Introdução ao espírito da
Celebração
Estamos desde há um mês a viver a Quaresma. Como vai a nossa
preparação para a Páscoa? Já recebemos o sacramento da Reconciliação? O Senhor
vem mais uma vez ao nosso encontro nesta Eucaristia. Ele quer que nos
purifiquemos para recebermos d’Ele a força que nos ajuda a sermos bons cristãos.
Primeira Leitura
Profecia de Ezequiel 37,12-14
Deus vem constantemente ao nosso encontro para nos perdoar,
para nos abençoar, para nos salvar. Agradeçamos e permaneçamos sempre unidos ao
Senhor.
A leitura é extraída da 3ª parte de Ezequiel (cap. 33-48),
destinada a confortar os exilados em Babilônia com palavras de esperança no
futuro.
12 «Vos farei ressuscitar». Não se trata aqui da
ressurreição final, mas da do povo de Deus, que, esmagado pelas duras provas do
cativeiro, se ergue de novo e é reconduzido à Terra de Israel, segundo a
célebre visão dos ossos relatada nos primeiros versículos deste mesmo capítulo.
14 «Infundirei em vós o meu espírito» (cf. Ez 36,27). É um
misterioso anúncio profético da ação do Espírito Santo nas almas com a obra
salvadora de Cristo: «dar-vos-ei um coração novo e porei em vós um espírito
novo; arrancarei o coração de pedra das vossas carnes e dar-vos-ei um coração
de carne» (Ez 36,26). S. Paulo, como faz na 2ª Leitura de hoje, há de
desenvolver a ideia da ação do Espírito Santo nas almas dos cristãos (Rom 8).
Segunda Leitura
Carta de São Paulo aos Romanos 8,8-11
Cristo está conosco. Devemos merecer a Sua presença,
afastando o pecado e seguindo sempre o Caminho que nos aponta.
Temos, neste breve extrato de Rom 8, dois modos antitéticos
de ser e de viver: segundo a carne e segundo o Espírito. Viver segundo a carne
é o mesmo que levar uma vida de pecado, por isso, os que se encontram nesta
situação «não podem agradar a Deus».
9-11 Depois de ter falado em geral, S. Paulo dirige-se diretamente
aos fiéis batizados: o facto de o Espírito Santo habitar neles subtrai-os ao
«domínio da carne». Este habitar do Espírito Santo no fiel é um ponto fulcral
da fé pregada por Paulo (cf. 1Cor 3,16-17; 6,19; cf. Jo 14,23), o que é
afirmado por três vezes neste pequeno trecho: vv. 9.11a.11b. Aparece como
garantia da vitória sobre a carne (v. 9) e sobre a morte (v. 11). Note-se como
o Espírito Santo é chamado tanto Espírito de Deus (o Pai) – nos vv. 9 e 11a –,
como Espírito de Cristo (o Filho) – nos vv. 10 e 11b –; com efeito, o Espírito
Santo «procede do Pai e do Filho» e nos é «enviado» pelo Pai e pelo Filho.
Evangelho
Segundo João 11,1-45
Neste domingo dito de Lázaro, temos o 7º e último dos sinais
do IV Evangelho, que deixam ver Jesus como o Messias, não um messias sem mais,
mas aquele que é a própria Vida, capaz de dar a vida aos mortos. É assim que o
ponto culminante de toda esta secção (Jo 9) é a solene declaração de Jesus: «Eu
sou a ressurreição e a vida» (v. 25). Mas toda a grandeza da sua pessoa divina
aparece aqui tão profundamente humana, com uma sensibilidade tal que, perante a
morte do amigo e a dor e desconsolo das irmãs do defunto, Ele se comove e
perturba (v. 33.38), chegando mesmo a chorar (v. 35); Ele é o divino amigo, tão
humanamente amigo! (vv. 3.5.11.36).
1 «Betânia» (ver Mt 26,6; Mc 14,3) era uma povoação situada
na vertente oriental do Monte das Oliveiras, a uns 3 Km de Jerusalém (v. 18),
distinta de outra Betânia, na Pereia (1,28). Corresponde à atual El-Azariyeh,
um nome derivado de Lázaro.
2 Porque esta unção do Senhor só é contada no capítulo 12,
no Ocidente veio a pensar-se que esta Maria de Betânia seria a pecadora que em
Lc 7,37 tinha ungido o Senhor, o que não parece provável. Nenhuma das duas
mulheres se deverá confundir com Maria Madalena (19,25; 20,1.18; Lc 8,2). Foram
confundidas no Ocidente inclusive no Missal Romano, até à reforma de Paulo VI.
25-26 São dois versículos paralelos, mas com distinto matiz:
Jesus é a «Ressurreição», porque leva os crentes à ressurreição final (v. 25:
«viverá») prefigurada na de Lázaro (que ainda não é a ressurreição gloriosa); e
é a «Vida», porque dá aos crentes a vida espiritual (sobrenatural), uma vida que
não morre (v. 26). Entendido assim o texto, teríamos aqui a síntese da
escatologia já presente (tão típica de S. João) e da escatologia do fim dos
tempos, compenetrando-se de forma harmoniosa e coerente.
39 «O quarto dia»: todos estão de acordo quanto ao
significado simbólico da ressurreição de Lázaro, o que não quer dizer que esta
seja um mero símbolo; se assim fosse, deveria ser ao terceiro dia, como a de
Jesus, e não ao quarto dia.
44 Deixai-o andar. A tradução litúrgica «deixai-o ir» (para
sua casa), embora gramaticalmente correta, parece imprópria, pois pode fazer
supor desinteresse de Jesus pela pessoa do seu amigo Lázaro…
49-53 Temos aqui mais um paradoxo: o último pontífice da
Antiga Aliança, sem saber, profetiza a investidura de Jesus como o Sumo
Sacerdote da Nova Aliança, selada com o seu próprio sangue. José Caifás(cf. Jo
18,13-14.28) exerceu a sua função entre os anos 18 a 36 da era cristã.
Sugestão para reflexão
Amamos Jesus que ressuscita Lázaro
O Evangelho desta Missa descreve com todos os pormenores a
ressurreição de Lázaro. As suas irmãs, Marta e Maria, comunicam a Jesus o que
se está a passar. Jesus, logo que pode, vai até Betânia. Ao ver o amigo Lázaro,
morto, comove-se e chora…
Quando morre algum familiar ou algum amigo também nós
choramos. É humano! Deixamos de falar com quem partiu. Ao vermos o seu lugar
vazio sentimos saudade. Quem nos dera, nesses momentos de dor e angústia,
termos o Senhor junto de nós para Lhe pedirmos a graça da ressurreição!…
Jesus, seguidamente, reza: «Pai, dou-Te graças por Me teres
escutado…». Que bela oração! Mesmo nos dias de sofrimento devemos agradecer ao
Senhor…
Só Deus tem poder sobre a morte. Nós já o sabemos. Sabemos
porque temos Fé. Mas os ateus não acreditam. Por isso Jesus mostra que é Deus,
que tem poder de ressuscitar. Junto ao seu túmulo, brada com voz forte para que
todos ouçam bem: «Lázaro, vem para fora».
Quem se sentiu mais feliz nessa ocasião?!… Lázaro que volta
à vida, quatro dias após ter morrido, para de novo acolher o Senhor?! Marta e
Maria que o recebiam de novo na sua casa?! Os discípulos de Jesus ao verem
confirmada a Fé na Sua divindade?! O próprio Jesus que iria morrer em breve
para ressuscitar glorioso?!…
Nós, cristãos do século XXI, sentimo-nos muito felizes ao
revivermos hoje a ressurreição de Lázaro.
Fonte: presbiteros.com.br
Foto retirada da internet
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obrigado.
Bom dia,Meu nome é Selma, gosto muito de ler os comentários do Evangelho do dia me ajuda como ministra das Exéquias.
ResponderExcluirFaz muito tempo que recebo seus emails, mais por desatenção creio não ter feito nenhum comentário a respeito. (DESCULPA MINHA FALHA.)
Que Deus os ilumine sempre a levar a Boa Nova a tantas pessoas.
Bjs,
Selma.