Festa: Transfiguração do Senhor
Primeira Leitura: Profecia de Daniel
7,9-10.13-14
Eu continuava
olhando até que foram colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou
lugar. Sua veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu
trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa.
Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de
milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o tribunal
e os livros foram abertos. Continuei insistindo na visão noturna, e eis que,
entre as nuvens do céu, vinha um como filho do homem, aproximando-se do Ancião
de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. Foram-lhe dados poder, glória e
realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder
eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá. - Palavra do Senhor.
Comentário: O autor mostra agora o
mistério que governa e julga a história: O Ancião é o próprio Deus, cercado por
seus anjos, mediadores de sua ação na história. Os livros, onde são registradas
as ações dos homens, são abertos: começa o julgamento. A fera julgada é a
quarta, símbolo do império de Alexandre e, principalmente, de Antíoco IV. O
misterioso filho do homem é uma personificação do povo fiel, que recebe de Deus
o reino que durará para sempre. O Novo Testamento vê Jesus, o instaurador do
Reino de Deus, como esse misterioso filho de homem que vem do céu. O livro de
Daniel surgiu num tempo de muitas dificuldades para o povo de Deus: trata-se do
período dos Macabeus (II século a.C.), quando os judeus eram oprimidos pela
dominação selêucida De Antíoco IV Epífanes. O livro quer mostrar, portanto, o
conflito entre o povo de Deus e o imperialismo, para daí tirar importantes
lições. O autor emprega uma linguagem que para nós parece muito estranha, pois
é cheia de símbolos, imagens e figuras cuja compreensão não atingimos à
primeira vista. Trata-se de um modo de escrever chamado apocalíptico, próprio
para tempos difíceis. Esse gênero literário nasceu praticamente com Daniel, e
estava muito em voga na época do Novo Testamento. Trata-se de uma comunicação
alternativa, compreendida e assimilada somente por quem sofre na pele as consequências
da opressão. O principal objetivo desse modo de escrever é animar as
comunidades para a resistência diante dos poderes tiranos, como o imperialismo
selêucida. (Deus Único)
Salmo: 96(97),1-2.5-6.9
(R. 1a.9a)
Deus é Rei,
é o Altíssimo, muito acima do universo
Deus é Rei! Exulte
a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no
seu trono, que se apoia na justiça e no direito. As montanhas se derretem como
cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça,
todos os povos podem ver a sua glória. Porque vós sois o Altíssimo, Senhor,
muito acima do universo que criastes, e de muito superais todos os deuses.
Segunda Leitura: Segunda Carta de São
Pedro 1,16-19
Caríssimos: Não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas
sim, por termos sido testemunhas oculares da sua
majestade. Efetivamente, ele recebeu honra e glória
da parte de Deus Pai, quando
do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela
voz que dizia: "Este é o meu Filho
bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer".
Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo. E assim se nos tornou ainda mais firme a palavra da profecia, que
fazeis bem em ter diante dos olhos, como lâmpada
que brilha em lugar escuro, até clarear o dia
e levantar-se a estrela da manhã em vossos corações.
- Palavra do
Senhor.
Comentário: Para falar sobre a vinda
gloriosa de Jesus Cristo, os falsos mestres da época arquitetavam teorias
complicadas e sem fundamento. Os apóstolos, ao contrário, transmitem fatos que
viram com os próprios olhos. O versículo 17 alude à transfiguração de Jesus. Os
profetas do Antigo Testamento, que anunciavam a glória do Messias, não se
fundamentavam numa visão pessoal e subjetiva; o testemunho deles era expressão
do que Deus queria comunicar aos homens através do Espírito. (Deus Único)
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 17,1-9
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e
João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado
diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas
como a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então
Pedro tomou a palavra e disse: "Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres,
vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para
Elias". Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu
com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: "Este é o meu Filho amado, no
qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!" Quando ouviram isto, os
discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. Jesus se
aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, e não tenhais medo”. Os
discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus.
Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta
visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”. - Palavra da Salvação.
Comentário: Pedro, Tiago e João, os mais
destacados do grupo dos discípulos, tiveram o privilégio de “ver” a glória do
Messias, antecipada na cena da transfiguração. Este estava destinado a ser
glorificado por Deus, e revestido de imortalidade divina. O episódio evangélico
está todo envolvido pela presença divina. O monte, para o qual Jesus e seus
discípulos se dirigiram, simboliza o lugar da presença e da comunicação
divinas. Dirigiram-se para o alto monte, porque o ser humano deve elevar-se
para poder contemplar a manifestação da glória divina. O rosto de Jesus,
“brilhante como o sol”, apontava para a glória dos justos no reino do Pai.
Igualmente, o esplendor luminoso de suas vestes. A presença de Moisés e Elias
indicava que as Escrituras – Palavra de Deus – estão todas centradas na pessoa
de Jesus. Tudo quanto Deus havia falado a seu povo eleito tinha sido em função
do seu Filho amado. Moisés e Elias evocavam o monte Sinai, lugar da
manifestação de Deus, onde ambos estiveram. O auge da presença divina revela-se
quando uma nuvem luminosa envolveu Jesus, e a voz celeste se fez ouvir: “Este é
o meu filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz!”. Assim, os
discípulos estavam em condições de compreender a verdadeira identidade de
Jesus, na sua condição humana e divina. Este seria um dado importante para quem
haveria de ver o Mestre tornar-se vítima da incompreensão das lideranças
religiosas do povo. (Padre Jaldemir
Vitório/Jesuíta)
Transfiguração do Senhor - Festa - 06 de agosto
Fonte: CNBB - Missal Cotidiano (Paulus)
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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia
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obrigado.
Como os chefes do povo estavam procurando qualquer motivo para acusar Jesus, se Pedro, Thiago ou João contassem o que viram Jesus poderia ser acusado de invocar os mortos pois estava conversando com Moisés. Depois da ressurreição poderiam contar pois não haveria mais maneira de atingir Jesus
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