Não haverá mais templo
algum
Na nova Jerusalém não há templo, porque o Senhor e o
Cordeiro são o seu templo. Afirmação surpreendente. Fala-se do mundo novo já
presente como início na Igreja terrena, mas que se realizara em plenitude na
Igreja celeste. Há aqui uma importante relativização. A realidade futura não
terá mais necessidade daquilo que na terra é sinal e instrumento. Mas já neste
mundo é preciso fazer "a passagem dos sinais visíveis para os invisíveis
mistérios que naqueles Deus faz conhecer e comunica" (RdC 175). Isto
implica num processo de espiritualização e de personalização que ultrapassa as
perspectivas dos profetas.
O templo de Jerusalém já era necessário e relativo; sinal
tangível da presença de Deus no meio de seu povo, constituía um ponto de
referência importante para a unidade, mas corria o risco de dar uma falsa
segurança, de tipo pagão, baseada num culto formalista em que não existia
fidelidade interior ao Deus da aliança.
Um templo de carne e de
espírito
Com a intervenção do Homem-Deus há uma mudança radical. Só
ele é capaz de um culto verdadeiro, agradável a Deus, o da obediência
espiritual que vai até a morte de cruz. Na paixão, seu corpo se torna o templo
em que se oferece o único sacrifício digno deste nome, a única realidade
visível e sagrada. Do novo culto "em espírito e verdade", Cristo é a
vítima e o sacerdote. Hoje o sacrifício da nova aliança se celebra na Igreja,
corpo de Cristo; é um culto espiritual pelo qual cada um se apresenta a si
mesmo em união com Cristo, no Espírito, como hóstia viva e santa (cf Rm 12,1),
e o povo sacerdotal reunido em assembleia é o único templo visível. As igrejas
em que o povo de Deus se reúne são, mais ainda do que o antigo templo relativas
a sua função dê espaço para a comunidade; também por isso há tanta dificuldade
em sua construção e utilização, porque a comunidade ainda não encontrou sua
fisionomia própria no mundo de hoje. De qualquer modo, se se compreende que a
realidade definitiva é a comunhão, ela já existe, segundo a palavra de Jesus
(evangelho), toda vez que o crente e a assembleia dos que creem fiéis ao
mandamento único de amar com todas as suas energias, uma vez que na
fraternidade em ato está o sinal da comunhão definitiva sem nenhuma mediação e
simbolismo.
Deus será tudo em todos
O fim do templo é o fim de todo gueto sacral, a exterminação
definitiva de todo formalismo religioso, de todo sectarismo, de toda religião
reduzida a códigos de preceitos. O fim de toda alienação religiosa, para entrar
na autenticidade de uma fé que é comunhão plena e perfeita entre Deus e o
homem, entre o homem e o homem.
E Cristo é a chave desta comunhão.
"O mistério do Cristo é mistério de comunhão" (RdC
70). O desígnio de Deus é estabelecer a paz em Jesus Cristo; levar, em Jesus
Cristo, todos os homens ao diálogo e à comunhão com ele; realizar entre os
homens, antes divididos pelo pecado, uma comunhão fraterna, reunindo-os no
Corpo Místico do seu Filho.
Os homens do nosso tempo sentem profundamente a exigência de
diálogo, de comunhão e de paz.
Sentimos todos esta exigência profunda de sair dos monólogos
estéreis, de sanar as antigas fraturas que dividem a humanidade, de entrar em
comunhão superando todas as barreiras de cor, raça e ideologia. O cristianismo
transcende o tempo na medida em que ajuda a realizar esses valores, demolindo
todos os obstáculos que dividem, todas as absurdas separações que se criaram no
decorrer da história.
O sacerdócio dos leigos
"O supremo e eterno Sacerdote Jesus Cristo quer
continuar seu testemunho e seu serviço também através dos leigos. Vivifica-os
por isso com seu Espírito e incessantemente os impele para toda obra boa e
perfeita. Àqueles, pois, que une intimamente à sua vida e missão, também
concede parte de seu múnus sacerdotal no exercício do culto espiritual para que
Deus seja glorificado e os homem salvos. Por isso, consagrados a Cristo e
ungidos pelo Espírito Santo, os leigos são admiravelmente chamados e munidos
para que neles se produzam sempre mais abundantes os frutos do Espírito. Assim,
todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e
familiar, trabalho cotidiano, descanso do corpo e da alma, se praticados no
Espírito, e mesmo os incômodos da vida pacientemente suportados, tornam-se
"hóstias espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (1Pd 2,5),
hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor, na celebração
da eucaristia. Assim também os leigos, como adoradores agindo santamente em
toda parte, consagram a Deus o próprio mundo." (LG 34).
Primeira Leitura: At 15,1-2.22-29 -
Salmo: 66(67),2-3.5.6.8 (R. 4) - Segunda Leitura: Ap 21,10-14.22-23 -
Evangelho: Jo 14,23-29
Fonte:
Missal Dominical (Paulus)
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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De fato a realidade futura não terá necessidade daquilo que agora é um instrumento. A Jerusalém messianica não precisará ter muralhas, nem baixas nem altas, nem portas, nem será necessário anjos guadadarem pois ninguém irá invadí-la nem ameaça alguma haverá. Não necessitará de templo nem de Sol, por isso Isaias poderia ter dito o contrario do que disse: "Levanta mas não precisa acender suas luzes Jerusalém pois chegou a sua luz"
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