Oração do Dia: Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como
filhos e filhas, concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a
herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro da Sabedoria
9,13-18 (gr.13-18b)
Qual é o homem que
pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor?
Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas:
porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente
que pensa. Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo
compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará
o que há nos céus? Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe
desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? Só assim se
tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que
te agrada, e pela Sabedoria foram salvos. -
Palavra do Senhor.
Comentário: A 1ª leitura é uma parte da
prece da Salomão pela sabedoria, dom indispensável de Deus para ser um bom rei.
O livro da Sabedoria é, na realidade, uma obra escrita por um judeu de língua
grega, contemporâneo de Jesus. Foi posto sob o nome do grande rei Salomão, que
tinha fama de sábio porque soube fazer julgamentos prudentes, construir o
Templo e responder às perguntas da rainha do Sul (cf. 1Rs 3,1-18; 5,9-14;
8,22-61; 10,1-13 etc.). Sua sabedoria é o dom do discernimento e ponderação
outorgado por Deus. Foi o que ele pediu a Deus (1Rs 3,9). Também no livro da Sabedoria,
Salomão pede esse dom e ensina a pedi-lo (9,1-19). O esforço de nossa
inteligência, por si, não é o suficiente. As faíscas do Espírito de Deus não se
deixam programar; devem ser recebidas como dádivas. O mundo de hoje carece de
sabedoria. Nem mesmo respeita suas próprias fontes de subsistência,
sacrificando tudo à sustentação de obscuros poderes e lucros, com a
cumplicidade de praticamente toda a sociedade, deixando-se envolver no jogo da
competição e do consumo… (Pe. Johan Konings, sj)
Salmo: 89,3-4.5-6.12-13.14
17 (R.1)
Vós fostes,
Ó Senhor, um refúgio para nós
Vós fazeis voltar
ao pó todo mortal, quando dizeis: "Voltai ao pó, filhos de Adão!"
Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.
Eles passam como o
sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce
vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.
Ensinai-nos a
contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos!
Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
Saciai-nos de manhã
com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Que a bondade do Senhor e
nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tornai fecundo, ó Senhor, nosso
trabalho.
Segunda Leitura: Carta de São Paulo a
Filêmon 9b-10.12-17
Caríssimo: Eu,
Paulo, velho como estou, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, faço-te um
pedido em favor do meu filho, que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. Eu
o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração.
Gostaria de tê-lo
comigo, a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim nesta prisão,
que eu devo ao Evangelho. Mas eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para
que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea.
Se ele te foi retirado
por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, já não
como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo
querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto
como irmão no Senhor. Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como
se fosse a mim mesmo. - Palavra do
Senhor.
Comentário: A 2ª leitura não foi
escolhida em função do tema principal, que determina a 1ª leitura e o
evangelho, mas não destoa dele. A carta de Paulo a seu discípulo Filêmon gira
em torno do incidente do escravo Onésimo. Este fugira de seu dono, Filêmon,
para ficar cuidando de Paulo, aprisionado (provavelmente) em Éfeso, não muito
longe de Colossas, a cidade de Filêmon. Agora Paulo manda-o de volta a Filêmon,
não mais na qualidade de escravo (um escravo fugido poderia ser punido de
morte), mas, como ele recebera o batismo, na qualidade de irmão, “filho” de
Paulo, como era o próprio Filêmon (v. 10). Filêmon o deve receber não mais como
escravo, mas como irmão (v. 16). No mundo escravocrata daquele tempo, o que
Paulo propõe deve ter parecido loucura; porém, é a mais pura sabedoria cristã.
Mesmo se Paulo não pensava numa sociedade sem escravos, ele aboliu mentalmente
a diferença entre senhor e escravo, judeu e grego, homem e mulher (cf. Gl
3,28), diante da perspectiva do encontro com Cristo na Parusia (cf. 1Cor
7,20-23). Espiritualmente falando, “em Cristo”, ambos, Onésimo e Filêmon,
pertencem a uma nova realidade e são irmãos. (Pe. Johan Konings, sj)
Evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas 14,25-33
Naquele tempo, grandes multidões acompanhavam
Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: "Se alguém vem a mim, mas não se
desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas
irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega
sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
Com efeito, qual de vós, querendo construir uma
torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente
para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o alicerce e não será capaz de
acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 'Este homem
começou a construir e não foi capaz de acabar!' Ou ainda: Qual o rei que, ao
sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez
mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele
vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para
negociar a paz. Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a
tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” - Palavra da Salvação.
Comentários:
O
evangelho nos coloca numa nova realidade, que tem como marco zero a cruz de
Cristo. Essa nova realidade exige também uma nova sabedoria. Muitos pretendem
seguir Jesus, mas será que sabem que seu caminho conduz ao Gólgota? Daí as
duras exigências formuladas por Jesus: abandonar a família, o sucesso, a vida
até (Lc 14,25-27), e ponderar sobriamente sua força e disponibilidade
(14,28-32). Em resumo: o discípulo deve largar tudo (14,33). Como isso se
realiza na vida de cada um, não é dito aqui. Ora, uma coisa é certa: Jesus não
pede o impossível, mas a gente deve preparar-se para tudo o que for possível. A
sabedoria ensina a dar a tudo seu devido lugar, a ponderar o que é mais e o que
é menos importante. Isso pode conduzir a conclusões que, aos olhos de pessoas
superficiais, parecem loucura. As exigências do seguimento de Jesus parecem
loucura: “Odiar (=não preferir) pai e mãe, mulher, filhos, irmãos e irmãs”
(14,26), por causa de Cristo e seu evangelho, não é isso uma loucura? Não. É a
consequência da sabedoria cristã, da ponderação do investimento necessário para
o Reino de Deus. Começar a construir a torre sem o necessário capital, isso é
que é loucura, pois todo mundo ficará gozando da cara da gente porque não
conseguiu concluir a obra! A alusão à torre de Babel, símbolo da vaidade e da
confusão humana, é evidente. O homem sábio faz seu orçamento e decide quanto
vai investir. No caso do cristão, o único orçamento adequado é o do
investimento total, já que se trata do supremo bem, sem o qual os outros bens
ficam sem valor. A sabedoria cristã consiste em ousar optar radicalmente pelo
valor fundamental, mesmo se isso exige uma escolha dolorosa contra pessoas
muito queridas, realidade que se repetia diariamente na Igreja no tempo de
Lucas. E observe-se que essas palavras foram dirigidas às “grandes multidões”
que seguiam Jesus (14,25), não a monges e ascetas. Além disso, formam a
sequência da exortação ao convite gratuito e da parábola do grande banquete, em
que Jesus ensina a dar a preferência às pessoas “não gratificantes” em vez dos
familiares e amigos (14,7-14; evangelho de domingo passado). Assim, “odiar”
seus familiares pode referir-se, concretamente, a duas realidades: 1) num
primeiro sentido, muito atual no tempo de Lucas: a perseguição, que obriga o
cristão a preferir o Cristo acima dos laços de parentesco e até acima da
própria vida (sentido primeiro); 2) num sentido mais geral, atual também hoje:
a preferência (por causa do Evangelho) por categorias de pessoas pouco
estimadas, excluídas, mesmo se isso nos custa o afastamento de nossos círculos
sociais preferidos. Ouve-se, em nosso ambiente, muitas vezes, a observação de
que é preciso ter “bom senso” em questões de justiça e direito, mas esse “bom
senso”, geralmente, não significa outra coisa senão o medo, ou até a covardia.
Quando é claro que o amor de Cristo está em jogo, a sabedoria cristã exige um
investimento radical. Porém, radicalidade não é imprudência. É liberdade
perante aquilo que nos pode desviar do que é importante. A sabedoria cristã nos
ajuda a estabelecer as opções preferenciais certas. E depois, é preciso
realizar na prática essas opções sabiamente feitas. Quem acha que seguir Cristo
é fundamental, deve fazê-lo, custe o que custar. Assim, o sábio cristão não é o
sofista brilhante que explica tudo sem jamais se comprometer. É o homem que, ao
mesmo tempo lúcido e convicto, investe tudo no que julga ser o sentido último
da vida e da História, à luz da fé em Cristo Jesus. O sábio não é aquele que
hesita quando se trata de saltar, mas aquele que salta; o que hesita é o que
cai… (Pe. Johan Konings, sj)
A
observação feita por Jesus visava levar a multidão que o seguia a deixar de
lado a exaltação ingênua e colocar os pés no chão, para evitar possíveis
frustrações. A empolgação do momento podia desviar as pessoas do verdadeiro
significado do gesto de colocar-se no seguimento do Mestre. Quem quisesse
segui-lo, deveria estar consciente das implicações de sua opção. A primeira
exigência consistia em romper com os laços familiares, por causa do Reino,
colocando, em segundo plano, o amor aos entes mais queridos. O texto bíblico
fala em "odiar pai, mãe etc.". Evidentemente, a palavra
"odiar" não tem o mesmo sentido que nós lhe damos, hoje. Na boca de
Jesus, ela quer dizer "dar preferência ao pai, à mãe"; colocá-los
acima do Reino e de suas exigências. A segunda exigência aponta para a
predisposição de aceitar todas as consequências decorrentes da opção pelo
Reino. Isto significa "tomar a própria cruz". Não é apto para seguir
Jesus quem se intimida diante das perseguições, da indiferença, das calúnias
sofridas por causa de seu testemunho de vida. Só quem é suficientemente forte
para enfrentá-las, está em condições de se tornar seguidor de Jesus. Portanto,
a opção por se tornar seu discípulo funda-se numa dupla disposição para a
liberdade: diante dos laços de parentesco e diante da cruz que se há de
encontrar nesse seguimento. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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