sábado, 13 de fevereiro de 2016

Libertação: dom e compromisso - 1º Domingo da Quaresma “C” Lucas

Libertação: dom e compromisso - 1º Domingo da Quaresma “C” Lucas

Certos momentos na história de um povo constituem a sua epopeia; são os acontecimentos da "libertação", do seu nascimento como povo quando tomou consciência dos laços que o unem e do destino a que é chamado.

O povo de Israel viveu essa experiência na história e a reviveu na memória poética e ritual (1ª leitura), encontrando nos acontecimentos do Êxodo o ponto de referência para a sua consciência de ser o povo escolhido em vista de uma missão. Sentiu sua libertação como uma obra prodigiosa de Deus e não como fruto de iniciativa humana: consequentemente, toda a sua religião se baseia nessa libertação e no seu desenrolar-se dentro de um desígnio de salvação. 

Para os cristãos, o acontecimento é a Páscoa de Jesus, que começa a fazer parte da história de todo homem, uma vez que ele aceita deixar-se libertar e entrar no povo dos remidos. As comunidades que se reúnem em nome (2ª leitura) de Jesus professam a "palavra da fé" nele, ressuscitado pelo poder do Pai, como os israelitas celebravam a páscoa reconhecendo os prodígios de Deus para com eles.

Superando toda tentação de satanás (evangelho) com a força do seu amor à palavra de Deus, Cristo mostra que a libertação é, antes de tudo, interior; o homem deve superar o egoísmo, a busca ansiosa dos bens materiais, a sede de posse e de domínio sobre os outros, a ilusão do sucesso imediato, para possuir a si mesmo e atingir assim a plena liberdade daquele que se entrega ao seu libertador. A comunidade dos remidos, a Igreja, por sua vez, luta pela libertação da humanidade das forças do mal: miséria, ignorância, ódio e violência, hedonismo e febre do consumo, egoísmo e falta de amor. Cumprindo esta tarefa no espírito e com a força de Cristo, a Igreja prepara para o seu Senhor um povo aberto ao anúncio do evangelho e ao caminho para a perfeita liberdade.

Quaresma, preparação para a Páscoa

"Entre todos os dias do ano, que a devoção cristã honra de vários modos, não há nenhum que supere a festa de Páscoa, porque esta toma sagradas todas as outras solenidades. Ora, se considerarmos o que o universo recebeu da cruz do Senhor, reconheceremos que, para celebrar o dia de Páscoa, é justo preparar-nos com um jejum de quarenta dias, para podermos participar dignamente dos divinos mistérios. Não só os bispos, sacerdotes e diáconos devem purificar-se de suas faltas, mas todo o corpo da Igreja e todos os fiéis; porque o templo de Deus, que tem por base o seu próprio fundador, deve ser belo em todas as suas pedras e luminoso em cada uma de suas partes..." (São Leão Magno).

Quaresma, tempo de ascese

"A ascese cristã nunca foi fim em si mesma; é apenas um meio, um método a serviço da vida, e como tal procurará adaptar-se às novas necessidades. Outrora, a ascese dos Padres do deserto impunha jejuns e privações intensas e extenuantes; hoje a luta é outra. O homem não tem necessidade de sofrimento suplementar; cilício, cadeias de ferro, flagelações, correriam o risco de extenuá-lo inutilmente. A mortificação da nossa época consistirá na libertação da necessidade de entorpecentes, pressa, ruídos, estimulantes, drogas, álcool sob todas as formas. A ascese consistirá acima de tudo no repouso imposto a si mesmo, na disciplina da tranquilidade e do silêncio, onde o homem encontra a possibilidade de concentrar-se para a oração e a contemplação, mesmo em meio a todos os ruídos do mundo, no metrô, entre a multidão, nos cruzamentos de uma cidade. Consistirá principalmente na capacidade de compreender a presença dos outros, dos amigos, em cada encontro. O jejum, ao contrário da maceração imposta, será a renúncia alegre do supérfluo, a sua repartição com os pobres, um equilíbrio espontâneo, tranquilo" (Paulo Evdokimow).

Quaresma, tempo de fraternidade

"Mas, direis, que divisão vês entre nós? Aqui, nenhuma, mas quando termina a nossa assembleia, um critica o outro; esse injuria publicamente o irmão; aquele se enche de inveja, de avareza ou de cobiça; aquele outro se entrega à violência; outro ainda à sensualidade, à impostura, à fraude. Se nossas almas pudessem ser postas a nu, veríeis então a exatidão de tudo isso... Desconfiando uns dos outros, nos tememos mutuamente, falamos ao ouvido do vizinho e se vemos aproximar-se um terceiro, calamo-nos e mudamos de assunto... Respeitai, respeitai esta mesa da qual todos nós comungamos; respeitai o Cristo imolado por nós, respeitai o sacrifício que é oferecido" (São João Crisóstomo).

Primeira Leitura: Dt 26,4-10 - Salmo: 90,1-2.10-11.12-13.14-15 (R. cf.15b) - Segunda Leitura: Rm 10,8-13 - Evangelho: Lc 4,1-13

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.



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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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