domingo, 9 de outubro de 2016

Roteiro Homilético 28º Domingo do Tempo Comum Ano “C”

Primeira Leitura

Segundo Livro dos Reis 5,14-17

O Segundo Livro dos Reis apresenta-nos a história de um rico general (Naamã) curado miraculosamente por intercessão do profeta Eliseu.

O Senhor oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites de pessoas, na raça, na cor ou na nação. Nunca tem acepção de pessoas.

O episódio cheio de beleza e vivacidade é tirado do chamado ciclo de Eliseu (2 Re 2, 13 – 13, 30), tem um paralelo semelhante nos Evangelhos, não tanto nas curas dos leprosos dos Evangelhos, como se lê no Evangelho de hoje, mas antes na cura do cego de Jo 9, que se banha na piscina de Siloé.

17 Uma porção de terra, isto é, de terra santa, terra que pertence ao verdadeiro e único Deus, Yahwéh, o único capaz de fazer milagres. Esta terra levada como relíquia vai continuar no futuro costume da piedade cristã de os peregrinos da Terra Santa trazerem consigo um punhado de terra.


Segunda Leitura

2ª Carta de São Paulo a Timóteo 2,8-13

A segunda leitura define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição. A isto nos devem levar os dons recebidos.

Este belo trecho da leitura é uma boa lição de optimismo, baseado na fé, para as horas de provação e de perseguição, bem como um magnífico hino de apelo à fidelidade a toda a prova (vv. 11-13).

8 «Segundo o meu Evangelho». Não parece que se trata do Evangelho de Lucas, discípulo de Paulo, mas do Evangelho que Paulo prega, a boa nova da salvação em Cristo, exposto com os acentos próprios do Apóstolo das Gentes. No Novo Testamento o termo Evangelho não se refere ao Evangelho escrito.

9 «Cadeias como um malfeitor». Segundo a opinião corrente, S. Paulo está no 2.º cativeiro romano, pelo ano 67, no fim da sua vida, em plena perseguição de Nero contra os cristãos, considerado pelo historiador pagão, Suetónio (Vida dos 12 imperadores, Nero, 16), como pertencentes a uma «superstição nova e maléfica».

Evangelho

Evangelho: de Jesus Cristo segundo Lucas 17,11-19

Os Sinópticos referem a cura de leprosos, mas só Lucas relata o episódio da cura dos dez leprosos, que condiz bem com a sua visão universalista da salvação, ao registar que o curado agradecido era um samaritano.

12 «Conservando-se a distância». A própria Lei prescrevia, a fim de evitar o contágio, o isolamento do doente (cf. Lv 13,45-46) e também um certificado de cura passado pelos sacerdotes (cf. Lv 14,2 ss), a fim de poder vir a ser reintegrado no convívio social.

17 «Onde estão os outros nove?» O relato deixa ver que Jesus não os curou logo e manda-os ir pedir o certificado da cura ainda antes de curados. Assim é posto em evidência o seu exemplo de fé, mas a verdade é que só um – e o mais desprezível, pois era samaritano – é quem deu exemplo de gratidão. Lucas, ao pôr em relevo a gratidão dum estrangeiro, também deixa ver a finíssima sensibilidade do Coração de Cristo, que fica contente com o agradecimento deste, e dorido com a ingratidão dos outros nove, que não estiveram para ter a maçada de voltar atrás para agradecer a cura.
Sugestões para reflexão

O general Naamã é miraculosamente curado da lepra por intercessão do profeta Eliseu e quer oferecer-lhe vários presentes, em agradecimento da grande graça alcançada: vestidos, dinheiro e outras ofertas.

A lepra não tinha cura e levava a uma segregação social completa: aquele que fosse acometido desta doença devia abandonar a casa e a família e vaguear pelos montes, sem se poder aproximar das outras pessoas.

Eliseu, porém, recusa-se a aceitar qualquer presente como agradecimento pela cura do general: O que tinha acontecido fora obra de Deus e não dele.

Então, Naamã pede para levar terra de Israel para sobre ela levantar um altar e prestar culto ao único Deus verdadeiro: o Deus de Israel. Foi o modo mais perfeito que encontrou de ser agradecido.

1. A virtude humana da gratidão

O general da Síria – Naamã – aparece no AT como um exemplo a imitar na virtude da gratidão.

A gratidão dos filhos de Deus. Agradecer é, antes de mais, um acto de verdade: reconhecer o benefício recebido. Foi a primeira atitude deste general do AT: aceitar que tinha recebido uma graça, um favor.

Sentir a necessidade de manifestar os nossos sentimentos de amizade e benevolência para quem nos fez bem é outra exigência. Não é o que se dá que tem valor – se é dado como uma esmola a um pobre oportuno – mas os sentimentos de alegria, de amizade, de carinho humano que acompanham esse gesto.

Como agradecer ao Senhor. Mais do que velas, romarias, voltas de joelhos e outras ofertas, Deus quer que nos aproximemos d’Ele. Uma ida a Fátima ou a qualquer outro Santuário, deve levar-nos a aumentar a nossa amizade e intimidade com Ele.

Não se trata de pagar promessas, como quem arruma de vez um negócio, mas mudar de vida. Isto é o mais difícil para nós: a conversão pessoal, a mudança de vida, o propósito de lutar contra um determinado defeito.

Este homem do AT abandona o paganismo com todos os erros, defeitos e pecados, e volta-se decisivamente para o Deus verdadeiro. Nós temos necessidade de realizar este gesto. Se o Senhor nos concedeu uma graça, espera agora uma amizade maior da nossa parte.

2. Deus ama a virtude da gratidão

Jesus cura dez leprosos: nove eram judeus – os homens da fidelidade à Lei – e um era samaritano – os samaritanos eram considerados infiéis à Lei.

Estava preceituado na Lei de Moisés – para evitar enganos ilusórios – que se uma pessoa achasse que tinha sido curada da lepra, devida ser examinada pelos sacerdotes do templo de Jerusalém os quais lhe passavam um comprovativo da cura, podendo então regressar à sua família e ao convívio social.

Os nove judeus limitaram-se a cumprir o que estava prescrito pela Lei, e não se lembraram de agradecer a Quem lhes concedera uma graça tão grande. Limitaram-se – diríamos em linguagem de hoje – a pagar a promessa.

O samaritano voltou para trás, prostrou-se diante de Jesus para Lhe agradecer, e recebeu o dom da fé em, Jesus Cristo: «Vai. A tua fé te salvou!»

A nossa gratidão. Recebemos ajudas de muitas pessoas todos os dias. O pagar – mesmo quando nos cobram dinheiro – não é tudo.

Além disso há muita gente que cuida de nós: em casa, nas repartições públicas, na Igreja, etc.

Em geral, somos muitos exigentes, reclamamos, convencidos de que nunca nos tratam como merecemos, mas raramente nos lembramos de agradecer.

Por vezes, em casa, no serviço humilde e silencioso que nos prestam, nunca nos lembramos de dizer um muito obrigado, que está bem. Que ficamos contentes e ficamos agradecidos.

Quando nos pronunciamos, é para protestar, porque nos aprece que merecemos sempre muito mais: Acontece na vida de família, nos serviços que as pessoas da Igreja nos prestam ou quando recebemos uma pequena atenção.

Certa mãe incansável, trabalhava de manhã à noite, apresentava pontualmente as refeições preparadas com todo o carinho e tratava cuidadosamente das roupas. No entanto, só recebia queixas, protestos pelo seu trabalho silencioso, e não ouvira ainda uma palavra de agradecimento.

Um dia, resolver dar uma lição a toda a família. Quando todos chegaram à sala de jantar para o almoço, encontraram nos pratos… um pequeno molho de palha!

Levantou-se um protesto geral em todos: «Que brincadeira é esta?»

Então a mãe, com voz firme, explicou: «Até que enfim! É a primeira vez que dizeis alguma coisa sobre o meu trabalho! Tenho servido a todos e só recebo queixas!»

Diz a história que passaram todos ser mais delicados e até a colaborar nas tarefas domésticas.

A gratidão manifesta humildade e delicadeza de consciência e ajuda-nos a reparar no bem que nos fazem.

Expressões de gratidão. Podemos manifestar a nossa gratidão com um simples muito obrigado, com um sorriso de satisfação, mostrando que gostamos da ajuda prestada. (Quantas vezes a esposa prepara com todo o carinho uma refeição para uma festa do marido, de um filho, e não chega a saber se gostaram ou não do que preparou).

Os textos da Liturgia da Palavra ajudam-nos a compreender em que se resume estar agradecido: ficarmos mais amigos que pessoa que nos concedeu o benefício.

Quando recebemos uma graça de Deus – por intermédio de Nossa Senhora, de um Anjo ou de um santo, agradeçamo-la, mas fiquemos ainda mais amigos, mais corajosos para crescer em santidade.

A família, escola de gratidão. É a mãe a grande educadora dos sentimentos dos filhos. Ela está ali ao lado para, quando algum oferece um mimo ao filho pequenino, lhe perguntar: «Como é que se diz?»

É bom que vá chamando a atenção para o que os filhos vão recebendo em casa, para que se tornem pessoas agradecidas, delicadas.

Quando nos dirigimos à igreja, a uma repartição pública, mostremos que gostámos da atenção ou serviço recebido.

Já nos lembramos de agradecer ao Senhor uma refeição que nos soube bem, mais um dia de vida com saúde ou com doença, o ter-nos livrado de um perigo?

Na verdade, devíamos viver em ação de graças constante, como as crianças que agradecem na sua linguagem: «Que bom que és!»

Eucaristia, escola de agradecimento. A Igreja é a família dos filhos de Deus na terra e, como tal, uma escola também de gratidão.

A Eucaristia significa precisamente a ação de graças de Cristo ao Pai, na qual a todos nos associa.

O Senhor reúne-nos na Santa Missa, para, unidos a Ele, agradecermos ao Pai todos os benefícios recebidos.

Havemos de agradecer especialmente a Sua vinda a nós, pela Sagrada Comunhão, recolhendo-nos uns momentos para Lhe dizermos isto mesmo.

Fonte: presbiteros.com.br
Foto retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.

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