1ª Semana do Tempo Comum - 1ª Semana do Saltério
Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano Litúrgico “B” – São Marcos
Antífona:
Ergamos os nossos olhos para aquele que tem o céu como trono; a multidão
dos anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo poder é eterno.
Oração do Dia: Ó Deus, atendei como Pai às preces do vosso povo; dai-nos a
compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira
Leitura: Carta aos Hebreus 3,7-14
Irmãos, escutai o que declara o Espírito Santo: “Hoje, se
ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como aconteceu na
provocação, no dia da tentação, no deserto, onde vossos pais me tentaram,
colocando-me à prova, embora vissem as minhas obras, durante quarenta anos. Por
isso me irritei com essa geração e afirmei: sempre se enganam no coração e
desconhecem os meus caminhos. Assim jurei em minha ira: não entrarão no meu
repouso”.
Cuidai irmãos, que não se ache em algum de vós um coração
transviado pela incredulidade, levando-o a afastar-se do Deus vivo. Antes,
animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser “hoje”, para
que nenhum de vós se endureça pela sedução do pecado, pois tornamo-nos
companheiros de Cristo, contanto que mantenhamos firme até ao fim a nossa
confiança inicial. - Palavra do Senhor.
Comentário: Não diversamente dos cristãos
com que se ocupa a carta aos hebreus, os cristãos do nosso tempo encontram-se
muitas vezes expostos a dupla tentação. A tentação de considerar a fé em Deus
como uma espécie de apólice de seguro: contra as desgraças e doenças, contra as
injustiças e afrontas, contra as calamidades naturais, contra as próprias
enfermidades espirituais. Deus deve intervir para livrar o mundo das desgraças,
para livrar das insídias da dúvida e do pecado aqueles que o invocam. A
tentação de considerar a Igreja como um lugar de refúgio seguro, de onde se pode
tranquilamente escutar o fragor das ondas que tragam os infelizes que estão
“fora” do porto. Para esses cristãos é inconcebível que o Concílio apresente, ao
contrário, uma Igreja “em contínua busca da verdade”, uma Igreja chamada a
renovar-se, a mudar as estruturas, para ser sinal da salvação para todos os
homens. Mas esta é, justamente, a Igreja que Cristo quis. (Missal Cotidiano)
Salmo:
94, 6-7.
8-9. 10-11 (R. 8) Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os vossos
corações.
Vinde adoremos e prostremo-nos por
terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso
Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua
mão.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:
"Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele
dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas
obras".
Quarenta anos desgostou-me aquela raça e
eu disse: "Eis um povo transviado, seu coração não conheceu os meus
caminhos!" E por isso lhes jurei na minha ira: "Não entrarão no meu
repouso prometido!"
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45
Naquele tempo, um leproso chegou perto de Jesus, e de
joelhos pediu: "Se queres, tens o poder de curar-me". Jesus, cheio de
compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: "Eu quero: fica
curado!" No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado.
Então Jesus o mandou logo embora,
falando com firmeza: "Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao
sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova
para eles!" Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso
Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares
desertos. E de toda parte vinham procurá-lo. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Uma
das promessas que sempre estão presentes nas profecias do Antigo Testamento a
respeito dos tempos messiânicos é a cura da lepra. Isso acontece porque a lepra
era uma das doenças mais temidas entre as pessoas, principalmente porque uma
das suas consequências era a exclusão social e religiosa. Ao curar uma pessoa
da lepra, Jesus não apenas o livra da doença em si que a faz sofrer como também
a reintegra na vida social e religiosa. Por isso entendemos a alegria do homem
que foi curado, que fez com que ele não fosse capaz de guardar o fato só para
si, mas passou a divulgá-lo de tal modo que Jesus não podia mais aparecer em
público. (CNBB)
O
assédio das multidões fazia Jesus evitar as cidades e preferir os lugares
desertos, para onde acorria quem precisava de sua ajuda. Esta opção explica-se
pelo desejo de realizar sua missão com plena liberdade, sem ser pressionado
pelos ideais messiânicos, largamente difundidos nos meios populares. O deserto
era apropriado para ele se proteger. Mas é possível fazer uma interpretação
simbólica desta opção de Jesus. O imaginário da época reportava-se às agruras
do êxodo do Egito, quando pensava no deserto. Sendo desabitado, sem vegetação,
este se torna perigoso e mortífero. O deserto é lugar de provação. Nele é
preciso escolher entre confiar em Deus ou confiar em si mesmo e nas capacidades
pessoais de vencer os desafios. A configuração terrível do deserto gerou a
crença de que, nele, habita o Diabo, como se fosse o lugar escolhido, por ser
neutro, para o confronto com Deus. As cenas evangélicas da tentação são, por
isso, situadas no deserto, para onde Jesus é conduzido pelo Espírito. Escolhendo
o deserto como lugar de ação, Jesus combatia o inimigo da humanidade, dentro
dos domínios deste. Esta luta sem trégua marcou a ação do Mestre, pois a
implantação do Reino supunha a derrota das forças diabólicas. Ele as enfrentou
e venceu, com destemor. Sinal disto foram as curas e os milagres realizados nas
regiões desertas. Com a chegada de Jesus, o Diabo perdeu o poder de oprimir o
ser humano. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
O
leproso sabia da sua condição de excluído, como impuro e canal de impureza
jamais deveria cruzar sequer o caminho de alguém, mas confiando naquele que
trazia uma Boa Noticia, que anuncia um novo tempo, rompe a barreira do
preconceito, da lei que exclui e oprime e vai ao encontro de Jesus. Por sua
vez, Jesus não vira as costas a aquele que o procura, não se preocupa se também
se tornará um excluído, irrita-se com os sacerdotes e doutores que não buscam
dar melhores condições ao necessitado. A lepra era considerada um grande
castigo de Deus e só ele poderia reverter à situação, curar um leproso era a
mesma coisa que ressuscitar alguém, a ação de Jesus é sinal de que ele é
verdadeiramente o Messias. Já o motivo que levou Jesus a impedir o leproso de
divulgar a cura, tendo em vista que isso era uma coisa boa coisa e razão de
alegria, dava-se ao fato da má interpretação por parte do povo que passariam a
vê-lo como mais um grande profeta fazedor de milagres. (Ricardo Feitosa)
PRECES DA
ASSEMBLEIA (Paulus):
Ouvi,
Senhor, nosso pedido.
1.
Pelos que nos mostraram o caminho do bem, rezemos.
2.
Pelos governantes e pelas instituições que atuam na
área da saúde, rezemos.
3.
Pelos doentes e pelos ministros e profissionais da
saúde, rezemos.
4.
Pelas pessoas discriminadas e esquecidas, rezemos.
5.
Pelos catequistas, que ensinam os valores do
evangelho, rezemos.
INTENÇÕES PARA O
MÊS DE JANEIRO:
Universal – Promover a paz: Para que as pessoas de diferentes
tradições religiosas e todos os homens de boa vontade colaborem na promoção da
paz.
Pela evangelização – Ano da vida
consagrada: Para que
neste ano dedicado à vida consagrada, as consagradas e os consagrados descubram
a alegria de seguir a Cristo e se dediquem zelosamente ao serviço dos pobres.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Comum: O Tempo Comum começa no dia seguinte à
Celebração da Festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes
da Quaresma. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e
termina antes das Primeiras Vésperas do 1º Domingo do Advento NALC 44.
Cor Litúrgica: VERDE - Simboliza a esperança que todo
cristão deve professar. Usada nas missas do Tempo Comum.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Fique com Deus e
sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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