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Tempos depois, os
carmelitas mudaram-se para a Europa e passavam por grandes dificuldades. No dia
16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, Inglaterra, S.
Simão Stock, superior geral da Ordem, pediu a Nossa Senhora, um sinal de sua
proteção, que fosse visível a seus inimigos.
Recebeu, então, de
Nossa Senhora o escapulário, com a promessa: "Recebe, filho amado, este
escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno.
Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto
sempiterno”.
Quem segue Jesus e é
devoto de Maria Santíssima, caminha a passos seguros no caminho da salvação. O
escapulário é sinal da proteção de Maria.
A festa de Nossa Senhora do Carmo é celebrada
todo 16 de julho de cada ano, desde 1332, e foi estendida à Igreja Universal no
ano de 1726, pelo papa Bento XIII. O papa João Paulo II, ao declarar que usa o
escapulário desde sua juventude, escreve: “O Escapulário é signo de aliança
entre Maria e os fiéis. Traduz concretamente a entrega, na cruz, de Maria ao
discípulo João”(Jo 19,25-27). (Côn. Dr.
Pedro Carlos Cipolini - Pároco e Reitor da Basílica N.Sra. do Carmo -
Campinas/SP)
A predileção
de Nossa Senhora pela Ordem do Carmo foi confirmada, de modo ainda mais
maternal, no século seguinte, quando, aparecendo ao papa João XXII, prometeu-lhe
especial assistência aos que trouxessem o seu escapulário, e que os livraria do
purgatório no primeiro sábado após sua morte. Essa segunda e sublime promessa é
conhecida como privilégio sabatino.
Por
Carmelitas se entendiam os membros das confrarias do Carmo. Entretanto,
concedeu depois a Igreja a várias ordens religiosas a faculdade de benzer
também pequenos escapulários e impô-los aos fiéis, independentemente de estarem
ligados ou não às referidas confrarias. Assim, estendem-se também a todos os
que portam o Escapulário do Carmo aquelas mesmas promessas da Mãe de Deus.
Deste modo, a divulgação do escapulário passou a ser universal, e juntamente
com o rosário, um dos símbolos do católico piedoso e servo de Maria.
Mais de
trinta Papas recomendaram o escapulário, usaram-no, propagaram-no com palavras
as mais belas que o vocabulário humano permite. Em todo o mundo, mais de cem
mil sacerdotes e bispos também o recomendaram ardentemente, por sete séculos, e
milhões de católicos o vêm usando.
Um dos sintomas mais reconfortantes de religiosidade e devoção marianas
que está se generalizando, é certamente o uso do Escapulário do Carmo,
especialmente entre os jovens. O escapulário do Carmo tornou-se o veículo
seguro, eficaz e mais fácil de garantir a eternidade.
(Antonio
Ramos, in O escapulário do Carmo, Esperança de Salvação, de 1995)
Na Idade Média, o escapulário era uma espécie de avental que caía
na frente e atrás – “scapulas”
– palavra latina que significa ombros, e era usado sobre uma roupa comum, pelos
eremitas estabelecidos no Monte Carmelo, na Palestina, e que deu origem à Ordem
do Carmo. Viviam em pequenos eremitérios, da oração e da mendicância, até que
com a conquista da Terra Santa pelos mulçumanos, tiveram que fugir para a
Europa. Como já existiam outras ordens também mendicantes, eles não foram bem
recebidos e encontraram grandes dificuldades, passando até pelo risco de
extinção.
Foi então que o Carmelita Simão Stock, homem penitente e de grande
santidade, foi eleito Superior Geral da Ordem. Angustiado com a situação em que
se encontravam os seus irmãos carmelitas, começou a suplicar incessantemente a
Nossa Senhora que protegesse a sua Ordem.
Assim, no dia 16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de
Cambridge, Inglaterra, Nossa Senhora apareceu-lhe com o menino Jesus nos braços
e rodeada de anjos. Apresentou-lhe, então, um escapulário, dizendo-lhe:
“Recebe, filho muito amado, este escapulário da tua ordem, sinal de minha
confraternidade. Será um privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Todo o
que com ele morrer não padecerá do fogo eterno. Ele é, pois um sinal de
salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e de pacto sempiterno”.
O Padre Simon Maria Besalduch, em sua obra “Enciclopédia Del Escapulario del Carmen”, nota que São Simão
pediu à Virgem “um signo, um sinal, de sua graça que fosse visível aos olhos de
seus inimigos”. E que Ela, ao entregar-lhe o escapulário, “declara que o
entrega a ele e a todos os Carmelitos como um signo de sua confraternidade e um
sinal de predestinação”. (Antonio Ramos, in O Escapulário do Carmo, Esperança de Salvação, p. 20)
Eis aqui alguns exemplos do apreço de
Santos ao Escapulário do Carmo:
São
Simão Stock, que teve a dita de receber o Escapulário das mãos da Rainha
do Céu, no mesmo dia o tocou no corpo de um moribundo impenitente, obtendo o
primeiro milagre do Escapulário com a imediata conversão do doente.
São João da
Cruz, ao perguntar muitas vezes ao frade que o assistia em sua
última doença, que dia da semana era, explicou: “Pergunto por que me veio
agora à memória quão grande benefício é o que faz Nossa Senhora aos religiosos de sua Ordem que
portaram seu hábito e fizeram o que esse privilégio pede”. Realmente faleceu na
alvorada de um sábado, 14 de dezembro de 1591.
Santa Teresa
de Jesus com freqüência se gloriava de portar o escapulário “como indigna
Carmelita”. E zelava para que suas religiosas não deixassem de dormir com
ele posto. Dirigindo-se a elas, escrevia: “Só posso confiar na misericórdia do
Senhor... e nos merecimentos de Seu Filho e da Virgem Maria Santíssima, Sua
Mãe, cujo hábito indignamente trago e vós trazeis”.
Santo Afonso
Maria de Ligório não só usava o Escapulário, mas o recomendava
insistentemente aos fiéis. O Escapulário com o qual foi enterrado permaneceu
incorrupto no sepulcro, e é hoje venerado num relicário em Marianella, sua
cidade natal.
São Pedro
Claver serviu-se incessantemente do Escapulário do Carmo em seu apostolado com
os negros na Colômbia. Conserva-se uma pintura representando-o no leito de
morte, com um crucifixo em uma das mãos e o Escapulário sobre o peito; em volta
à sua cama, muitos negros com o Escapulário ao pescoço, beijando os pés e as
mãos do missionário.
São João
Bosco recebeu-o na infância e o difundiu durante toda a vida. Enterrado
em 1888 com o Escapulário, em 1929 foi encontrado o mesmo em perfeito estado de
conservação, sob as vestes apodrecidas e os mortais mumificados desse grande
apóstolo e incomparável educador da juventude.
São
BoaVentura dizia: “Desafoguem o peito diante da Virgem do Carmo os pecadores
mais empedernidos: revistam-se do seu Santo Escapulário e Ela os conduzirá ao
porto da conversão. Honrem-na com o uso do Escapulário e demais obrigações ou
obséquios da Confraria. (Plínio Maria
Solimeo, A grande promessa de salvação, Artpres, S. Paulo, 2000, p. 51-53.)
Fonte: Basílica Nossa Senhora do Carmo / Campinas/SP
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Ricardo
Feitosa e Marta Lúcia
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