8ª Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Salmo 17,19-20 - O Senhor se tornou o meu
apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama.
Oração do Dia: Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram da paz
que desejais e vossa Igreja vos possa servir alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: 1ª Carta de São
Pedro 1,10-16
Caríssimos, esta
salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles
profetizaram a respeito da graça que vos estava destinada. Procuraram saber a
que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava
neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória
consequente. Foi-lhes revelado que, não para si mesmos, mas para vós, estavam
ministrando estas coisas, que agora são anunciadas a vós por aqueles que vos
pregam o evangelho em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; revelações
essas, que até os anjos desejam contemplar!
Por isso,
aprontai a vossa mente; sede sóbrios e ponde toda a vossa esperança na graça
que vos será oferecida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes,
não modeleis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo da
vossa ignorância. Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos,
também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: “Sede santos,
porque eu sou santo” - Palavra do Senhor.
Comentário: O que os profetas indagaram e
o povo de Deus viveu no passado cumpre-se hoje para o cristão. Os hebreus
viveram algum tempo no deserto e, para recordar esse acontecimento,
estabeleceram uma noite por ano; os cristãos estão sempre no deserto e celebram
a Páscoa a cada instante. A obediência dada aos mandamentos recebidos no Sinai,
torna-se doravante atitude de filhos e acesso à santidade de Deus. Este apelo à
santidade não diz respeito apenas ao Deus de majestade, inefável,
transcendente, perfeito, infinito; volve-se para Jesus, santo e justo, cuja
santidade está ao alcance dos homens, modelo vivo que nos dá as normas (as
bem-aventuranças) e nos fornece os meios: o Espírito Santo e a graça. (Missal
Cotidiano)
Salmo: 97(98), 1. 2-3ab.
3c-4 (R. 2a)
O
Senhor fez conhecer seu poder salvador, perante as nações
Cantai ao Senhor
Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e
santo alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez
conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela
casa de Israel.
Os confins do
universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Marcos 10,28-31
Naquele tempo, começou Pedro a
dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Respondeu Jesus: “Em
verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos,
campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante
esta vida - casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições - e, no
mundo futuro, a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos.
E muitos que agora são os últimos serão os primeiros”. -
Palavra da Salvação.
Comentários:
A
preocupação de Pedro e dos outros discípulos com a recompensa que haveriam de
receber, por serem seguidores de Jesus, tem sua razão de ser. Eles haviam
deixado para trás família, profissão, projetos pessoais, para seguir o chamado
do Mestre. Quem haveria de garantir-lhes o sustento? Qual seria o futuro deles,
já que não estava em jogo o recebimento de benefícios financeiros? A pobreza de
Jesus não lhes permitia nutrir ilusões. Ele não podia dar o que não tinha.
Segui-lo significava tornar-se pobre como ele. A resposta de Jesus é
compreensível à luz da experiência das primeiras comunidades cristãs. Estas
conseguiram libertar-se do que possuíam, e se dispuseram a colocar tudo em
comum, realizando uma efetiva comunhão de bens e de relações interpessoais. Por
isso, quem aderia ao Senhor, mesmo desfazendo-se de seus bens, não corria o
risco de ver-se na indigência. A própria comunidade viria em socorro de suas
necessidades. Em decorrência disto, quem se tornava discípulo, mesmo tendo
deixado tudo, receberia, já neste mundo, o cêntuplo como recompensa, participaria
dos bens comuns, e teria sempre alguém para acudi-lo, quando necessário. O
seguimento gratuito acaba sendo recompensado. Não segundo os esquemas mundanos
de acumulação de bens, mas conforme o esquema de partilha, característico do Reino.
(Pe. Jaldemir Vitório - Jesuíta)
Aquele
que deixa tudo para seguir Jesus é o modelo do verdadeiro cristão. Pedro e os
outros seguidores sabiam que nada poderiam exigir de material, pois conheciam a
realidade de Jesus. Segui-Lo significava juntar-se a Ele na pobreza. Pedro
usando de uma forma puramente humana ao confrontar Jesus, não estava preocupado
com recompensa, mas sim em saber que tipo de vida os aguardava. Devemos lembrar
que a pergunta de Pedro vem logo em seguida ao encontro de Jesus com o jovem
rico, aquele que renunciou a uma vida plena, por apego aos bens materiais. Jesus
por outro lado deixa claro sim, haverá uma recompensa para todos que
verdadeiramente optarem por uma mudança radical de vida, chega a um extremo de
falar em “cem vezes mais” e já aqui neste mundo, ou seja, outra forma de dizer,
”abundantemente”. É lógico que Jesus não se referia apenas ao material, mas
principalmente a alegria e a felicidade de amar e se sentir amado. Jesus também
deixa bem claro que neste mundo não teremos apenas alegrias pelo fato de
estarmos ao seu lado, existirão “perseguições” e “tribulações”, mas que devemos
manter viva a nossa fé através da oração e fortalecer nossa alma através da
Eucaristia, ser firme na tempestade sabendo que temos um porto seguro chamado
Jesus. (Ricardo e Marta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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