8ª Semana do Tempo Comum - 4ª Semana do Saltério
Prefácio próprio - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano “C” Lucas
Antífona: Salmo 17,19-20 - O Senhor se tornou o meu
apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama.
Oração do Dia: Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram da paz
que desejais e vossa Igreja vos possa servir alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Primeira Carta de
São Pedro 4,7-13
Caríssimos, o fim de todas as coisas está próximo. Vivei
com inteligência e vigiai, dados à oração. Sobretudo, cultivai o
amor mútuo, com todo o ardor, porque o amor cobre uma multidão de pecados. Sede
hospitaleiros uns com os outros, sem reclamações. Como bons administradores da
multiforme graça de Deus, cada um ponha à disposição dos outros o dom que
recebeu. Se alguém tem o dom de falar, proceda como com palavras de Deus. Se
alguém tem o dom do serviço, exerça-o como capacidade proporcionada por Deus, a
fim de que, em todas as coisas, Deus seja glorificado, em virtude de Jesus
Cristo, a quem pertencem a glória e o poder, pelos séculos dos séculos. Amém.
Caríssimos, não estranheis o fogo da provação que se alastra
entre vós, como se algo de estranho vos estivesse acontecendo. Alegrai-vos por
participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais também exultar de
alegria na revelação da sua glória. - Palavra do Senhor.
Comentário: Sóbrios, vigilantes, ativos,
alegres de participar nos sofrimentos de Cristo, tais devem ser os discípulos
na hora da provação, que vem em todos os tempos, hoje como ontem. Não
perturbados, inconstantes, inertes, desanimados, murmuradores, mas edificadores
da Igreja, cada um segundo seus dons: “Da aceitação destes carismas, até dos
mais simples, nasce em favor de cada um dos fiéis o direito e o dever de
exercê-los para o bem dos homens e da edificação da Igreja, dentro da Igreja e
do mundo, na liberdade do Espírito Santo, que sopra onde quer, e ao mesmo tempo
na comunhão com os irmãos em Cristo, sobretudo com seus pastores, a quem cabe
julgar a autenticidade e uso dos carismas dentro da ordem, não certo para
extinguirem o Espírito, mas para provarem tudo e reterem o que é bom. (Missal
Cotidiano)
Salmo: 95 (96),10. 11-12.
13 (R. 13b)
O
Senhor vem julgar nossa terra.
Publicai entre as nações: 'Reina o
Senhor!' Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.
O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda
o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e
exultem as florestas e as matas
na presença do Senhor, pois ele vem, porque
vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos
julgará com lealdade.
Evangelho de Jesus
Cristo segundo São Marcos 11,11-26
Tendo sido aclamado pela multidão, Jesus entrou, no Templo,
em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os
doze.
No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome.
De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava
algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo
de figos. Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”.
E os discípulos escutaram o que ele disse.
Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a
expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos
cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. Ele não deixava ninguém carregar
nada através do Templo. E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: “Minha
casa será chamada casa de oração para todos os povos”? No entanto, vós fizestes
dela uma toca de ladrões”. Os
sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar uma maneira
de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com
o ensinamento dele. Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
Na manhã seguinte, quando
passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz.
Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha Mestre: a figueira que amaldiçoaste
secou”. Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. Em verdade vos digo,
se alguém disser a esta montanha: “Levanta-te e atira-te no mar”, e não duvidar
no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. Por
isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e
assim será. Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra
alguém, para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”. - Palavra da Salvação.
Comentários:
O
Evangelho de hoje nos leva a questionar se a Igreja é para nós o local
privilegiado para o encontro com Deus e o crescimento da fé ou é o local de
práticas que têm por finalidade a nossa promoção pessoal, o lucro, a competição
e a concorrência entre as pessoas, o desenvolvimento de sentimentos como
ciúmes, rancor, raiva, ira, inveja, etc. A Igreja deve ser o local onde se cria
comunhão entre nós e o próprio Deus e entre nós mesmos, como irmãos e irmãs.
Tudo o que diverge disso não corresponde ao plano de Deus e faz com que a nossa
presença na Igreja seja ocasião de pecado. (CNBB)
O
episódio da figueira tem, à primeira vista, um quê de inexplicável. A maldição
lançada sobre ela, por Jesus, parece não se justificar. Se não era tempo de
figos, como ele esperava encontrar frutos? Estaria pretendendo que o ciclo
natural daquela planta se adaptasse às suas exigências? Teria Jesus dado vazão
a uma agressividade infantil? Estas questões são irrelevantes, diante do valor
parabólico do relato. A figueira simboliza o povo de Israel. Jesus, o Filho
enviado, contava com os frutos produzidos por este povo predileto de Deus.
Encontrou-o, ao invés, na mais completa esterilidade. Foi o que também ficou
patente, quando, certa vez, Jesus entrou no Templo. Aí se deparou com uma
religião transformada em comércio, em exploração, sem nenhuma preocupação com a
prática da misericórdia e da justiça. A casa de Deus fora profanada de maneira
flagrante, e ninguém se levantava para pôr um basta nesta situação. Era
possível esperar grandes coisas de um povo que agia desta maneira? E o que
teria sentido Deus diante desta situação? Na teologia de Israel, a infidelidade
era sempre punida. Fazer a figueira secar até à raiz apontava para o castigo a
ser infligido ao Israel infiel, incapaz de dar os frutos esperados por Deus.
Não foi Jesus o primeiro a tocar neste assunto. Antes dele, já os profetas
haviam alertado o povo infiel para o castigo que lhe estava reservado. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Na tradição bíblica, a figueira
simboliza o povo de Deus. Ao chegar a Jerusalém, Jesus encontra uma sociedade
que, tendo as folhas da Palavra de Deus, não quer produzir frutos, porque não
acredita que a “estação” do reino já está no meio deles. Uma sociedade assim
está condenada à esterilidade. Ela estende-se ao templo, que aparece belo e
majestoso, mas igualmente sem frutos. O templo perdeu sua identidade como casa
de oração universal, e se transformou em um covil de ladrões que equivale a um
depósito de bens adquiridos de maneira injusta. A figueira estéril secou. Jesus
dá três chaves para que as comunidades cristãs não caiam na esterilidade nem na
secura: a fé sem limites, a oração confiante e o perdão que fomenta a comunhão
fraterna (Novo Testamento, Edição de Estudos, Ave-Maria)
Aparentemente
Jesus comete uma injustiça, amaldiçoou uma planta que não tinha frutos mesmo
sabendo que não era época de figos. Certo? Claro que não! A figueira foi o
instrumento para denunciar o contra testemunho do Templo. Jesus visita o Templo
e o que encontra é apenas muita pompa, muito luxo e nenhum fruto, não ver a
semente da esperança, o tempo em que vivia os judeus era de espera, aguardavam
a vinda do Messias, os sacerdotes tinham a obrigação de alimentar a fé do povo,
infelizmente o que faziam era condenar e excluir. Os discípulos ao verem a
figueira seca, ficam perplexos com o poder da palavra de seu Mestre. Jesus como
sempre não perde a chance de catequizar, esclarece que se nos entregamos
completamente à ação de Deus, se confiamos sem reservas, seremos capazes de realizar
prodígios. Finaliza advertindo que todas as graças de Deus são operadas através
da oração e do perdão. Somente um coração contrito e puro está apto a ser
mensageiro da Boa Nova. (Ricardo e Marta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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