Primeira Leitura: Gn 9,8-15 - Salmo 24,4bc-5ab.6-7bc.8-9
(R. cf. 10) - Segunda Leitura: 1Pd 3,18-22 - Evangelho: Mc 1,12-15
Convertei-vos e crede no evangelho
A vigília de um grande acontecimento é marcada por um tempo
de reflexão, como que um recolhimento antes de penetrar na nova vida. Todas as
interrogações e hesitações desaparecerão depois na viagem para novos horizontes.
O batismo de um adulto comporta essa radicalidade, uma
mudança de hábitos, atitudes, centros de interesse; começa realmente outra
vida. É análoga à experiência do matrimônio, da consagração sacerdotal ou
religiosa. Cristo é levado ao deserto pelo Espírito, a fim de se preparar para
sua missão (evangelho): deixa os hábitos cotidianos, o ritmo de vida, os laços
de família e amizade, para seguir um caminho que o conduzirá à sua páscoa; esse
corte do que ficou para trás já é uma antecipação do sacrifício de sua vida.
Tudo ou nada
Também a nós o anúncio do evangelho de hoje é leito em
termos que levam a pensar. É global, não analítico. "O reino de Deus está
presente": portanto, mudai de vida, disponde-vos a fazer o que o evangelho
(isto é, a realidade de Cristo, filho de Deus) vos propõe.
Nessas afirmações, Cristo não admite compromissos ou ambiguidades.
Só há um caminho para o homem: converter-se. Para um semita, a conversão
implica a imagem de um homem que se afasta do caminho habitual e se volta para
outra direção. Nesse esforço de libertação há perigo de ilusões, enquanto quem
aspira à conversão pode perder-se em exterioridades e práticas. A conversão é
uma atitude que envolve "todo" o homem, não só como renúncia ao
pecado, mas principalmente como nova orientação para o futuro. Implica frequentemente
uma crise de fé que termina na mais profunda experiência de Deus.
Cada um de nós estará pronto, nossa comunidade estará pronta
a crer no evangelho? a cortar o que ficou para trás, a levar a sério a aliança
com Deus? a viver segundo a "reta consciência , a deixar-se conduzir pelo
Espírito aonde ele o quiser e a percorrer o caminho de Cristo rumo à sua
páscoa, com plena disponibilidade a todas as exigências de uma autêntica
"conversão"?
Este nosso tempo é um "dilúvio": salvam-se os que,
como Noé, não estão satisfeitos com o bem-estar alcançado por sua civilização,
e creem na palavra de Outro, mesmo a custa de enfrentar o ridículo de construir
uma arca (1ª leitura). Salvam-se os que, como Cristo, deixam tudo para, com
ele, construir a humanidade nova (2ª leitura).
Não basta um "prudente" reformismo
Diante da situação social do nosso tempo, com suas
dramáticas injustiças, são muitos os que refutam as soluções parciais, os
retoques para melhorar o quadro geral, as intervenções limitadas a esse ou
àquele setor a fim de torná-lo mais funcional. Em uma palavra, refutamos o
reformismo, espécie de compromisso que só atinge os particulares, deixando
intato todo o sistema. Precisamos de uma solução global. O convite peremptório
de João: "Convertei-vos e crede no evangelho" é convite à conversão
total, para além de todo reformismo interior.
Não se trata de retocar algo em nossa vida, mas de mudança
radical de mentalidade, de quadros de valores, de opções fundamentais. O homem
deve crer em alguma coisa e em alguém; não vive sem uma fé.
Há os que creem nos mitos do tempo, nas solicitações
publicitárias, no puro egoísmo pessoal que bloqueia e esteriliza o homem.
Indicações para um percurso futuro
A Quaresma nos convida, como indivíduos e comunidades, a
crer no evangelho, isto é, a libertar-nos de todo ídolo e mitologia; a confiar
plenamente no Cristo e em sua palavra; a engajar-nos profundamente no caminho
por ele indicado, passando pelo sacrifício e a cruz, visando a atingir a
libertação da Páscoa. A conversão a Cristo deve exprimir-se em todos os campos
e todas as relações, tanto em pequena escala, entre homem e homem, como em
grande escala, entre as instituições que governam a sociedade, segundo as
indicações da Populorum Progressio. Pensar em conversões rápidas, repentinas, é
precisamente não querer mudar nada; é necessário comprometer-se em algo de
concreto, dar um passo cada dia, como a Quaresma nos convida a fazer; é preciso
cada dia interrogar-se sobre o que se pode fazer, e querer fazê-lo.
Fonte: Missal Dominical /
Paulus
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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