11ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio comum dos santos - Ofício da memória
Cor: Branco - Ano “A” Mateus
Memória: SÃO LUÍS GONZAGA - Religioso
Antífona: Salmo 23,4.3 O homem de coração puro e mãos
inocentes é digno de subir à montanha do Senhor e de permanecer em seu
santuário.
Oração do Dia: Ó Deus, fonte dos dons
celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável
pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na
penitência, se não o seguimos na inocência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
Primeira Leitura: 2ª Carta de São
Paulo aos Coríntios 9,6-11
Irmãos, “quem semeia pouco colherá também pouco e quem
semeia com largueza colherá também com largueza”. Dê cada um conforme tiver
decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá
com alegria”. Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para
que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda
obra boa, como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua
justiça permanece para sempre”. Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará
o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os
frutos da vossa justiça. Assim, ficareis enriquecidos em tudo e podereis
praticar toda espécie de liberalidade, que, através de nós, resultará em ação
de graças a Deus. - Palavra do Senhor.
Comentário: “Deus ama a quem dá com
alegria” (v.7). Dar, dar-se é o “trabalho” da Trindade: doação total, contínua,
na alegria plena, de que nossas pequenas alegrias são um pálido reflexo. Muitas
das tragédias pequenas ou grandes, conhecidas ou anônimas, que envolvem
continuamente o mundo, são no fundo lutas para roubar uma pequenina migalha de
alegria aparente, posta quiçá no dinheiro, no prazer ou no poder. Quer-se
tomar, sobretudo “tomar para si”. Ao contrário, diz-nos a Escritura que a
alegria está em dar, em dar-se. Dando, enriquecemo-nos. É uma alegra economia,
que não está descrita em nossas cotações de bolsa ou nos boletins das
transações comerciais, mas que acaba por dar a todos um valor, embora em outro
plano. A Bíblia nos apresenta novo modelo de desenvolvimento, que não teme
recessões nem inflações. Mas exige de cada um de nós e de nossa sociedade uma
mentalidade de administradores, não de senhores dos bens (materiais e
espirituais). (Missal Cotidiano)
Salmo: 111, 1-2. 3-4. 9
(R. 1a)
Feliz aquele
que respeita o Senhor!
Feliz o homem que
respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte
sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos! Haverá glória e riqueza em
sua casa, e permanece para sempre o bem que fez. Ele é correto, generoso e
compassivo, como luz brilha nas trevas para os justos. Ele reparte com os
pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua
glória e seu poder.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6,1-6.16-18
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai
atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes
vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que
está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de
ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados
pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao
contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a
tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o
que está oculto, te dará recompensa. Quando orardes, não sejais como os
hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças,
para serem vistos pelos homens. Em verdade, vos digo: eles já receberam a sua
recompensa. Ao contrário, quando tu orares, entra no teu quarto, fecha a porta,
e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te
dará a recompensa. Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os
hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão
jejuando. Em verdade, vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém,
quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam
que estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o
que está escondido, te dará a recompensa. - Palavra da Salvação.
Comentários:
O
verdadeiro espírito de conversão quaresmal é aquele de quem não busca
simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras pessoas para conseguir a
sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas sim aquele que encontra
a sua motivação no relacionamento com Deus e busca superar as suas
imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter uma vida mais
digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas com a graça
batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras pessoas um
templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão ou da irmã
que se encontram feridos na sua dignidade. (CNBB)
A
piedade judaica valorizava, de maneira especial, três práticas: a esmola, a
oração e o jejum. Cada uma apontava para um tipo diferente de relação. A esmola
indicava a relação de misericórdia com o próximo, cujas necessidades se tentava
remediar. A oração expressava a relação amorosa com Deus, com quem se procurava
estar em contínuo diálogo. O jejum se colocava no nível da relação do indivíduo
consigo mesmo e consistia na busca do domínio dos instintos e das paixões, de
modo a preparar para uma relação cada vez mais correta com Deus e com o
próximo. O discípulo de Jesus não estava dispensado destas práticas tradicionais
de piedade. Elas se mantinham válidas quando sua finalidade era garantida.
Entretanto, havia no tempo de Jesus quem desvirtuasse seu sentido e se servisse
delas para alimentar seu espírito de vanglória. Jesus tentou precaver seus
discípulos desta deturpação da piedade, ensinando-lhes a discrição. Mostrar-se
piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, era inútil e revelava uma
motivação hipócrita. A inutilidade resultava da obtenção de louvores por parte
dos admiradores, dispensando assim a recompensa divina. A piedade, neste caso,
não atingia seu objetivo. Pelo contrário, quando praticada no escondimento e de
maneira discreta, a piedade era observada apenas pelo Pai, de quem proviria a
verdadeira recompensa. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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