A parábola do Bom Samaritano tem origem
na pergunta de um Doutor da lei que queria testar Jesus: “Quem é o meu
próximo?”. Ele queria uma resposta clara para distinguir os ‘próximos’ dos
‘não-próximos’, tentava entender se eram seus parentes, compatriotas ou pessoas
da mesma religião. Jesus responde com uma parábola.
O sacerdote, o levita e o
samaritano
Um homem, viajando no caminho entre
Jerusalém e Jericó, foi interceptado por bandidos que, depois de o roubarem,
ainda o deixaram gravemente ferido. Um sacerdote, um levita e um samaritano
passam por ali. O sacerdote e o levita eram religiosos. Esperava-se deles que
fossem praticantes da palavra de Deus, pois a conheciam, sabiam o que tinham
que fazer. Já o samaritano era um judeu cismático, visto como estrangeiro,
pagão e impuro. O sacerdote e o levita ignoram o homem que acabara de ser
assaltado e agredido.
Conhecer a Bíblia não
significa saber amar
“O primeiro ensinamento na parábola é
este: não é automático que quem frequenta a casa de Deus e conhece a sua
misericórdia sabe amar o próximo. Você pode conhecer toda a Bíblia, toda a
teologia, mas o amor... vai por outro caminho! Diante do sofrimento de tanta
gente que sofre fome, violência e injustiças, não podemos ser meros
espectadores. Ignorar o sofrimento do homem significa ignorar Deus!”, frisou o Papa.
Francisco prosseguiu destacando o centro da parábola: o samaritano, o
desprezado, aquele que também tinha seus afazeres, faz de tudo para salvar esse
homem, ‘moveu-se de compaixão’. “Esta é a diferença”, disse, “os outros dois viram, mas seus corações ficaram
impassíveis enquanto o coração do bom samaritano estava ‘sintonizado’ com o
coração de Deus”. Em seus gestos e ações, identificamos o agir misericordioso
de Deus: é a mesma compaixão com que o Senhor vem ao encontro de cada um de
nós.
Aproximar-se de quem sofre
é aproximar-se de Deus
“Ele não nos ignora, conhece nossas
dores, sabe que precisamos de ajuda e consolação. Ele vem perto de nós e nunca
nos abandona”.
O samaritano doou-se completamente ao
homem que necessitava, empregando cuidado, tempo e até dinheiro. “E isto nos
ensina que a compaixão, o amor, não é um sentimento vago, mas significa cuidar
do outro, comprometer-se, identificar-se com ele: “Amarás o próximo como a ti
mesmo”, é o mandamento do Senhor”.
Compaixão: sofrer 'com'
Concluindo a parábola, Jesus perguntou
Jesus “Qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos
assaltantes?”. E a resposta é indiscutível: “Aquele que teve compaixão
dele”.
Francisco explicou que o ‘próximo’ foi o samaritano, porque se aproximou do
moribundo. “Não devemos classificar os outros e ver quem é próximo e quem não o
é. Podemos nos tornar próximos de quem quer que esteja em necessidade, e o
seremos se tivermos compaixão em nosso coração”.
Amar como Ele nos amou
“Esta parábola – concluiu – é um lindo presente, e um compromisso, para todos nós. “Vai
e faze tu a mesma coisa”, disse Jesus ao Doutor da lei. Somos todos chamados a
percorrer o mesmo caminho do samaritano, que retrata Cristo: “Jesus se inclinou
sobre nós, se fez nosso servo, e assim nos salvou, para que nós possamos nos
amar, como Ele nos amou”. (CM)
Fonte: Rádio Vaticano
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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