Oitava da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal I - Ofício solene
próprio
Glória - Cor: Branco - Ano “A” Mateus
Antífona: Eclesiástico 15,3-4 Deu-lhes a água da
sabedoria, tornou-se a sua força, e não vacilaram; vai exaltá-los para sempre,
aleluia.
Oração do Dia: Ó
Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso povo com vossos
dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia
alegrar-se no céu, como exulta agora na terra. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos
2,36-41
No dia de Pentecostes, Pedro disse aos judeus: “Que todo
povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a
este Jesus que vós crucificastes”.
Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito, e
perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que devemos fazer?” Pedro
respondeu: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito
Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que
estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”.
Com muitas outras palavras, Pedro lhes dava testemunho, e os
exortava, dizendo: “Salvai-vos dessa gente corrompida!” Os que aceitaram as
palavras de Pedro receberam o batismo. Naquele dia, mais ou menos três mil
pessoas se uniram a eles. - Palavra do Senhor.
Comentário: A salvação está na aparição
histórica de Jesus, em sua mensagem provocadora, em suas palavras benéficas e
críticas, em seu estilo de vida fiel até a morte. Sob um aspecto puramente
histórico, Jesus malogrou em seu projeto de vida. Por isso, sua mensagem e
estilo de vida não podem ser por si sós a última palavra, ao menos para ser
fundamento de nossa salvação e esperança real. Na ressurreição é que o
Crucificado se torna Senhor e Messias, nosso Salvador. Esta é a mensagem
explosiva de Pedro na manhã de Pentecostes. O Crucificado, aquele que foi
rejeitado pelo povo, foi constituído “Senhor” com a ressurreição. Cristo é o
Messias, é o rei davídico, esperado que restaura o povo, dá cumprimento a todo
desejo de vida e amor do coração do homem, ressuscitando da morte. Eis a
profissão de fé do novo povo de Deus: a história de Israel consumou-se no
Cristo. É um acontecimento que revoluciona a vida; uma verdade “concreta”, não
abstrata, que faz cada um de nós perguntar: “Que devemos fazer?” (Missal
Cotidiano)
Salmo: 32, 4-5. 18-19.
20.22 (R. 5b)
Transborda
em toda a terra a bondade do Senhor.
Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo
o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a
terra a sua graça.
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que
o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas
vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.
No Senhor nós esperamos confiantes, porque
ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da
mesma forma que em vós nós esperamos!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 20,11-18
Naquele tempo, Maria estava do lado de fora do túmulo,
chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. Viu,
então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de
Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Os anjos perguntaram: “Mulher, por que
choras?” Ela respondeu: ”Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”.
Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de
pé. Mas não sabia que era Jesus. Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras?
A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste
tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. Então Jesus
disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer
dizer: Mestre). Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai.
Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu
Deus e vosso Deus”.
Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o
Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Maria
Madalena queria somente estar com Jesus, ainda que ele estivesse morto. Queria
estar com ele, mesmo que tivesse que ir buscá-lo, onde quer que o tivessem
colocado. Chorava porque não havia encontrado Jesus. Estaria disposta a
qualquer sacrifício para realizar o seu intento. Porém, se as pessoas
correspondem ao amor de Deus, tanto mais Deus corresponde ao amor dos homens.
Maria Madalena recebeu a grande recompensa pelo seu amor: fez a grande
experiência do encontro pessoal com o ressuscitado, e anunciou a todos esta
experiência. (CNBB)
O
pranto de Maria Madalena revela que seu relacionamento com Jesus era pouco
consistente. A morte do Mestre significou para ela a perda de uma pessoa
querida. Ele soube valorizá-la, ajudando-a a recompor sua existência esfacelada
por experiências negativas. Isto bastou para ela nutrir por Jesus um amor cheio
de gratidão. Uma sensação de vazio tomou conta do coração de Maria Madalena,
quando veio a faltar-lhe este apoio humano. Diante do amigo morto, só lhe restava
debulhar-se em lágrimas. Maria Madalena, contente com o que Jesus representava
para ela, só deu um passo adiante na sua compreensão, quando defrontou-se com o
Ressuscitado. A humanidade do amigo querido era apenas um aspecto de sua
verdade. Ele era também o Filho enviado pelo Pai, cuja missão, na Terra, havia
sido concluída. Agora, estava de volta para junto de quem o enviara. Ele era o
Senhor. Discípulo algum tinha o poder de retê-lo para si, ou de apossar-se
dele. O Mestre estaria junto dos seus discípulos, mas sem a limitação de tempo
e espaço. Por conseguinte, Maria Madalena não tinha por que chorar. Ela teria
para sempre consigo o Senhor ressuscitado. A ressurreição devolveu-lhe,
novamente, a alegria. O Ressuscitado preencheu o vazio que a morte tinha
deixado no coração dessa mulher. E o sentimento de perda foi superado por uma
forma nova de presença do Mestre, mais interior e consistente. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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