4ª Semana da Quaresma - 4ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo
30,7-8 - Confio em vós, ó Deus! Alegro-me e exulto em vosso amor, pois
olhastes, Senhor, minha miséria.
Oração do Dia: Ó Deus, que renovais o mundo com admiráveis sacramentos, fazei a
vossa Igreja caminhar segundo vossa vontade, sem que jamais lhe faltem, neste
mundo, os auxílios de que necessita. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Livro do Profeta
Isaías 65,17-21
Assim fala o
Senhor: Eis que eu criarei novos céus e nova terra, coisas passadas serão
esquecidas, não voltarão mais à memória. Ao contrário, haverá alegria e
exultação sem fim em razão das coisas que eu vou criar; farei de Jerusalém a
cidade da exultação e um povo cheio de alegria. Eu também exulto com Jerusalém
e alegro-me com o meu povo; ali nunca mais se ouvirá a voz do pranto e o grito
de dor. Ali não haverá crianças condenadas a poucos dias de vida nem anciãos
que não completem seus dias. Será considerado jovem quem morrer aos cem anos; e
quem não alcançar cem anos, passará por maldito. Construirão casas para nelas
morar, plantarão vinhas para comer seus frutos. - Palavra do Senhor.
Comentário: O tema escatológico de novos
céus e nova terra (versículo 17) é rico em consequências para o presente da
Igreja e do mundo. O difícil é determinar concretamente a novidade que
corresponde às promessas e que deve tornar a nova Jerusalém (a Igreja) objeto de
alegria para Deus e seu povo, o lugar ideal da serenidade e da paz. Tomando ao
pé da letra as palavras do profeta, há o risco de ser desmentido pela realidade
dos fatos. Os novos céus e a nova terra existirão quando a vontade de Deus for
feita "assim na terra como no céu". Cumpre, pois, esforçar-se e não
se iludir acerca dos resultados. O otimismo profundo é consciente de que a nova
vida exige sacrifícios e renúncias. Importa entrever na sociedade moderna, por
enquanto ambígua, a cidade futura do reino de Deus, radiosa de liberdade e de
presença de cada um a cada um. Mas para isso a tônica é posta no homem, o
cumprimento das promessas divinas é confiado ao homem, que orienta o progresso
da sociedade ao bem dos irmãos, à instauração de maior justiça social, ao
desenvolvimento do terceiro mundo. (Missal Cotidiano)
Salmo: 29(30), 2.4. 5-6.
11.12a.13b (R.2a)
Eu vos
exalto, ó Senhor, pois me livrastes!
Eu vos exalto, ó Senhor, pois me
livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos
abismos e me salvastes, quando estava já morrendo!
Cantai salmos ao Senhor, povo fiel,
dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento,
mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos,
de manhã vem saudar-nos a alegria.
Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade!
Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa,
Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 4,43-54
Naquele tempo, Jesus partiu da Samaria para a
Galileia. O próprio Jesus tinha declarado, que um profeta não é honrado na sua
própria terra. Quando então chegou à Galileia, os galileus receberam-no bem,
porque tinham visto tudo o que Jesus havia feito em Jerusalém, durante a festa.
Pois também eles tinham ido à festa. Assim, Jesus voltou para Caná da Galileia,
onde havia transformado água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário do rei
que tinha um filho doente. Ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a
Galileia. Ele saiu ao seu encontro e pediu-lhe que fosse a Cafarnaum curar seu
filho, que estava morrendo. Jesus disse-lhe: “Se não virdes sinais e prodígios,
não acreditais”. O funcionário do rei disse: “Senhor, desce, antes que meu
filho morra!” Jesus lhe disse: “Podes ir, teu filho está vivo”. O homem
acreditou na palavra de Jesus e foi embora. Enquanto descia para Cafarnaum,
seus empregados foram ao seu encontro, dizendo que o seu filho estava vivo. O
funcionário perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam:
“A febre desapareceu, ontem, pela uma da tarde”. O pai verificou que tinha sido
exatamente na mesma hora em que Jesus lhe havia dito: “Teu filho está vivo”.
Então, ele abraçou a fé, juntamente com toda a sua família. Esse foi o segundo
sinal de Jesus. Realizou-o quando voltou da Judeia para a Galileia. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Jesus
declarou que um profeta não é honrado na sua própria terra. Como ele foi criado
na cidade de Nazaré, que fica na Galiléia, fazia referência aos galileus, que
precisavam de sinais e prodígios para crer e ficavam exigindo que Jesus
operasse milagres que testemunhariam que ele de fato era o Filho de Deus. Jesus
nos mostra que o processo é justamente o contrário: não são os sinais que devem
nos levar a crer, mas é a nossa fé que deve produzir sinais de Reino de Deus,
sinais de fraternidade, de justiça, de amor, de vida em abundância. Porque ter
fé significa ter a presença amorosa e solidária de Deus em todos os momentos da
vida. (CNBB)
O ministério
de Jesus não foi contaminado por preconceito de espécie alguma, dentre aqueles
comuns na sua época. A cura do filho do funcionário do rei ilustra esta atitude
característica do Mestre. Quem se dirigiu a Jesus, pedindo-lhe a cura do seu
filho, foi um funcionário do rei Herodes Antipas. Sem dúvida, tratava-se de um
pagão, a serviço dos romanos, sob cuja dominação estava o povo judeu. Era bem
conhecida a ojeriza dos judeus pelos romanos. Estes representavam o que havia
de pior, e deviam ser evitados. Portanto, esperava-se de Jesus um gesto firme
de recusa à solicitação daquele funcionário: para os pagãos, a morte. Este
gesto, porém, não era o parâmetro das ações do Mestre. Seu olhar desvia-se dos
elementos exteriores, para se fixar no coração daquele pai suplicante. Quando
encontra fé e sinceridade, Jesus jamais se recusa a atender a um pedido, de
quem quer que o faça. Sem fé, nada feito. Foi o que aconteceu em Nazaré, sua
cidade natal, onde não realizou nenhum milagre por causa da incredulidade de seus
habitantes. Toda a vida de Jesus, culminada na morte e ressurreição, foi um
serviço prestado à humanidade, sem distinções, nem privilégios. É suficiente
acercar-se de dele, com a mesma predisposição do funcionário pagão, cuja
súplica foi prontamente atendida. (Padre
Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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