domingo, 27 de setembro de 2015

26º Domingo Comum Ano “B” Marcos - A tentação de monopolizar a Deus

Primeira Leitura: Nm 11,25-29 - Sl 18,8.10.12-13.14 (R.8a 9b) - Segunda Leitura: Tg 5,1-6 - Evangelho: Mc 9,38-43.45.47-48

A tentação de monopolizar a Deus

O Espírito de Deus sopra onde e como quer. Deus pode suscitar filhos de Abraão até das pedras. Sua voz pode servir-se, para se fazer ouvir, até dos instrumentos que menos se supõe. Este é o sentido teológico da 1ª leitura. Deus é essencialmente livre ao conceder seus dons. Age diferentemente dos esquemas mentais usuais e das estruturas consagradas, concedendo a "profecia" também aos que estão fora da tenda. 

Ninguém tem o monopólio de Cristo

É esta também a atitude de Jesus (evangelho). Convida ao respeito e à confiante expectativa, e a perceber nos "que não são dos nossos" não um inimigo em potencial ou um concorrente, mas uma sintonia interior, que pode terminar sendo a de um "companheiro de fé". Como se vê, Jesus também põe de sobreaviso seus discípulos contra a tentação de querer ter o "monopólio" dos dons do Senhor.

As instituições podem provir da iniciativa de Deus; mas o que importa é o uso que delas fazem os homens. Os profetas não cessaram de lembrá-lo: Javé é soberanamente livre! Pode muito bem passar sem o Templo, se nele não recebe a verdadeira adoração; o reino davídico pode terminar se os reis não lhe são fiéis; Javé pode, se o quiser, suscitar a fé para além das fronteiras de Israel; nem sequer a aliança do Sinai é eterna...

Característica é também a atitude de Jesus a respeito das estruturas e das instituições de seu povo; assume-as com toda a liberdade, isto é, sem nunca se deixar escravizar por elas. Acentua a transcendência de Deus em sua iniciativa de salvação: o Espírito sopra onde quer e não está preso a nenhuma estrutura humana. As instituições são feitas para o homem e não o homem para as instituições.

A mesma atitude de liberdade e respeito assumiu a Igreja primitiva. Certas instituições religiosas e litúrgicas permanecem, como a ceia pascal, mas são enriquecidas de sentido novo, que deriva de sua referência ao mistério da cruz; outras desapareceram, como a circuncisão, o sábado, o culto do Templo, a peregrinação a Jerusalém.

Deus é livre

A perene tentação dos que creem é a de sequestrar a Deus, monopolizá-lo para si, para seu uso e consumo, enquadrá-lo em suas certezas teológicas, exauri-lo em suas instituições eclesiásticas, esquecendo-se de que ele nunca amarra suas mãos, que sua ação salvífica não se exaure entre as unções visíveis de sua Igreja, e que sua graça transborda e chega até nós também por muitos outros canais além dos sinais sacramentais tradicionais.

Esta tentação se torna mais forte com relação às instituições eclesiásticas m que se "cristaliza", de certo modo, a livre iniciativa de Deus, no sentido e que se apresentam em termos objetivos e individuais, como o eco fiel da ordem que Deus pretende promover e dos meios para atingi-la. No entanto, essas instituições também estão sujeitas a um processo e ameaçadas de degradação, que pode desfigurar-lhes a fisionomia e a missão. No decorrer de toda a história da Igreja surgiram profetas para discernir os apelos do Espírito, e, de vez em quando, uma fidelidade renovada ao evangelho veio rejuvenescer a Instituição. Ultimamente, foi papa João XXIII. Convocou um concílio, que encaminhou efetivamente Igreja católica para uma leitura renovada da vontade de Deus nos sinais dos tempos".

Espírito ou instituição?

Neste tempo pós-conciliar, tão rico de fermentos e tão criativo e cheio de iniciativas e tentativas novas, fala-se muito de carismas. Às vezes fala-se em tom polêmico, opondo-os à instituição, para reivindicar uma dimensão individual, original, que se presume autêntica, da experiência religiosa, contra a dimensão tradicional, codificada, que se presume matar o espírito. Convém evitar os equívocos e ilusões; saber ouvir a voz de Deus, aceitar com humildade os ensinamentos de todos, bons ou maus, crentes ou ateus, sem presumir de nós mesmos. E na comunidade que os carismas são reconhecidos. Foi ao "pastor" que Deus confiou a tarefa de defender o rebanho contra os assaltos, as insinuações e o fascínio do mal, camuflado de bem.

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Fique com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja Católica

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