5ª Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo 17,48-49 Vós
me livrais, Senhor, de meus inimigos; vós me fazeis suplantar o agressor e do
homem violento salvais!
Oração do Dia: Ó Deus de misericórdia, iluminai nossos corações
purificados pela penitência. E ouvi com paternal bondade aqueles a quem dais o
afeto. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Profecia de Daniel
3,14-20.24.49a.91-92.95
Naqueles
dias, o rei Nabucodonosor tomou a palavra e disse: “É verdade, Sidrac, Misac e
Abdênago, que não prestais culto a meus deuses e não adorais a estátua de ouro
que mandei erguer? E agora, quando ouvirdes tocar trombeta, flauta, cítara,
harpa, saltério e gaitas, e toda espécie de instrumentos, estais prontos a
prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Mas, se não fizerdes
adoração, no mesmo instante sereis atirados na fornalha de fogo ardente; e qual
é o deus que poderá libertar-vos de minhas mãos?” Sidrac, Misac e Abdênago
responderam ao rei Nabucodonosor: “Não há necessidade de respondermos sobre
isto: se o nosso Deus, a quem rendemos culto, pode livrar-nos da fornalha de
fogo ardente, ele também poderá libertar-nos de tuas mãos, ó rei. Mas, se ele
não quiser libertar-nos, fica sabendo, ó rei, que não prestaremos culto a teus
deuses e tampouco adoraremos a estátua de ouro que mandaste fazer”. A estas
palavras, Nabucodonosor encheu-se de cólera contra Sidrac, Misac e Abdênago, a
ponto de se alterar a expressão do rosto; deu ordem para acender a fornalha com
sete vezes mais fogo que de costume; e encarregou os soldados mais fortes do
exército para amarrarem Sidrac, Misac e Abdênago e os lançarem na fornalha de
fogo ardente. Os três jovens andavam de cá para lá no meio das chamas, entoando
hinos a Deus e bendizendo ao Senhor. Mas o anjo do Senhor tinha descido
simultaneamente na fornalha para junto de Azarias e seus companheiros. O rei
Nabucodonosor, tomado de pasmo, levantou-se apressadamente, e perguntou a seus
ministros: “Porventura, não lançamos três homens bem amarrados no meio do fogo?”
Responderam ao rei: “É verdade, ó rei”. Disse este: “Mas eu estou vendo quatro
homens andando livremente no meio do fogo, sem sofrerem nenhum mal, e o aspecto
do quarto homem é semelhante ao de um filho de Deus”. Exclamou Nabucodonosor:
“Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago que enviou seu anjo e libertou
seus servos, que puseram nele sua confiança e transgrediram o decreto do rei,
preferindo entregar suas vidas a servir e adorar qualquer outro Deus que não
fosse o seu Deus.” - Palavra do Senhor.
Comentário: A proteção de Deus não é
sempre visivelmente maravilhosa e magnífica como na história dos três jovens.
Mas é necessário dar tempo ao desígnio de Deus, a fim de poder vê-lo em seu
conjunto, quer com relação a nós pessoalmente, quer na vida da Igreja. Então,
aquilo que parecia casual, repetitivo, falho, provisório, assume seu posto e
seu valor. Então, também de nossos corações pode prorromper, sincero e festivo,
o cântico de louvor a Deus. Ele já estava presente, já agia e nos libertava,
quando parecia inexistente, insignificante. Às vezes Deus "manda seu
anjo", ou seja, faz perceber exteriormente sua intervenção, mas sempre e
em toda parte os acontecimentos, em seu impulso fundamental, procedem dele e a
ele conduzem por caminhos misteriosos. Esta foi a fé dos três jovens e de todos
os mártires. Esta deve ser a nossa fé. (Missal
Cotidiano)
Salmo: Dn 3, 52. 53. 54.
55. 56 (R. 52b)
A vós
louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito, Senhor Deus de nossos
pais. A vós louvor, honra e glória eternamente! Sede bendito, nome santo e
glorioso. A vós louvor, honra e glória eternamente!
No templo santo onde refulge a vossa
glória. A vós louvor, honra e glória eternamente! E em vosso trono de poder
vitorioso. A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito, que sondais as
profundezas. A vós louvor, honra e glória eternamente! E superior aos querubins
vos assentais. A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito no celeste firmamento. A
vós louvor, honra e glória eternamente!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 8,31-42
Naquele
tempo, Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se permanecerdes na
minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade,
e a verdade vos libertará”. Responderam eles: “Somos descendentes de Abraão, e
nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis
livres’?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele
que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa
família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos
libertar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois descendentes de
Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por
vós. Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”. Eles
responderam então: “Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de
Abraão, praticai as obras de Abraão! Mas agora, vós procurais matar-me, a mim,
que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. Vós fazeis as
obras do vosso pai”. Disseram-lhe, então: “Nós não nascemos do adultério, temos
um só pai: Deus”. Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, certamente me
amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi
ele que me enviou”.
- Palavra da Salvação.
Comentários:
Em
que consiste a liberdade? A resposta a esta pergunta sempre nos parece clara,
mas só à primeira vista. O Evangelho de hoje nos mostra que os judeus pensaram
que eram livres e, no entanto, não eram, porque existem muitas formas sutis de
escravidão, sendo que as piores são as nossas tendências ao mal, as nossas
imaturidades e as nossas fraquezas, e são piores porque brotam no nosso
interior, nos enganando, porque pensamos que estamos fazendo a nossa vontade
quando na verdade estamos cedendo aos nossos desejos, que não nos deixam ser
livres. Somente permanecendo unidos a Cristo é que podemos vencer a nossa
natureza e sermos verdadeiramente livres. (CNBB)
No
confronto com os judeus, Jesus apresentou-se como a única verdade que pode
trazer libertação. Com isto, punha em xeque a prática religiosa judaica na qual
fora educado e que era a base da fé de seus discípulos e de seus
interlocutores. Em que sentido o ensinamento de Jesus era diferente, a ponto de
proporcionar uma libertação impossível de ser alcançada por outras vias? A
força libertadora da verdade ensinada pelo Mestre está ligada à sua origem: ele
ensinava o que havia visto junto do Pai. Suas palavras tinham uma força única
de colocar os discípulos em contato com o desígnio do Pai e estabelecer uma
profunda comunhão de amor com ele. A libertação resultava da presença amorosa
do Pai no coração do discípulo. Presença capaz de banir toda forma de egoísmo
escravizador e estabelecer relações fraternas com o próximo. Presença
suficientemente forte para arrancar o discípulo das trevas do pecado e
introduzi-lo no reino da luz. Presença humanizadora e plenificadora. Jesus considerava
a doutrina dos judeus demasiadamente contaminada por elementos espúrios, nem
sempre compatíveis com o querer divino. De fato, de tanto se intrometer na Lei
de Deus, os judeus acabaram por desvirtuar-lhe o sentido. As palavras de Jesus
serviam de alerta (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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