Oitava da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal I - Ofício solene
próprio
Glória - Cor: Branco - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo 77,53 O
Senhor conduziu o seu povo na esperança, e recobriu com o mar seus inimigos,
aleluia!
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, que no sacramento pascal
restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos
realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos
4,1-12
Naqueles dias, depois que o paralítico fora curado, Pedro e
João ainda estavam falando ao povo, quando chegaram os sacerdotes, o chefe da guarda
do Templo e os saduceus. Estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo
e anunciavam a ressurreição dos mortos na pessoa de Jesus. Eles prenderam Pedro
e João e os colocaram na prisão até o dia seguinte, porque já estava
anoitecendo. Todavia, muitos daqueles que tinham ouvido a pregação acreditaram.
E o número dos homens chegou a uns cinco mil.
No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os chefes, os
anciãos e os mestres da Lei. Estavam presentes o Sumo Sacerdote Anás, e também
Caifás, João, Alexandre, e todos os que pertenciam às famílias dos sumos
sacerdotes. Fizeram Pedro e João comparecer diante deles e os interrogavam:
“Com que poder ou em nome de quem vós fizestes isso?”
Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: “Chefes
do povo e anciãos: hoje estamos sendo interrogados por termos feito o bem a um
enfermo e pelo modo como foi curado. Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o
povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré, – aquele que vós
crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos – que este homem está curado,
diante de vós.
Jesus é a pedra, que vós, os construtores, desprezastes, e que
se tornou a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo
do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”. -
Palavra do Senhor.
Comentário: Se a presença gloriosa de
Cristo continua nos prodígios e milagres operados pelos apóstolos também a
presença de recusa, perseguição e sofrimentos continua na carne de sua Igreja.
Testemunho-perseguição é outro binômio inseparável da comunidade eclesial. A
perseguição é selo de autenticidade da mensagem e fonte de crescimento.
Perseguição quer dizer que a verdade da mensagem não se mede pela acolhida do
mundo, mas só pela fidelidade ao Cristo ressuscitado. A coragem e as palavras
para dar testemunho na perseguição vêm do Espírito. O motivo da perseguição e o
objetivo do testemunho é Cristo ressuscitado, único salvador do homem. Esta
afirmação, contudo, é uma revolução radical: é o fim da velha religião-de-Israel,
para quem a salvação era a lei. Afirmar que Cristo ressuscitou não quer dizer
que ele vive num mundo abstrato, em lugar “distante”, de onde não pode
incomodar, mas que está “presente e ativo” no mundo. (Missal Cotidiano)
Salmo: 117, 1-2.4. 22-24.
25-27a (R. 22)
A pedra que
os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
'Eterna é a sua misericórdia!' A casa de Israel agora o diga:
'Eterna é a sua misericórdia!' Os que
temem o Senhor agora o digam: 'Eterna é a sua misericórdia!'
'A pedra que os pedreiros rejeitaram,
tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: Que
maravilhas ele fez a nossos olhos! Este é o dia que o Senhor fez para nós,
alegremo-nos e nele exultemos!
Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, ó
Senhor, dai-nos também prosperidade!' Bendito seja, em nome do Senhor, aquele
que em seus átrios vai entrando! Desta casa do Senhor vos bendizemos. Que o
Senhor e nosso Deus nos ilumine!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 21,1-14
Naquele tempo, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à
beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: Estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros
dois discípulos de Jesus.
Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram:
“Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada
naquela noite. Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os
discípulos não sabiam que era Jesus.
Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?”
Responderam: “Não”. Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e
achareis”. Lançaram, pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa
da quantidade de peixes. Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro:
“É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa,
pois estava nu, e atirou-se ao mar.
Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede
com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de
cem metros. Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e
pão. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
Então Simão Pedro subiu ao barco
e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três
grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. Jesus
disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era
ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e
distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez
que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. - Palavra da Salvação.
Comentários:
Diante
das dificuldades, muitas vezes temos a tendência de enfraquecer, de voltar à
vida de antes, parece que perdemos o rumo e a motivação. Pedro e os demais
discípulos desanimaram e quiseram voltar à vida de pescadores de peixes, como
muitas vezes queremos voltar à vida da imaturidade na fé. Jesus realiza mais
uma vez o milagre da pesca milagrosa, para que os apóstolos se recordem que não
são pescadores de peixes. Assim também, ele atua em nossas vidas, para que o
Mistério Pascal não seja apenas celebração, mas processo de maturação, a fim de
que possamos crescer cada vez mais na fé, e um dia atingir a estatura de
Cristo. (CNBB)
A
aparição do Ressuscitado junto ao mar de Tiberíades evoca o primeiro encontro
dos discípulos com Jesus, quando foram chamados a deixar tudo para se tornarem
pescadores de homens. É como se tudo começasse de novo, e fossem chamados a
retomar o caminho de serviço ao Reino, abandonado após a decepção diante da
morte de Jesus na cruz. O Evangelho apresenta-nos a profissão de alguns dos discípulos
do Mestre: pescadores. Depois de uma noite de trabalho infrutífero, o Senhor
apareceu-lhes para mostrar-lhes como se pesca de maneira proveitosa. E esta
pesca foi deveras abundante! Mas a última, naquele lago, dando início aos
tempos novos. Depois de ter ceado com o Ressuscitado, a vida dos discípulos
tomaria um rumo diferente. Doravante, deveriam lançar-se à missão de enviados
do Senhor, pelos caminhos do mundo. Sua condição de apóstolos estava para se
concretizar. A novidade da experiência consistia em não mais contar com a
presença física do Mestre. Ele se faria presente, na condição de Ressuscitado,
onde quer que estivessem os seus apóstolos, animando-os na missão. A rede
superlotada de peixes simbolizava a humanidade toda à qual eles deveriam apresentar
a proposta do Reino. No mar do mundo, muitos seriam os atraídos pela mensagem
de Jesus. (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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