“Ser
batizado significa ser chamado a difundir a luz da esperança de Deus neste
mundo sem esperança”.
Francisco começou sua reflexão recordando que nos tempos
modernos praticamente desapareceu o fascínio pelos antigos ritos do Batismo,
assim como alegorias que tinham um grande significado para o homem antigo, como
a orientação das Igrejas para o Oriente, “local onde as trevas eram vencidas
pela primeira luz da aurora, o que nos remete a Cristo”, "que nos vai
trazer do alto a visita do Sol nascente."
Permanece intacta em seu significado no entanto – observou o
Papa – “a profissão de fé feita segundo a interrogação batismal, que é própria
da celebração de alguns sacramentos”.
Mas, o que quer dizer “ser cristãos?”, pergunta. “Quer dizer
olhar para a luz, continuar a fazer a profissão de fé na luz, mesmo quando o
mundo é envolvido pela noite e pelas trevas”:
“Nós somos aqueles que acreditam que Deus é Pai: esta é a
luz! Acreditamos que Jesus desceu entre nós, caminhou em nossas próprias vidas,
tornando-se companheiro especialmente dos mais pobres e frágeis: esta é a luz!
Nós acreditamos que o Espírito Santo age incansavelmente para o bem da
humanidade e do mundo, e até mesmo as maiores dores da história serão
superadas: esta é a esperança que nos desperta todas as manhãs! Acreditamos que
cada afeto, cada amizade, cada desejo bom, cada amor, até mesmo aqueles mais
momentâneos e negligenciados, um dia encontrarão o seu cumprimento em Deus:
esta é a força que nos impulsiona a abraçar com entusiasmo a nossa vida todos
os dias!”
O Papa recorda então outro sinal “muito bonito da liturgia
batismal, que nos recorda a importância da luz”, que é quando ao final do rito
é entregue aos pais da criança - ou ao adulto batizado - uma vela, cuja chama é
acesa no Círio Pascal.
O Círio Pascal que na noite de Páscoa entra na igreja
completamente escura, para manifestar a Ressurreição de Jesus:
“Daquele Círio – explica Francisco – todos acendem a própria
vela e transmitem a chama aos vizinhos: neste sinal existe a lenta propagação
da ressurreição de Jesus na vida de todos os cristãos. A vida da Igreja é
contaminação de luz”.
O Santo Padre reitera então a importância de sempre
recordarmos de nosso Batismo, explicando:
“Nós nascemos duas vezes: a primeira à vida natural, a
segunda, graças ao encontro com Cristo, na fonte batismal. Ali somos mortos
para a morte, para viver como filhos de Deus neste mundo. Ali nos tornamos
humanos como nunca poderíamos ter imaginado. Eis porque todos devemos espalhar
a fragrância do Crisma com o qual fomos marcados no dia do nosso Batismo. Em
nós vive e opera o Espírito de Jesus, o primogênito de muitos irmãos, de todos
aqueles que se opõem a inevitabilidade das trevas e da morte”.
“Que graça – exclama Francisco – quando um cristão torna-se
realmente um “cristóforo”, um “portador de Cristo” no mundo!”, sobretudo “para
aqueles que estão atravessando situações de luto, de desespero, de trevas e de
ódio”, e isto pode ser percebido por tantos pequenos gestos:
“Da luz que um cristão traz nos olhos, da profunda
serenidade que não é afetada mesmo nos dias mais complicados, pelo desejo de
recomeçar a querer bem mesmo quando se tenha experimentado muitas decepções”.
“No futuro – pergunta o Papa ao concluir sua reflexão - quando for escrita a história do nosso dia, o
que se dirá de nós? Que fomos capazes de esperança, ou que colocamos a nossa luz debaixo do alqueire? Se
formos fiéis ao nosso Batismo, propagaremos a luz da esperança de Deus e
poderemos passar para as gerações futuras razões de vida”.
Ao saudar os peregrinos em língua portuguesa, o Papa
Francisco citou, em particular, os membros da Fraternidade dos “Irmãozinhos de
Assis” presentes.
“Ser batizados - disse o Papa– significa ser chamado à
Santidade. Peçamos a graça de poder viver os nossos compromissos batismais como
verdadeiros imitadores de cristo, nossa esperança e nossa paz”. (JE)
Papa Francisco
Fonte: Rádio Vaticano
Foto retirada da internet
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