18ª Semana do Tempo Comum - 2ª Semana do Saltério
Prefácio dos domingos comum - Ofício dominical comum
Glória e Creio - Cor: Verde - Ano “C”
Lucas
Santo do Dia: INÁCIO DE LOYOLA
Antífona: Antífona: Salmo
69,2.6 - Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor em
socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis
mais.
Oração do Dia: Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos
e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia,
restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do
Eclesiastes 1,2; 2,21-23
“Vaidade das
vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade". Por
exemplo: um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se
obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é
vaidade e grande desgraça. De fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e
preocupações que o desgastam debaixo do sol? Toda a sua vida é sofrimento, sua
ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é
vaidade. - Palavra do Senhor.
Comentário: “Para que riqueza e saber?”,
eis a pergunta do Eclesiastes (Coélet), de autoria de um filósofo judeu versado
também no pensamento do mundo grego, lá por volta do ano 300 a.C., quando a
Palestina estava sendo absorvida pelo império de Alexandre Magno, que espalhou
a cultura grega por todo o Médio Oriente. A literatura do Antigo Testamento
geralmente demonstra apreço e gratidão pela vida. Prova disso é a primeira
página da Bíblia, o hino da criação (Gn 1). O Eclesiastes, porém, parece
demonstrar certo ceticismo. Ataca o leitor com perguntas inoportunas: Que é o
homem? Por que existe? Aonde vai? Para que servem a riqueza e o saber,
dificilmente alcançados e tão facilmente perdidos na hora da morte? É como um
vento que passa, “vaidade”. Que sobra? Essas perguntas nos preparam para
valorizar o “tesouro junto a Deus” de que fala o evangelho. Quando os negócios
vão bem, é difícil aceitar o questionamento do Eclesiastes. Ele insiste no
vazio das riquezas deste mundo, não só as riquezas financeiras, mas também o
poder e o saber. O judaísmo apreciava bastante a riqueza, vendo nela uma
recompensa de Deus (a assim chamada “teologia da retribuição”). Porém, uma obra
mais ou menos contemporânea do Eclesiastes, o livro de Jó, põe em xeque a ideia
de que a riqueza e a honra sejam recompensas por uma vida justa: Jó era um
justo e recebeu o contrário da riqueza e do poder. Com base nisso, o livro de
Jó nos abre ao mistério de Deus, que nos transcende (Jo 38,1-42,6).
Eclesiastes, por sua vez, expõe lucidamente a precariedade das riquezas
financeiras e culturais. Mas não conhece a visão de Jó, nem propõe alternativa
ao tradicional pensamento judaico, nem vê outra riqueza que mereça nosso
empenho. Por isso, apregoa uma fruição prudente e um comportamento sem
problemas e sem perspectiva maior. (Pe. Johan Konings, sj)
Salmo: 89(90),3-4.5-6.12-13.14.17
(R.1)
Vós fostes ó
Senhor, um refúgio para nós.
Vós fazeis voltar
ao pó todo mortal, quando dizeis: "Voltai ao pó, filhos de Adão!"
Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.
Eles passam como o
sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: de manhã ela floresce
vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.
Ensinai-nos a
contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos!
Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
Saciai-nos de manhã
com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Que a bondade do Senhor e
nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Torna fecundo, ó Senhor, nosso
trabalho.
Segunda Leitura: Carta de São Paulo
aos Colossenses 3,1-5.9-11
Irmãos: Se
ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde
está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às
coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com
Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós
aparecereis também com ele, revestidos de glória.
Portanto, fazei
morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus
desejos e a cobiça, que é idolatria. Não mintais uns aos outros. Já vos
despojastes do homem velho e da sua maneira de agir e vos revestistes do homem
novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador, em ordem ao conhecimento.
Aí não se faz distinção entre judeu e grego, circunciso e incircunciso,
inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos. - Palavra do Senhor.
Comentário: Em contraste com o desejo de
se realizar na riqueza e no bem-estar materiais, Jesus, no evangelho,
ensina-nos a nos tornar ricos aos olhos de Deus. Lc 12,13-34 traz sentenças de
Jesus sobre pobreza e riqueza. A vida não depende do poder aquisitivo (12,15).
A palavra de Jesus é boa-nova, antes de tudo, para quem não depende da riqueza
material: o pobre (cf. Mt 5,3; Lc 6,20). Onde está o tesouro de alguém, aí está
o seu coração (Lc 12,34). Herança, sucesso, safra… não livram o homem do perigo
maior, o de endurecer-se, de romper a comunhão com os irmãos e com Deus. Quem
liga para esses “tesouros” é um bobo (12,20). Assim é quem adora a sociedade do
consumo. Embora talvez frequente a Igreja, no fundo não se importa com Deus
(cf. Sl 14[13],1). Possuído por suas posses (cf. Tg 4,13-15), o homem já não
percebe o que Deus lhe quer mostrar. O contrário disso, porém, a doação, a
comunhão e tudo que daí procede nos garantem um tesouro junto a Deus. Basta uma
boa crise financeira para a gente se lembrar da precariedade dos tesouros deste
mundo, mas nem todos aprendem a lição… A cena que o evangelho conta é bem
típica: uma briga de irmãos por causa da herança. Querem que Jesus resolva a
questão (como os cristãos de família tradicional que chamam o padre para
resolver problemas familiares). Jesus, porém, não mostra interesse por isso,
sua missão é outra. Que adiantaria, para o reino de Deus, impor a esses dois
irmãos uma solução que, provavelmente, não os reconciliaria? Para Jesus
interessa que a pessoa se converta aos valores do Reino. Por isso, ele narra a
parábola do rico insensato, o qual, depois de uma boa safra, achou que poderia
descansar para o resto da vida e viver do que recolhera. (Coitado! Na mesma
noite Deus viria reclamar sua vida…) Não que Jesus critique o desejo de viver
decentemente; antes denuncia a mania de depositar a esperança nas riquezas
desta vida, perdendo a oportunidade de reunir tesouros (= o que se deposita
para guardar) junto a Deus. As riquezas não são um mal em si, mas desviam nossa
atenção da verdadeira riqueza, a amizade de Deus, a qual alcançamos pela
dedicação a seus filhos (nesse sentido, convém completar a parábola de hoje por
aquela do rico avaro e Lázaro, Lc 16,19-31). (Pe. Johan Konings, sj)
Evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas 12,13-21
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a
Jesus: "Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo". Jesus
respondeu: "Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos
bens?" E disse-lhes:
"Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo
que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância
de bens".
E contou-lhes uma parábola: "A terra de um
homem rico deu uma grande colheita. Ele pensava consigo mesmo: 'O que vou
fazer? Não tenho onde guardar minha colheita'. Então resolveu: 'Já sei o que
fazer! Vou derrubar meus celeiros e fazer maiores; neles vou guardar todo o meu
trigo, junto com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu
tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!' Mas
Deus lhe disse: 'Louco! Ainda esta noite, pedirão de volta a tua vida. E para
quem ficará o que tu acumulaste?' Assim acontece com quem ajunta tesouros para
si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. -
Palavra da Salvação.
Comentários:
Em
contraste com o desejo de se realizar na riqueza e no bem-estar materiais,
Jesus, no evangelho, ensina-nos a nos tornar ricos aos olhos de Deus. Lc
12,13-34 traz sentenças de Jesus sobre pobreza e riqueza. A vida não depende do
poder aquisitivo (12,15). A palavra de Jesus é boa-nova, antes de tudo, para
quem não depende da riqueza material: o pobre (cf. Mt 5,3; Lc 6,20). Onde está
o tesouro de alguém, aí está o seu coração (Lc 12,34). Herança, sucesso, safra…
não livram o homem do perigo maior, o de endurecer-se, de romper a comunhão com
os irmãos e com Deus. Quem liga para esses “tesouros” é um bobo (12,20). Assim
é quem adora a sociedade do consumo. Embora talvez frequente a Igreja, no fundo
não se importa com Deus (cf. Sl 14[13],1). Possuído por suas posses (cf. Tg
4,13-15), o homem já não percebe o que Deus lhe quer mostrar. O contrário
disso, porém, a doação, a comunhão e tudo que daí procede nos garantem um
tesouro junto a Deus. Basta uma boa crise financeira para a gente se lembrar da
precariedade dos tesouros deste mundo, mas nem todos aprendem a lição… A cena
que o evangelho conta é bem típica: uma briga de irmãos por causa da herança.
Querem que Jesus resolva a questão (como os cristãos de família tradicional que
chamam o padre para resolver problemas familiares). Jesus, porém, não mostra
interesse por isso, sua missão é outra. Que adiantaria, para o reino de Deus,
impor a esses dois irmãos uma solução que, provavelmente, não os reconciliaria?
Para Jesus interessa que a pessoa se converta aos valores do Reino. Por isso,
ele narra a parábola do rico insensato, o qual, depois de uma boa safra, achou
que poderia descansar para o resto da vida e viver do que recolhera. (Coitado!
Na mesma noite Deus viria reclamar sua vida…) Não que Jesus critique o desejo
de viver decentemente; antes denuncia a mania de depositar a esperança nas
riquezas desta vida, perdendo a oportunidade de reunir tesouros (= o que se
deposita para guardar) junto a Deus. As riquezas não são um mal em si, mas
desviam nossa atenção da verdadeira riqueza, a amizade de Deus, a qual
alcançamos pela dedicação a seus filhos (nesse sentido, convém completar a
parábola de hoje por aquela do rico avaro e Lázaro, Lc 16,19-31). (Pe. Johan
Konings, sj)
O
Evangelho é toda uma lição de desapego e de liberdade diante dos bens deste
mundo, como também de partilha fraterna do que se possui. Esta postura decorre
da maneira como se considera o Reino na vida do discípulo. O apego exagerado às
riquezas denota uma forma de idolatria, que redunda no menosprezo de Deus e na
opção por valores contrários aos dele. Portanto, a opção evangélica vai na contramão
da cobiça e da avareza. Com este pano de fundo, entende-se a estranheza de
Jesus diante da solicitação do indivíduo, que o pedia para intervir numa
questão de divisão de herança. A missão do Mestre não comportava ser mediador
neste tipo de problema. Antes, sua preocupação consistia em precaver as pessoas
da busca desenfreada de bens, iludidos de poderem chegar a ser felizes, à custa
da abundância de riqueza. A posse de bens não é, necessariamente, fator de
realização para o ser humano! A parábola contada por Jesus pode ter-se baseado
num fato conhecido de seus ouvintes. O Mestre enriqueceu-o com elementos que
ajudam a interpretá-lo. O homem rico gastou toda a sua vida acumulando bens.
Sua ambição não tinha limites. Quando pensou ter ajuntado o suficiente,
imaginou que tinha chegado a hora de beneficiar-se de sua fortuna. Enganou-se!
Foi colhido pela morte, tendo de prestar contas a Deus. É impossível enganar-se
quanto à sorte eterna de quem jamais pensou em partilhar. Sendo rico para si mesmo,
o homem era paupérrimo diante de Deus. O discípulo do Reino deve precaver-se
desta loucura! (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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A riqueza, em sí, não se constitue em pecado; a avareza, sim.
ResponderExcluir"A riqueza e o poder jamais me fascinaram. A vida é curta e bela
demais para que se a desperdice com esses dois impostores."
Theotonio Negrão, jurista