Na metade do século III, os cristãos sofriam com a
derradeira e a mais perversas das suas perseguições. Tinham as casas
arrombadas, os bens confiscados e as famílias humilhadas com as pessoas sendo
levadas ao tribunal e condenadas à morte, por causa de sua Fé.
Na cidade africana de Cesárea da Mauritânia, os cristãos que
desejavam fugir da execução eram obrigados a assistir os cultos aos deuses
pagãos. Eles deviam conduzir pelas ruas os animais destinados ao sacrifício,
acender o incenso e participar das festas movidas a orgias e outras
extravagâncias públicas.
Arcádio resolveu escapar daquela insanidade e manter suas
orações e contemplações espirituais, refugiando-se num lugar ermo. Entretanto,
como era um cidadão muito conhecido, logo sua ausência foi notada e as
autoridades saíram em seu encalço. Para obrigá-lo a se entregar, prenderam um
seu parente próximo, que nada revelou sobre onde ele estava escondido. Mas
Arcádio, ao saber do ocorrido, foi ao tribunal e se entregou, exigindo que
soltassem o inocente.
Todas as ameaças possíveis foram lançadas contra ele, para
que abandonasse sua fé, mas de nada adiantaram. Irado, o juiz não só o condenou
à morte, como determinou que a pena fosse aplicada de forma "lenta e muito
cruel".
A tortura durou horas e em todos os momentos Arcádio
reafirmava seus conceitos, incitando os outros cristãos a fazerem o mesmo. Uma
a uma suas articulações foram sendo cortadas e, mesmo assim ele ainda fez um
último discurso testemunhando seu incondicional amor à Jesus Cristo, para
depois morrer.
Segundo a tradição, conta-se que os pagãos se admiraram
tanto com sua coragem, que muitos se converteram e mesmo os que não o fizeram,
também passaram a respeitar sua memória, celebrada no dia 12 de janeiro.
Santo Arcádio consta somente no Martirológio Romano, o seu
nome não aparece em nenhum do Oriente. Isto porque, o precioso documento do
culto deste santo foi levado para Verona, pelo primeiro bispo desta diocese,
chamado Zenon, de origem africana e nascido na cidade do mártir. Parece que ele
trouxe consigo a Ata onde foi narrado o martírio de Arcádio e o difundiu entre
os cristãos através dos seus sermões, logo no início de seu apostolado no
território italiano.
Fonte: Edições Paulinas
Foto retirada da internet
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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