domingo, 1 de maio de 2016

Não haverá mais templo algum - 6º Domingo da Páscoa “C” Lucas

Não haverá mais templo algum

Na nova Jerusalém não há templo, porque o Senhor e o Cordeiro são o seu templo. Afirmação surpreendente. Fala-se do mundo novo já presente como início na Igreja terrena, mas que se realizara em plenitude na Igreja celeste. Há aqui uma importante relativização. A realidade futura não terá mais necessidade daquilo que na terra é sinal e instrumento. Mas já neste mundo é preciso fazer "a passagem dos sinais visíveis para os invisíveis mistérios que naqueles Deus faz conhecer e comunica" (RdC 175). Isto implica num processo de espiritualização e de personalização que ultrapassa as perspectivas dos profetas.

O templo de Jerusalém já era necessário e relativo; sinal tangível da presença de Deus no meio de seu povo, constituía um ponto de referência importante para a unidade, mas corria o risco de dar uma falsa segurança, de tipo pagão, baseada num culto formalista em que não existia fidelidade interior ao Deus da aliança. 

Um templo de carne e de espírito

Com a intervenção do Homem-Deus há uma mudança radical. Só ele é capaz de um culto verdadeiro, agradável a Deus, o da obediência espiritual que vai até a morte de cruz. Na paixão, seu corpo se torna o templo em que se oferece o único sacrifício digno deste nome, a única realidade visível e sagrada. Do novo culto "em espírito e verdade", Cristo é a vítima e o sacerdote. Hoje o sacrifício da nova aliança se celebra na Igreja, corpo de Cristo; é um culto espiritual pelo qual cada um se apresenta a si mesmo em união com Cristo, no Espírito, como hóstia viva e santa (cf Rm 12,1), e o povo sacerdotal reunido em assembleia é o único templo visível. As igrejas em que o povo de Deus se reúne são, mais ainda do que o antigo templo relativas a sua função dê espaço para a comunidade; também por isso há tanta dificuldade em sua construção e utilização, porque a comunidade ainda não encontrou sua fisionomia própria no mundo de hoje. De qualquer modo, se se compreende que a realidade definitiva é a comunhão, ela já existe, segundo a palavra de Jesus (evangelho), toda vez que o crente e a assembleia dos que creem fiéis ao mandamento único de amar com todas as suas energias, uma vez que na fraternidade em ato está o sinal da comunhão definitiva sem nenhuma mediação e simbolismo.

Deus será tudo em todos

O fim do templo é o fim de todo gueto sacral, a exterminação definitiva de todo formalismo religioso, de todo sectarismo, de toda religião reduzida a códigos de preceitos. O fim de toda alienação religiosa, para entrar na autenticidade de uma fé que é comunhão plena e perfeita entre Deus e o homem, entre o homem e o homem.

E Cristo é a chave desta comunhão.

"O mistério do Cristo é mistério de comunhão" (RdC 70). O desígnio de Deus é estabelecer a paz em Jesus Cristo; levar, em Jesus Cristo, todos os homens ao diálogo e à comunhão com ele; realizar entre os homens, antes divididos pelo pecado, uma comunhão fraterna, reunindo-os no Corpo Místico do seu Filho.

Os homens do nosso tempo sentem profundamente a exigência de diálogo, de comunhão e de paz.

Sentimos todos esta exigência profunda de sair dos monólogos estéreis, de sanar as antigas fraturas que dividem a humanidade, de entrar em comunhão superando todas as barreiras de cor, raça e ideologia. O cristianismo transcende o tempo na medida em que ajuda a realizar esses valores, demolindo todos os obstáculos que dividem, todas as absurdas separações que se criaram no decorrer da história.

O sacerdócio dos leigos

"O supremo e eterno Sacerdote Jesus Cristo quer continuar seu testemunho e seu serviço também através dos leigos. Vivifica-os por isso com seu Espírito e incessantemente os impele para toda obra boa e perfeita. Àqueles, pois, que une intimamente à sua vida e missão, também concede parte de seu múnus sacerdotal no exercício do culto espiritual para que Deus seja glorificado e os homem salvos. Por isso, consagrados a Cristo e ungidos pelo Espírito Santo, os leigos são admiravelmente chamados e munidos para que neles se produzam sempre mais abundantes os frutos do Espírito. Assim, todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e familiar, trabalho cotidiano, descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito, e mesmo os incômodos da vida pacientemente suportados, tornam-se "hóstias espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (1Pd 2,5), hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor, na celebração da eucaristia. Assim também os leigos, como adoradores agindo santamente em toda parte, consagram a Deus o próprio mundo." (LG 34).

Primeira Leitura: At 15,1-2.22-29 - Salmo: 66(67),2-3.5.6.8 (R. 4) - Segunda Leitura: Ap 21,10-14.22-23 - Evangelho: Jo 14,23-29

Fonte: Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.



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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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Um comentário :

  1. De fato a realidade futura não terá necessidade daquilo que agora é um instrumento. A Jerusalém messianica não precisará ter muralhas, nem baixas nem altas, nem portas, nem será necessário anjos guadadarem pois ninguém irá invadí-la nem ameaça alguma haverá. Não necessitará de templo nem de Sol, por isso Isaias poderia ter dito o contrario do que disse: "Levanta mas não precisa acender suas luzes Jerusalém pois chegou a sua luz"

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