Prefácio da Quaresma - Ofício dominical quaresmal
Creio - Cor: Roxo - Ano “C” Lucas
Antífona:
Salmo 26,8 Meu coração disse:
Senhor, buscarei a vossa face. É vossa face, Senhor, que eu procuro, não desvie
de mim o vosso rosto!
Oração do Dia: Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso
espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos
alegremos com a visão da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira
Leitura: Livro do Gênesis 15,5-12.17-18
Naqueles dias, o
Senhor conduziu Abraão para fora e disse-lhe: "Olha para o céu e conta as
estrelas, se fores capaz!" E acrescentou: "Assim será a tua
descendência". Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça. E
lhe disse: "Eu sou o Senhor que te fez sair de Ur dos caldeus, para te dar
em possessão esta terra". Abrão lhe perguntou: "Senhor Deus, como poderei
saber que vou possuí-la?" E o Senhor lhe disse: "Traze-me uma novilha
de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma
rola e de uma pombinha". Abrão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio,
mas não as aves, colocando as respectivas partes uma frente à outra. Aves de
rapina se precipitaram sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotou.
Quando o sol já se
ia pondo, caiu um sono profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e
misterioso terror. Quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro
fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre os animais divididos. Naquele
dia o Senhor fez aliança com Abrão, dizendo: "Aos teus descendentes darei
esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates". -
Palavra do Senhor.
Comentário: A primeira parte deste texto
começa com Deus a responder a Abraão e a garantir-lhe uma descendência numerosa
“como as estrelas do céu” (vers. 5). Na sequência, o narrador deixa Abraão a
contemplar em silêncio o céu estrelado e volta-se para o leitor,
comunicando-lhe os seus próprios juízos teológicos (vers. 6): Abraão acreditou
em Jahwéh e, por isso, o Senhor considerou-o como justo. A fé (usa-se o verbo
“’aman”, que significa “estar firme”, “ser leal”, “acreditar plenamente”) de
que aqui se fala traduz uma atitude de confiança total, de aceitação radical,
de entrega plena aos desígnios de Deus; a justiça é um conceito relacional, que
exprime um comportamento correto no que diz respeito a uma relação comunitária
existente: aqui, significa o reconhecimento de que Abraão teve um comportamento
correto na sua relação com Jahwéh, ao confiar totalmente em Deus e ao aceitar
os seus planos sem qualquer dúvida ou discussão. Há ainda o complemento
habitual da promessa: a garantia de uma terra (vers. 7). Os dois temas –
descendência e posse da terra – andam associados, nestes casos. A segunda parte
do texto apresenta Deus a fazer os preparativos de um misterioso cerimonial.
Trata-se de um rito de conclusão de uma aliança, conhecido sob esta ou outra
forma semelhante em numerosos povos antigos: cortavam-se os animais em dois e
colocavam-se as duas metades frente a frente; quem subscrevia a aliança passava
entre as duas metades de animais e pronunciava contra si próprio uma espécie de
maldição, para o caso de ser responsável pela quebra do pacto. Seguindo o modo
como entre os homens se garantia a máxima firmeza contratual, o catequista
bíblico acentua a ideia de um compromisso solene e irrevogável que Deus assume
com Abraão. A promessa de Deus fica assim totalmente garantida. Repare-se,
ainda, num outro pormenor: Deus não exigiu nada a Abraão, em troca, nem Abraão
teve que passar no meio dos animais mortos (só Deus passou, no “fogo ardente”).
A promessa de Deus a Abraão é, pois, totalmente gratuita e incondicional. (dehonianos.org)
Salmo:
26,1.7-8.9abc.13.14
(R. 1a) O Senhor é minha luz e salvação.
O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei
medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo, atendei por
compaixão! Meu coração fala convosco confiante, é vossa face que eu procuro.
Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o
meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e salvador!
Sei que a bondade
do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!
Segunda
Leitura: Carta de São Paulo aos Filipenses 3,17-4,1
Sede meus
imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós
damos. Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí
que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o
deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam
nas coisas terrenas.
Nós, porém, somos
cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso salvador, o Senhor, Jesus Cristo. Ele
transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo
glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas. Assim, meus
irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa,
meus amigos, continuai firmes no Senhor. - Palavra do Senhor.
Comentário: Os Filipenses têm diante de
si dois possíveis e muito diferentes exemplos a seguir. Um é o de Paulo, que se
considera um atleta de fundo, que já começou a sua corrida, mas tem consciência
de que ainda não atingiu a meta; outro é o desses pregadores “judaizantes” que
alardeiam participar já, de forma plena e definitiva, no triunfo de Cristo.
Paulo recusa este triunfalismo e não duvida em pedir aos Filipenses que não
imitem o exemplo de orgulho desses pregadores, mas o exemplo do próprio Paulo.
Aos Filipenses e a todos os cristãos, Paulo avisa que em nenhum caso devem
considerar-se como atletas já vitoriosos e coroados de glória, mas como atletas
em plena competição, esperando alcançar a meta e a vitória. A salvação não está
consumada; encontra-se ainda em processo de gestação. É um processo em que o
cristão vai amadurecendo progressivamente, sob o signo da cruz de Cristo. Quanto
a esses, “cujo deus é o ventre” (Paulo visa aqui, com alguma ironia, as
observâncias alimentares dos “judaizantes”), que põem o “orgulho na sua
vergonha” (sem dúvida, a circuncisão, sinal da pertença ao “povo eleito”) e
“colocam o seu coração nas coisas terrenas” (alguns pensam que Paulo se refere,
aqui, a certas práticas libertinas), esses esqueceram o essencial e estão
condenados à perdição (vers. 19). O nosso destino definitivo, segundo Paulo,
não é um corpo corruptível e mortal, mas um corpo transfigurado pela
ressurreição. Como garantia de que será assim, temos Jesus Cristo, Senhor e
Salvador. (dehonianos.org)
Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 9,28b-36
Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e
Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de
aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens
estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos
de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Pedro
e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de
Jesus e os dois homens que estavam com ele.
E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse
a Jesus: "Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para
ti, outra para Moisés e outra para Elias". Pedro não sabia o que estava
dizendo. Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com
sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da
nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: "Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o
que ele diz!" Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se
sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém
nada do que tinham visto. - Palavra
da Salvação.
Comentários:
O
relato da transfiguração de Jesus, mais do que uma crônica fotográfica de
acontecimentos, é uma página de teologia; aí, apresenta-se uma catequese sobre
Jesus, o Filho amado de Deus, que através da cruz concretiza um projeto de
vida. O episódio está cheio de referências ao Antigo Testamento. O “monte”
situa-nos num contexto de revelação (é “no monte” que Deus Se revela e que faz
aliança com o seu Povo); a “mudança” do rosto e as vestes de brancura
resplandecente recordam o resplendor de Moisés, ao descer do Sinai (cf. Ex
34,29); a nuvem indica a presença de Deus conduzindo o seu Povo através do
deserto (cf. Ex 40,35; Nm 9,18.22;10,34). Moisés e Elias representam a Lei e os
Profetas (que anunciam Jesus e que permitem entender Jesus); além disso, são
personagens que, de acordo com a catequese judaica, deviam aparecer no “dia do
Senhor”, quando se manifestasse a salvação definitiva (cf. Dt 18,15-18; Mal
3,22-23). Eles falam com Jesus sobre a sua “morte” (“exodon” – “partida”) que
ia dar-se em Jerusalém. A palavra usada por Lucas situa-nos no contexto do
“êxodo”: a morte próxima de Jesus é, pois, vista por Lucas como uma morte
libertadora, que trará o Povo de Deus da terra da escravidão para a terra da
liberdade. A mensagem fundamental é, portanto, esta: Jesus é o Filho amado de
Deus, através de quem o Pai oferece aos homens uma proposta de aliança e de
libertação. O Antigo Testamento (Lei e Profetas) e as figuras de Moisés e Elias
apontam para Jesus e anunciam a salvação definitiva que, n’Ele, irá acontecer.
Essa libertação definitiva dar-se-á na cruz, quando Jesus cumprir integralmente
o seu destino de entrega, de dom, de amor total. É esse o “novo êxodo”, o dia
da libertação definitiva do Povo de Deus. E o “sono” dos discípulos e as “tendas”?
O “sono” é simbólico: os discípulos “dormem” porque não querem entender que a
“glória” do Messias tenha de passar pela experiência da cruz e da entrega da
vida; a construção das “tendas” (alusão à “festa das tendas”, em que se
celebrava o tempo do êxodo, quando o Povo de Deus habitou em “tendas, no
deserto?) parece significar que os discípulos queriam deter-se nesse momento de
revelação gloriosa, de festa, ignorando o destino de sofrimento de Jesus. (dehonianos.org)
Os
discípulos estavam longe de conhecer o Mestre, com quem partilhavam a vida e a
missão. Nada de extraordinário havia em Jesus, que o distinguisse dos demais
seres humanos. Com certeza, alguns traços de sua personalidade faziam dele uma
pessoa especial. Contudo, nada que o fizesse impor-se às pessoas, obrigando-as
a confessarem sua condição de Filho de Deus. A transfiguração revelou aos três
discípulos escolhidos o que, em Jesus, está além das aparências: sua santidade.
Tudo, na cena, aponta para isto. Jesus transfigurou-se, enquanto estava em
oração, em profunda intimidade com o Pai. Seu rosto assumiu uma nova
fisionomia. A candura fulgurante de suas vestes, e tudo o mais, apontavam para
a riqueza interior do Mestre. O ápice da experiência dá-se quando o Pai
proclama-o com sendo seu Filho amado. Não resta lugar à dúvida: a humanidade de
Jesus encobria sua santidade, que o colocava na esfera divina. A proposta dos
discípulos, encantados com o que viram, não convenceu a Jesus. Querer ficar no
alto do monte, contemplando a glória do Mestre, não era um desejo viável. Era
preciso descer a montanha e, com ele, caminhar até a cruz. Só então, para
sempre, o fulgor de sua glória despontaria na ressurreição. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
SANTO DO DIA
TEMPO
LITÚRGICO: QUARESMA
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Fique com Deus e sob a
proteção da Sagrada Família
Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
Crendo e ensinando o que crê e ensina a Santa Igreja
Católica
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obrigado.
Cada mês uma pequena catequese sobre determinado assunto, por exemplo o que a Igreja orienta sobre o matrimônio, outro tema bastante desconhecido para nós os católicos é o purgatório, as explicações a meu ver é muita implícita não esclarece a nós o verdadeiro sentido do ato.
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