19ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio dos domingos comuns - Ofício dominical comum
Glória e Creio - Cor: Verde - Ano “C”
Lucas
Santo do Dia: CAETANO DE THIENE
Antífona: Antífona: Salmo
73,20.19.22- Considerai,
Senhor, vossa aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor,
defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca.
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai,
dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança
que prometestes. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro da Sabedoria
18,6-9
A noite da
libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham
dado crédito, se conservassem intrépidos. Ela foi esperada por teu povo, como
salvação para os justos e como perdição para os inimigos. Com efeito, aquilo
com que puniste nossos adversários serviu também para glorificar-nos,
chamando-nos a ti. Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios
secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos
participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isso,
enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais. - Palavra do Senhor.
Comentário: Segundo Ex 12,42, Deus passou
a noite em vigília para libertar Israel e por isso Israel lhe dedica a vigília
pascal. Na primeira leitura de hoje, ouvimos a meditação do livro da Sabedoria
sobre essa memória do povo. Sb 10,19 descreve a atuação da divina Sabedoria na
história de Israel. Na “noite” (Sb 18,6) do êxodo, Deus castigou o Egito,
fazendo morrer seus primogênitos; foi o juízo de Deus, para salvar Israel (Sb
18,14-19; cf. Ex 12,12.29). O texto lembra que os “pais” (os antigos
israelitas) preparavam-se para essa noite (Ex 11,4-6), a noite da vigilância
(Ex 12,42), celebrando Javé no escondido (Sb 18,9). Tal vigilância e fidelidade
são tarefa para todas as gerações, até a libertação final. (Pe. Johan Konings,
sj)
Salmo: 32(33),1.12.18-19.20.22
(R.12b)
Feliz o povo
que o Senhor escolheu por sua herança!
Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos
retos fica bem glorificá-lo. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que
escolheu por sua herança!
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que
o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas
vidas, e alimentá-los quando é tempo de penúria.
No Senhor nós esperamos confiantes,
porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!
Segunda Leitura: Carta aos Hebreus
11,1-2.8-19
Irmãos: A fé é um modo
de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não
se veem. Foi a fé que valeu aos
antepassados um bom testemunho. Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir
para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde
ia. Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em
tendas com Isaac e Jacó, os coerdeiros da mesma promessa. Pois esperava a
cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor. Foi pela fé
também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter
filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa. É por isso também que
de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão “comparável às
estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”. -
Palavra do Senhor.
Comentário: Para sustentar a atitude de
ativa vigilância e solicitude pela causa do Senhor, precisamos de muita fé.
Nesse sentido, a segunda leitura vem sustentar a mensagem do evangelho. Traz a
bela apologia da fé de Hb 11: A fé é a esperança daquilo que não se vê. A fé é
como que possuir antecipadamente aquilo que se espera; é uma intuição daquilo
que não se vê (11,1). Hb 11-12 é dedicado ao tema da fé. A fé olha para o
futuro, como Abraão, como os israelitas no tempo do êxodo, como o discípulo que
espera a vinda do Senhor; é esperança. Não deixa a pessoa instalar-se no
presente. Este mundo não é o termo do caminho do ser humano. Deus preparou-lhe
uma pátria melhor. O cristão é um estrangeiro neste mundo. Decerto leva este
mundo a sério, mas isso se exprime exatamente no fato de ficar livre diante
dele (o que não exclui o compromisso com os filhos de Deus neste mundo!). Quando
concebida como esperança vigilante, percebe-se o teor escatológico da fé. Ela
não é, em primeira instância, a adesão da razão a verdades inacessíveis, mas o
engajamento da existência no que não é visível nem palpável, porém tão real que
pode absorver o mais profundo do meu ser. Hebreus cita toda uma lista de
exemplos dessa fé, pessoas que se empenharam por aquilo que não se enxergava. O
caso mais marcante é a obediência de Abraão e sua fé na promessa de Deus
(11,8-19; cf. Gn 15,6). O texto continua: muitos deram a vida por essa fé, que
fez Israel peregrinar qual estrangeiro neste mundo (11,35b-38). Mas o grande
exemplo fica reservado para o próximo domingo: Jesus mesmo. Se se procura uma
leitura mais afinada com a primeira e o evangelho, pode-se considerar Ef
6,13-18, sobre “a armadura da fé”. (Pe. Johan Konings, sj)
Evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas 12,32-48
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Não
tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino. Vendei
vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu
que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. Porque, onde está
o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Que vossos rins estejam cingidos
e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de
uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele
chegar e bater. Felizes os empregados que o Senhor encontrar acordados quando
chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar à mesa
e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da
madrugada, felizes serão, se assim os encontrar.
Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria
chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa.
Vós também ficai preparados! Porque o Filho do
Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. Então Pedro disse:
“Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” E o Senhor respondeu:
“Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor vai colocar à frente do
pessoal de sua casa, para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado
que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu vos digo: o
senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Porém, se aquele
empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados
e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele empregado
chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o
fará participar do destino dos infiéis. Aquele empregado que, conhecendo a
vontade do Senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será
chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez
coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi
dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!” - Palavra da Salvação.
Comentários:
O
evangelho “atualiza” a lembrança da vigília de Israel no tema da vigilância
escatológica. A comunidade cristã era uma minoria vulnerável, um “pequeno
rebanho” (12,32). Porém, a ela pertence o Reino, a comunhão com Deus. Nisso
entram diversas considerações. Lembrando o ensino de Jesus sobre a riqueza (Lc
12,33-34; cf. domingo passado), o evangelho ensina que o discípulo deve estar
livre, procurando só o que está guardado ou depositado (a tradução diz
“tesouro”) junto a Deus. Os versos seguintes, Lc 12,35-48, ensinam então a
vigilância (cf. primeira leitura): perceber o momento! Os servos devem estar
prontos para a volta do seu Senhor, pois essa volta será o juízo tanto sobre os
que estiverem atentos quanto sobre os despreocupados. E essa vigilância
consiste na fidelidade no serviço confiado a cada um (cf. Mt 24,43-51; 25,1-13;
Mc 13,35). Lucas nos faz ver nossa vida em sua dimensão verdadeira. Vivendo no
ambiente mercantilista do império romano, o evangelista vê constantemente o mal
causado pelas falsas ilusões de riqueza e bem-estar, além do escândalo da fome
(cf. 16,19-31). Se escrevesse hoje, não precisaria mudar muito. Ensina-nos a
vigilância no meio das vãs ilusões. A leitura continua com outras sentenças e
parábolas referentes à parusia. Elas explicam, de maneira prática, o que a
vigilância implica. Com a imagem do administrador sensato e fiel (12,42), Lucas
ensina a cuidar do bem de todos os que estão em casa. Pela pergunta
introdutória de Simão Pedro (12,41), parece que isso se dirige sobretudo aos
líderes da comunidade. A vigilância não significa ficar de braços cruzados,
esperando a parusia acontecer, mas assumir o bem da comunidade (cf. 1Ts 5).
Lucas fala também da responsabilidade de cada um (12,47-48). Quem conhecia a
vontade do Senhor e, contudo, não se preparou será castigado severamente, e o
que não conhecia essa vontade se salva pela ignorância; a quem muito se deu,
muito lhe será pedido; a quem pouco se deu, pouco lhe será pedido. O importante
dessa mensagem é que cada um, ao assumir no dia a dia as tarefas e, sobretudo,
as pessoas que Deus lhe confiou, está preparando sua eterna e feliz presença
junto a Cristo, que é, conforme Lc 13,37 e 22,27, “o Senhor que serve” (o único
que serve de verdade). Cristo ama efusivamente a gente que ele confia à nossa
responsabilidade. Não podemos decepcionar a esperança em nós depositada. A
visão da vigilância como responsabilidade mostra bem que a religião do
evangelho não é ópio do povo, como Marx a chamou. A fé, vista na perspectiva do
evangelho de hoje, implica até a conscientização política, quando, solícito
pelo bem dos irmãos, se descobre que bem administrar a casa não é passar de vez
em quando uma cera ou um verniz nos móveis, mas também, e sobretudo, mexer com
as estruturas tomadas pelos cupins… Tal vigilância escatológica não é uma
atitude fácil. Exige que a gente enxergue mais longe que o nariz. É bem mais
fácil viver despreocupado, aproveitar o momento… Pois, afinal, “quem sabe
quando o patrão vai voltar?” (cf. Lc 12,45). (Pe. Johan Konings, sj)
A
longa espera do Senhor poderia ter como efeito, no coração do discípulo, a
lassidão. E, com ela, o risco de agir em total desconformidade com o projeto do
Reino. Daí a importância da exortação de Jesus. A maneira conveniente de
esperar o Senhor consiste em desapegar-se dos bens deste mundo, buscando apenas
o tesouro inesgotável no céu, que está a salvo da ação dos ladrões e das
traças. A maneira prática de desfazer-se das coisas desnecessárias, às quais o
coração se apega, resume-se em vendê-las e dá-las aos pobres. O Evangelho
alerta para o risco da posse avarenta de bens. Agindo assim, o discípulo
desloca o centro de seus interesses do Reino para os bens materiais. E, com
isso, torna-se despreparado para o encontro com o Senhor. Seu coração não
estará no Reino, e sim nos bens acumulados. É atitude insensata de quem
desconhece a hora em que virá o Senhor. O discípulo que permanece de prontidão
predispõe-se para encontrar o Senhor, qualquer que seja a hora em que ele
chegue. Quem age assim, é chamado de "bem-aventurado", pois
experimentará a alegria de ser acolhido pelo Senhor que vem. Por conseguinte,
nada de se deixar seduzir pelas riquezas, a ponto de se esquecer desse encontro
com ele. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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