5ª Semana da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal - Ofício dominical
pascal
Glória e Creio - Cor: Branco - Ano “A” Mateus
Antífona: Salmo 97,1-2 - Cantai ao Senhor um canto novo,
porque ele fez maravilhas; e revelou sua justiça diante das nações, aleluia!
Oração do Dia: Ó
Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas,
concedei aos que creem em Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: Atos dos Apóstolos
6,1-7
Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os
fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os
de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento
diário. Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram:
“Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às
mesas. Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama,
repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. Desse
modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. A
proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé
e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e
Nicolau de Antioquia, um grego que seguia a religião dos judeus. Eles foram
apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. Entretanto,
a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em
Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé. -
Palavra do Senhor.
Comentário: A primeira leitura continua a
narração dos primórdios da jovem comunidade nos tempos depois da Páscoa e
Pentecostes. A caridade cria novas tarefas, porque o crescimento da comunidade
tinha trazido um novo problema. Além dos convertidos do judaísmo tradicional de
Jerusalém, entraram convertidos do “judeu-helenismo”, judeus helenizados, que
viveram nas cidades comerciais do Mediterrâneo, ou pagãos convertidos,
prosélitos, que tinham aderido ao judaísmo e agora passavam à comunidade
cristã. A entrada dessas pessoas, que não pertenciam aos clãs tradicionais,
tornou necessário um novo serviço na comunidade: a organização da assistência
às viúvas desse grupo e do “ministério dos pobres” em geral, ao lado dos
apóstolos, que serão em primeiro lugar servidores da palavra e fundadores de
comunidades. (Pe. Johan Konings, sj)
Salmo: 32,1-2.4-5.18-19
(R.22)
Sobre nós
venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos
retos fica bem glorificá-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de
dez cordas celebrai-o!
Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo
o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a
terra a sua graça.
O Senhor pousa o olhar sobre os que o
temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas
vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.
Segunda Leitura: Primeira Carta de
São Pedro 2,4-9
Caríssimos: Aproximai-vos do Senhor, pedra viva, rejeitada
pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus. Do mesmo modo, também
vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a
fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus
Cristo. Com efeito, nas Escrituras se lê: “Eis que ponho em Sião uma pedra
angular, escolhida e magnífica; quem nela confiar, não será confundido”. A vós,
portanto, que tendes fé, cabe a honra. Mas, para os que não creem, “a pedra que
os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, pedra de tropeço e rocha
que faz cair”. Nela tropeçam os que não acolhem a Palavra; esse é o destino
deles. Mas vós sois a raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o
povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos
chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. - Palavra do Senhor.
Comentário: A segunda leitura casa bem com
a primeira. Fala do mistério da Igreja, templo de pedras vivas, sustentadas
pela pedra de arrimo que é Jesus Cristo, “pedra angular rejeitada pelos
construtores” (1Pd 2,7; cf. o salmo pascal, Sl 118[117],22). Em 1Pd 2,9, a
Igreja é chamada pelo título por excelência do povo de Israel segundo Ex 19,6,
“sacerdócio régio”, sacerdócio do Reino. Assim como o povo de Israel foi
escolhido por Deus para celebrar a sua presença no meio das nações, assim a
Igreja é o povo sacerdotal, escolhido por Deus para santificar o mundo. Ela é
chamada a ser o “sacramento do Reino”, sinal e primeira realização do Reino no
mundo. Com essas imagens, Pedro destaca a dignidade e responsabilidade dos que
receberam o batismo na noite pascal. Graças ao Concílio Vaticano II,
valorizamos agora melhor esse sacerdócio dos fiéis, que designa a santificação
do mundo como vocação do povo de Deus como tal, isto é, de todos os que podem
ser chamados de “leigos” (em grego, laós = povo; nesse sentido, também os
membros da hierarquia são “leigos”!). Como o sacerdote santifica a oferenda,
assim todos os que levam o nome cristão devem santificar o mundo pelo exercício
responsável de sua vocação específica, na vida profissional, no empenho pela
transformação da sociedade, na humanização, na cultura etc. Tal “sacerdócio dos
fiéis” não entra em concorrência com o sacerdócio ministerial, pois este é o
serviço (“ministério”) de santificação dentro da comunidade eclesial, aquele é
a missão santificadora da Igreja no mundo, como tal. O sacerdócio dos fiéis
significa que a Igreja, como comunidade, e todos os fiéis pessoalmente, em
virtude de seu batismo, recebem a missão de santificar o mundo, continuando a
obra de Cristo. (Pe. Johan Konings, sj)
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 14,1-12
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: ”Não se
perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa de
meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar
um lugar para vós e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos
levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. E, para onde
eu vou, vós conheceis o caminho”. Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos
para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis, conheceríeis
também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. Disse Felipe: “Senhor,
mostra-nos o Pai, isso nos basta!” Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou
convosco, e não me conheces, Felipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu
dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em
mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai, que,
permanecendo em mim, realiza as suas obras. Acreditai-me: eu estou no Pai e o
Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. Em
verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e
fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai”. - Palavra da Salvação.
Comentário: O imperativo de Jesus –
"Que o coração de vocês não se perturbe!" – sublinha a situação dos
discípulos, tomados de medo, quando o Mestre anunciou-lhes estar próxima a sua
partida. O medo está na raiz da imobilidade. Os medrosos recusam-se a agir e a
buscar vias de saída. São levados a esconder-se, a fugir, a evitar o confronto
com a realidade. Era preciso reverter, urgentemente, o sentimento que
despontava no coração dos discípulos. Eles já começavam a apavorar-se diante do
que lhes estava sendo revelado. As palavras do Mestre havia-os pego de surpresa,
pois não percebiam para onde estavam sendo conduzidos. Por conseguinte, foram
tomados de pavor quando perceberam o que efetivamente se lhes descortinava no
horizonte. No mundo bíblico, o coração é carregado de simbolismo. É considerado
como a sede dos sentimentos, do desejo, da razão, da decisão da vontade.
Portanto, o centro da ação dos discípulos é que se encontrava afetado. Daí o
risco de ficarem reduzidos à inatividade. Com o coração perturbado, sentiam-se
incapazes de agir. Só havia um caminho para superar o medo: dar crédito à
palavra de Jesus. Sua morte deveria ser entendida como etapa do processo de
preparação de um lugar para os discípulos, na casa do Pai. Se quisessem viver a
comunhão plena com Jesus e o Pai, seria necessário lançar-se à ação. E o
"Caminho" já lhes havia sido indicado! (Padre Jaldemir Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
Foto retirada da internet
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