“Tudo nos parece difícil porque não
recorremos a Deus como deveríamos, e não o temos sempre presente em nosso
pensamento”.
João Crisóstomo foi
um grande orador do seu tempo. Todos os escritos dizem que multidões se
juntavam ao redor do púlpito onde estivesse discursando. Tinha o dom da
oratória e muita cultura, uma soma muito valiosa para a pregação do
cristianismo.
São João nasceu no ano 349,
em Antioquia, na Síria, Ásia Menor, procedente de família muito rica
considerada pela sociedade e pelo Estado. Seu pai era comandante de tropas
imperiais no Oriente, um cargo que cedo causou sua morte. Mas sua mãe, Antusa,
piedosa e caridosa, agora santa, providenciou para o filho ser educado pelos
maiores mestres do seu tempo, tanto científicos quanto religiosos, não
prejudicando sua formação.
O menino, desde
pequeno, já demonstrava a vocação religiosa, grande inteligência e dons
especiais. Só não se tornou eremita no deserto por insistência da mãe. Mas,
depois que ela morreu, já conhecido pela sabedoria, prudência e pela oratória
eloquente, foi viver na companhia de um monge no deserto durante quatro anos.
Passou mais dois retirado numa gruta sozinho, estudando as Sagradas Escrituras
e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e ordenou-se sacerdote.
Sua cidade vivia a
efervescência de uma revolta contra o imperador Teodósio I. O povo quebrava
estátuas do imperador e de membros de sua família. Teodósio, em troca, agia
ferozmente contra tudo e contra todos. Membros do senado estavam presos,
famílias inteiras tinham fugido e o povo só encontrava consolo nos discursos e
pregações de São João, chamado por eles de Crisóstomo, isto é,: "boca de ouro".
Tanto que foi o incumbido de dar à população a notícia do perdão imperial.
Alguns anos se passaram
a fama do santo só crescia e, quando morreu o bispo de Constantinopla, São João
foi eleito para sucedê-lo. Constantinopla era a grande capital do Império
Romano, que havia transferido o centro da economia e cultura do mundo de então
para a Ásia Menor. Entretanto para São João era apenas um local onde o clero
estava mais preocupado com os poderes e luxos terrenos do que os espirituais.
Lá reinavam a ambição, a avareza, a política e a corrupção moral. Como bispo,
abandonou, então, os discursos e dispôs-se a enfrentar a luta e, como
conseqüência, a perseguição.
João enfatizava a
caridade e se mostrava sempre preocupado com as necessidades materiais e espirituais
dos pobres. Falava também contra o abuso da riqueza e das propriedades
pessoais: “Você
deseja honrar o corpo de Cristo? Não o ignore quando ele está nu. Não o
homenageie no templo vestido com seda quando o negligencia do lado de fora,
onde ele está malvestido e passando frio. Ele que disse "Este é o meu
corpo" é o mesmo que diz "Tu me vistes faminto e não me destes
comida" e “quantas vezes o fizestes a um destes meus irmãos mais
pequeninos, a mim o fizestes”... Que importa se a mesa eucarística está lotada
de cálices de ouro quando seu irmão está morrendo de fome? Comeces satisfazendo
a fome dele e, depois, com o que sobrar, poderás adornar também o altar”.
Arrumou inimigos
tanto entre o clero quanto na Corte. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia,
conseguiram tirar São João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao exílio.
Mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população que o
bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses
depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito debilitada,
ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407.
Sua honra só foi
limpa quando morreu a família imperial e voltou a paz entre o clero na Igreja.
O papa ordenou o restabelecimento de sua memória. O corpo de São João
Crisóstomo foi trazido de volta a Constantinopla em 438, num longo cortejo em
procissão solene. Mais tarde, suas relíquias foram trasladadas para Roma, onde
repousam no Vaticano. Dos seus numerosos escritos destacasse o pequeno livro
"Sobre o sacerdócio", um clássico da espiritualidade monástica. São
João Crisóstomo é venerado um dia antes da data de sua morte, em 13 de
setembro, com o título de doutor da Igreja, sendo considerado um modelo para os
oradores clérigos.
ORAÇÃO: Creio, Senhor e confesso, que em
verdade Tu És Cristo, Filho de Deus vivo e que vieste ao mundo para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Creio ainda que este é o Teu Puríssimo
Corpo e que este é o Teu próprio precioso Sangue. / Suplico-Te, pois, tem
misericórdia de mim e perdoa-me as minhas faltas voluntárias e involuntárias,
que cometi por palavras ou ações, com conhecimento ou por ignorância, e
concede-me sem condenação receber Teus puríssimos Mistérios para remissão dos
pecados e para a vida eterna. / Da Tua Ceia Mística, me aceita hoje como
participante, ó Filho de Deus; pois não revelarei o Teu Mistério aos Teus
inimigos, nem Te darei o beijo como Judas, mas como o ladrão me confesso:
lembra-Te de mim, Senhor, no Teu Reino, que não seja para meu juízo ou
condenação, a recepção de Teus Santos Mistérios, Senhor, mas para a cura do
corpo e da alma. Amém!
Fonte:
Edições Paulinas - Wikipédia
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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