém perde por esperar. A argumentação de Jesus funda-se na insuperável
misericórdia divina. Se nenhum pai humano, por pior que seja, responderia à
súplica de um filho, dando-lhe algo nocivo, quanto mais o Pai celeste. Sua
bondade infinita responde generosamente a quem lhe suplica. E ninguém fica
decepcionado, pois é garantida a sua intervenção em favor de seus filhos. A
oração do Pai-Nosso é o resumo de tudo de que há de bom e que o discípulo pode
desejar obter do Pai. Para rezá-lo, o orante deverá despojar-se de suas
ambições pessoais e sintonizar-se com a misericórdia divina. Por isso, seu
desejo é ver santificado o nome do Pai celeste, e concretizado seu Reino, na
história humana. Seus anseios abrem-se para as relações interpessoais e se
manifestam na esperança de ver o pão ser partilhado entre todos, os pecados,
perdoados, e o ser humano, livre das insídias do Maligno. Só um coração
misericordioso, à imitação do Pai, poderá nutrir tais desejos! (Padre
Jaldemir Vitório/Jesuíta)
O
evangelho nos propõe a oração do cristão. Os discípulos encontram Jesus em
oração. O fato e o modo de Jesus rezar provocam o pedido: “Ensina-nos a rezar”.
Então, Jesus ensina-lhes o pai-nosso, protótipo da oração cristã (11,1-4). A
versão de Lucas é mais breve que a de Mateus (Mt 6,9-13). Mateus tem sete
pedidos, Lucas cinco, mas em ambos está central o pedido do pão de cada dia.
Antes de pedir o pão de cada dia, ora-se pela glorificação de Deus e pela vinda
de seu reino; depois, pelo perdão do pecado e pela proteção na tentação. Quem
pode rezar assim, com sinceridade, é discípulo de Jesus. Depois da instrução do
pai-nosso, Lucas acrescenta dois ensinamentos de Jesus sobre a oração de
pedido: a parábola do “vizinho chato” (11,5-8) e as palavras sobre o dom do Pai
(11,9-13). A parábola do “vizinho chato” é provocante. Alguém acorda seu
vizinho em plena noite para lhe pedir comida, porque chegou um hóspede
imprevisto e a despensa está vazia. O que bate à porta certamente está
bem-intencionado, pois, no Oriente, a hospitalidade é um dever muito
importante. Mas o vizinho vê nisso um problema, porque deverá levantar-se e passar
por cima de mulher e filhos, que estão dormindo, deitados no único quarto da
casa simples. Mas o outro continua insistindo e, finalmente, o vizinho, para se
ver livre dele, concede-lhe o pedido. A oração de Abraão como também a do
vizinho (e a da viúva insistente, Lc 18,3) nos ensinam uma coisa importante:
pedem coisas com que Deus se possa comprometer. Pedem a Deus o que, no fundo,
Deus mesmo deseja. Esse (além de nossa insistência) é o segredo da oração
eficaz. Saber pedir como convém (cf. Tg 4,3). Deus é nosso Pai. Ele deseja
comunicar suas dádivas, especialmente seu Espírito, força e ânimo de nosso
existir (Lc 11,9-13). Por isso, no pai-nosso, Jesus ensina seus discípulos, e a
todos nós, a rezar primeiro para que o nome de Deus seja santificado (isto é,
para que Deus encontre reconhecimento no mundo) e seu reino venha (Lc 6,2; Mt
6,10 explicita: “Tua vontade seja feita”). Dentro desse quadro de referências,
podemos e devemos rezar por nosso pão de cada dia, pelo perdão (pois somos
eternos devedores) e para ficarmos incólumes na tentação. Devemos rezar por
isso, com insistência, não tanto porque Deus não soubesse de que precisamos,
mas para nos abrirmos ao que ele nos quer dar. Pedindo, a gente se convence
mais a si mesmo do que a Deus! Pedir é cultivar nossa fé, nossa confiança
filial, é deixar “crescer Deus”, como nosso Pai, em nossa consciência e em toda
a nossa vida. É voltar a sermos crianças – condição para entrar no Reino (cf.
Lc 18,17). É por isso que os intelectuais tão dificilmente pedem. Com essas
considerações, não queremos justificar a oração que reduz Deus a um
“quebra-galho” ou “tapa-buraco”, às vezes até para causas não condizentes com
seu reino (por exemplo, para ter sucesso nos negócios ainda que outras pessoas
fiquem prejudicadas). Queremos é revalorizar a oração de petição, porque nela
minha confiança filial em Deus me leva a extravasar, diante dele, aquilo que
habita meu coração: minha própria miséria, além das necessidades de meu irmão,
o próximo a quem quero bem e vejo em dificuldades. Assim como Abraão fez pelos
habitantes de Sodoma. Isso não é absurdo. O mundo não é feito somente com as
leis (físicas, psicológicas e sociológicas) que conhecemos ou estão em nossos
manuais de escola, mas também com o mistério da vida. Por isso, não há dúvida
de que a preocupação amorosa que extravasamos diante de Deus será operante,
pela graça daquele mesmo que sustenta toda a vida. (Pe. Johan Konings/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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