sábado, 31 de janeiro de 2015

4º Domingo Comum Ano “B” Marcos - Profeta, personagem incômodo

Primeira Leitura: Dt 18,15-20 - Salmo: 94,1-2.6-7.8-9 (R.8) - Segunda Leitura: 1Cor 7,32-35 - Evangelho Mc 1,21-28

Profeta, personagem incômodo

A primeira e a terceira leituras se interpelam e se completam, assim como a promessa exige o dom, e a espera invoca a vinda. Objeto da promessa da espera é o grande profeta que Deus suscitará como um segundo Moisés. A história da salvação é história de Deus que fala com seu povo; nesta história o profetismo se mostra como uma das linhas de força que percorrem toda a existência de Israel como povo, caracterizam sua experiência religiosa desde o tempo de Moisés. 

Suscitarei um profeta no meio deles

O profeta não é antes de tudo aquele que prega ou revela um acontecimento futuro. É,. Em primeiro lugar, um mediador do Absoluto, portador fiel da palavra de Deus. P profetismo se insere neste contexto de necessidade da palavra de Deus e se caracteriza como ponto de encontro do homem com a verdade e a vontade de Deus. Com muita frequência, o profeta denuncia as faltas que se cometem contra a Lei, embora haja uma observância da letra: ele luta contra os hábitos vazios de um passado que se torna confuso com suas mortas observâncias. Condena o culto exterior e os sacrifícios que ocultam a hipocrisia e a injustiça.

O profeta é constituído por Deus “para arrancar e demolir, para destruir e abater, para edificar e plantar” (Jr 1, 10). Por isso, seu impacto com o povo é muito mais frequentemente um desencontro que um encontro. A lei era, para o judeu, lugar privilegiado de encontro com a vontade de Deus, mas acarretava o risco de uma observância literal, jurídica, sem alma nem coração. O encontro entre o profeta e o povo de Deus, se dá exatamente no terreno da lei. Profetismo e Lei (instituições, tradições e culto) não exprimem duas opões ou dois conteúdos divergentes; trata-se de funções distintas, setores que não são isolados entre si.

Há também falsos profetas (1ª leitura), há pessoas que pensam ser portadoras da palavra de Deus, quando são apenas eco de palavras humanas.

Jesus é apresentado no evangelho não só como aquele que fecha historicamente  s série dos profetas antigos, mas como o que vem cumprir as promessas, aquele em quem se revela e se realiza o plano de Deus sobre a humanidade. Não se limita, como os escribas e fariseus, a repetir e recordar a palavra de Deus; “ensina com alguém que tem autoridade” e acompanha suas palavras com o poder dos milagres. A cura do endemoninhado torna-se sinal profético em alto, da vinda do reino de Deus, do início do novo povo.

Profetas e comunidades proféticas na Igreja

Ainda existem profetas hoje? Qual é o seu papel na Igreja? Com que sinal se apresentam? A visão da história humana, segundo alógica de Deus, nos é dada pela palavra que ele confiou à comunidade dos homens. Essa palavra não está sepultada num livro; vive numa comunidade; ou melhor, constrói a comunidade, e esta, relendo e atualizando a palavra, a enriquece e aprofunda.

A denúncia profética

A função do profeta é primariamente “crítica”. A Igreja, como realidade humana, está sujeita à tentação de se instalar sobre as conquistas feitas, ou de se conformar em lamentar-se pelos equilíbrios perdidos. A tentação de dar às instituições, às expressões religiosas, o caráter de coisa definitiva e de absoluto, existe a cada passo em seu caminho. É fácil considerar adquirido para sempre o que é só um momento da história. A comunidade cristã em necessidade de denúncia crítica, precisamente quando pensa ser já testemunha transparente da comunhão de Deus.

A denúncia profética não é iniciativa da Igreja, mas do Espírito Santo. Os profetas surgem onde menos e quando menos os esperamos. O Espírito suscita os profetas também para além dos limites sociológicos da Igreja. Todo homem, toda comunidade humana pode tornar-se profecia.

Não existe só uma profecia dentro da Igreja; a própria comunidade cristã é “profecia” diante de toda a comunidade humana: fonte de crítica contra toda absolutização, ideologia desumanizante ou poder opressor. Denúncia de racismo, exploração econômica, falta de respeito à vida. Tudo isto pressupõe uma comunidade em contínua revisão de sua fidelidade à mensagem, para que sua profecia não seja alienante contratestemunho.

Fonte: Missal Dominical - Paulus

Fique com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia  
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