Primeira Leitura: Nm 11,25-29 - Sl 18,8.10.12-13.14 (R.8a
9b) - Segunda Leitura: Tg 5,1-6 - Evangelho: Mc 9,38-43.45.47-48
A tentação de monopolizar a Deus
O Espírito de Deus sopra onde e como quer. Deus pode suscitar
filhos de Abraão até das pedras. Sua voz pode servir-se, para se fazer ouvir,
até dos instrumentos que menos se supõe. Este é o sentido teológico da 1ª
leitura. Deus é essencialmente livre ao conceder seus dons. Age diferentemente
dos esquemas mentais usuais e das estruturas consagradas, concedendo a
"profecia" também aos que estão fora da tenda.
Ninguém tem o monopólio de Cristo
É esta também a atitude de Jesus (evangelho). Convida ao
respeito e à confiante expectativa, e a perceber nos "que não são dos
nossos" não um inimigo em potencial ou um concorrente, mas uma sintonia
interior, que pode terminar sendo a de um "companheiro de fé". Como
se vê, Jesus também põe de sobreaviso seus discípulos contra a tentação de
querer ter o "monopólio" dos dons do Senhor.
As instituições podem provir da iniciativa de Deus; mas o
que importa é o uso que delas fazem os homens. Os profetas não cessaram de
lembrá-lo: Javé é soberanamente livre! Pode muito bem passar sem o Templo, se
nele não recebe a verdadeira adoração; o reino davídico pode terminar se os
reis não lhe são fiéis; Javé pode, se o quiser, suscitar a fé para além das
fronteiras de Israel; nem sequer a aliança do Sinai é eterna...
Característica é também a atitude de Jesus a respeito das
estruturas e das instituições de seu povo; assume-as com toda a liberdade, isto
é, sem nunca se deixar escravizar por elas. Acentua a transcendência de Deus em
sua iniciativa de salvação: o Espírito sopra onde quer e não está preso a
nenhuma estrutura humana. As instituições são feitas para o homem e não o homem
para as instituições.
A mesma atitude de liberdade e respeito assumiu a Igreja
primitiva. Certas instituições religiosas e litúrgicas permanecem, como a ceia
pascal, mas são enriquecidas de sentido novo, que deriva de sua referência ao
mistério da cruz; outras desapareceram, como a circuncisão, o sábado, o culto
do Templo, a peregrinação a Jerusalém.
Deus é livre
A perene tentação dos que creem é a de sequestrar a Deus,
monopolizá-lo para si, para seu uso e consumo, enquadrá-lo em suas certezas
teológicas, exauri-lo em suas instituições eclesiásticas, esquecendo-se de que
ele nunca amarra suas mãos, que sua ação salvífica não se exaure entre as
unções visíveis de sua Igreja, e que sua graça transborda e chega até nós também
por muitos outros canais além dos sinais sacramentais tradicionais.
Esta tentação se torna mais forte com relação às
instituições eclesiásticas m que se "cristaliza", de certo modo, a
livre iniciativa de Deus, no sentido e que se apresentam em termos objetivos e
individuais, como o eco fiel da ordem que Deus pretende promover e dos meios
para atingi-la. No entanto, essas instituições também estão sujeitas a um
processo e ameaçadas de degradação, que pode desfigurar-lhes a fisionomia e a
missão. No decorrer de toda a história da Igreja surgiram profetas para
discernir os apelos do Espírito, e, de vez em quando, uma fidelidade renovada
ao evangelho veio rejuvenescer a Instituição. Ultimamente, foi papa João XXIII.
Convocou um concílio, que encaminhou efetivamente Igreja católica para uma
leitura renovada da vontade de Deus nos sinais dos tempos".
Espírito ou instituição?
Neste tempo pós-conciliar, tão rico de fermentos e tão
criativo e cheio de iniciativas e tentativas novas, fala-se muito de carismas.
Às vezes fala-se em tom polêmico, opondo-os à instituição, para reivindicar uma
dimensão individual, original, que se presume autêntica, da experiência
religiosa, contra a dimensão tradicional, codificada, que se presume matar o
espírito. Convém evitar os equívocos e ilusões; saber ouvir a voz de Deus,
aceitar com humildade os ensinamentos de todos, bons ou maus, crentes ou ateus,
sem presumir de nós mesmos. E na comunidade que os carismas são reconhecidos.
Foi ao "pastor" que Deus confiou a tarefa de defender o rebanho
contra os assaltos, as insinuações e o fascínio do mal, camuflado de bem.
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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