Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Salmo
24,16.18 Olhai para mim, Senhor, e tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz.
Vede minha miséria e minha dor e perdoai todos os meus pecados!
Oração do Dia: Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos
humildemente: afastai de nós o que é nocivo e concedei-nos tudo o que for útil.
Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Segunda Carta de
São Pedro 1,2-7
Caríssimos, graça e paz vos sejam concedidas abundantemente,
porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor.
O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida
e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória
e virtude, nos chamou. Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas
promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da
natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo.
Por isso mesmo, dedicai todo o esforço em juntar à vossa fé
a virtude, à virtude o conhecimento, ao conhecimento o autodomínio, ao
autodomínio a perseverança, à perseverança a piedade, à piedade o amor fraterno
e ao amor fraterno, a caridade. - Palavra do Senhor.
Comentário: A graça e a paz chegam até o
cristão através do conhecimento de Jesus Cristo; este é um dos temas centrais
da carta. Trata-se da fé em Jesus Cristo, tal como foi transmitida pelos
apóstolos e que exige ao mesmo tempo comportamento coerente com ela. A
insistência do autor sobre esse “conhecimento” se deve ao fato de que, na
época, surgem doutrinas que deterioram o núcleo fundamental da fé cristã e que
desligam da vida prática o conhecimento religioso. Conhecer o testemunho de
Jesus abre para a humanidade a possibilidade de conversão ou mudança radical:
de um lado, a ruptura com as estruturas idolátricas da sociedade; de outro, o
início de uma nova caminhada que leva de modo crescente à participação na própria
natureza de Deus, princípio e fim da vocação humana. Esse conhecimento fornece
também os meios para a caminhada cristã, as oito virtudes enumeradas nos vv.
5-7, que têm como início a fé e como fim último o amor. (deusunico.com)
Salmo: 90(91), 1-2.
14-15ab. 15c-16 (R. 2b)
Vós
sois meu Deus, no qual confio inteiramente.
Quem habita ao abrigo do Altíssimo e
vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: 'Sois meu refúgio e
proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente'.
'Porque a mim se confiou, hei de
livrá-lo e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. Ao invocar-me hei de ouvi-lo
e atendê-lo, a seu lado eu estarei em suas dores.
Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo, vou
conceder-lhe vida longa e dias plenos, e vou mostrar-lhe minha graça e
salvação'.
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Marcos 12,1-12
Naquele tempo, Jesus
começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando
parábolas: “Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar e construiu uma
torre de guarda. Depois arrendou a vinha a alguns agricultores, e viajou para
longe. Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para
receber a sua parte dos frutos da vinha. Mas os agricultores pegaram no
empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. Então o dono da vinha
mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o
insultaram. Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da
mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros. Restava-lhe ainda
alguém: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até aos agricultores,
pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. Mas aqueles agricultores disseram uns
aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa. Então
agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. Que fará o dono da
vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros. Por
acaso, não lestes na Escritura: ‘A pedra que
os construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; isso foi
feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’?”
Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam
que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e,
por isso, deixaram Jesus e foram-se embora. - Palavra da Salvação.
Comentários:
O que
aconteceu com os vinhateiros apresentadas na parábola do evangelho de hoje pode
acontecer a todos nós principalmente quando nos deixamos levar pelo desejo de
ter poder e de ter riquezas, que nos leva à tentação de nos apossarmos de tudo,
inclusive das coisas de Deus e até mesmo do próprio Deus e a queremos usar de
tudo isso em nosso próprio benefício. Quando fazemos isso, estamos na verdade
rejeitando a presença do próprio Cristo em nossas vidas, que se dá também por
meio dos pobres e necessitados que procuram a misericórdia do nosso coração e
não o nosso autoritarismo e a nossa prepotência em relação a eles. (CNBB)
Possivelmente
a similaridade fonética entre as palavras hebraicas ben (filho) e eben (pedra)
levou Jesus a recorrer à citação de um salmo para ilustrar a sua situação. Ele,
como Filho, sentia-se como uma pedra rejeitada pelos construtores, que acabou
se tornando pedra de sustentação de um edifício. O destino dado pelos primeiros
construtores foi superado por quem faria a edificação definitiva. Assim se
passava com Jesus. As lideranças religiosas rejeitavam-no, pois não aderiam à
sua pregação e nem reconheciam o testemunho de suas obras. Tinham-no na conta
de uma pessoa perigosa que devia ser evitada. Não sabiam como encaixá-lo em
seus esquemas, por ser demasiadamente desconforme com tudo quanto eles
ensinavam. Todavia, o curso da história de Jesus não estava nas mãos dessas
lideranças. Apenas ao Pai competia determinar tudo o que se referia a seu
Filho. Não seriam elas que haveriam de frustrar os planos divinos. A pedra
rejeitada estava destinada a ocupar um lugar fundamental na história de Israel.
Garantiria salvação e segurança para o povo, e seria penhor de bênçãos para
ele. Por meio dela, o Pai realizaria maravilhas e prodígios, exatamente como
proclamava o salmo, em relação ao antigo Israel. Coube ao Pai desdizer o
veredicto dos líderes religiosos a respeito de Jesus. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Na
parábola, a vinha representa Israel, os vinhateiros são os sacerdotes e escribas
que tinham a missão de conduzir o povo para Deus, já os servos que foram
espancados e mortos são os profetas. Caracterizando que a parábola tem um cunho
messiânico no v.6 Marcos sinaliza o filho como sendo Jesus, pois o descreve da
mesma forma que fez no Batismo e na Transfiguração. Jesus a pedra perfeita
enviada por Deus para ser a base solida da Igreja, aquela que serviria de guia
para dirigir a caminhada foi rejeitada pelos construtores (sacerdotes), pois
não se enquadrou no projeto imperfeito e manipulador. “Que fará, pois, o senhor
da vinha?” (v.9), já fez, Jesus venceu a morte, glorificou-se diante dos
poderosos, não pela força e sim pelo amor. Devemos lembrar que Deus entregou
sua vinha a outros, ou seja, a nós, cuidemos para sermos servos fiéis.
Reforcemos a oração e a vigília para não cairmos na tentação de querer usurpar
para nós a vinha, assim como fizeram os antigos arrendatários. (Ricardo e Marta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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