“Quando
vamos à Missa é como se fôssemos a um Calvário. (...) Cada celebração da
Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado”.
Na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco deu
prosseguimento ao ciclo de catequeses sobre a Missa, falando sobre a “Missa, memorial
do mistério pascal de Cristo”.
Mas, essencialmente, o que é a Missa?
“A Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo. Ela nos
torna partícipes na sua vitória sobre o pecado e a morte e dá significado pleno
a nossa vida” - respondeu - ressaltando, que para compreender o seu valor,
devemos antes de tudo entender o significado bíblico de “memorial”. E explicou:
“Este não é somente a recordação – o memorial não é somente
uma recordação - não é somente uma recordação dos acontecimentos do passado,
mas o memorial os torna de certo modo presentes e atuais. Precisamente assim
Israel entende a sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os
acontecimentos do Êxodo tornam-se presentes na memória dos fiéis para que
conformem a própria vida a eles”.
“Jesus, com sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao
Céu, levou a Páscoa ao seu cumprimento”, completou.
Assim, a Missa “é o memorial da sua Páscoa, de seu “êxodo”,
que realizou por nós, para nos fazer sair da escravidão e nos introduzir na
terra prometida da vida eterna. Não é somente uma recordação, não, é mais do
que isto: é fazer presente o que aconteceu há 20 séculos”.
Assim, “a Eucaristia nos leva sempre ao ápice da ação de
salvação de Deus: o Senhor Jesus, fazendo-se pão partido por nós, derrama sobre
nós toda a sua misericórdia e o seu amor, como fez na cruz, renovando o nosso
coração, a nossa existência e o nosso modo de nos relacionarmos com Ele e com
os irmãos":
“Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem
ocaso que é Jesus ressuscitado. Participar da Missa, em particular no domingo,
significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz,
aquecidos pelo seu calor. Por meio da celebração eucarística, o Espírito Santo
nos torna partícipes da vida divina que é capaz de transfigurar todo o nosso
ser mortal. Na sua passagem da morte à vida, do tempo à eternidade, o Senhor Jesus
nos leva com Ele para fazer a Páscoa. Na Missa se faz Páscoa. Nós, na Missa,
estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele nos leva para frente, para a vida
eterna. Na Missa nos unimos a Ele. Antes ainda, Cristo vive em nós e nós
vivemos n’Ele (...). Assim pensava São Paulo”.
O seu sangue – completa o Santo Padre – “nos liberta da
morte e do medo da morte”:
“Nos liberta não somente do domínio da morte física, mas da
morte espiritual que é o mal, o pecado, que toma conta de nós cada vez que
caímos vítima do pecado nosso ou dos outros. E então a nossa vida é sujada,
perde a beleza, perde o significado, esmorece”.
Cristo, pelo contrário “nos dá a vida novamente; Cristo é a
plenitude da vida, e quando enfrentou a morte, a aniquilou para sempre”:
“A Páscoa de Cristo é a vitória definitiva sobre a morte,
porque Ele transformou a sua morte em supremo ato de amor. Morreu por amor. E
na Eucaristia, Ele quer nos comunicar este seu amor pascal, vitorioso. Se o
recebemos com fé, também nós podemos amar verdadeiramente Deus e o próximo,
podemos amar como Ele nos amou, dando a vida”.
E “se o amor de Cristo está em mim – sublinhou o Papa –
posso doar-me plenamente ao outro, na certeza interior de que mesmo que o outro
me fira, eu não morrerei. Caso contrário, deverei defender-me”:
“Os mártires deram a sua vida justamente por esta certeza da
vitória de Cristo sobre a morte. Somente se experimentamos este poder de
Cristo, o poder de seu amor, somos realmente livres para nos doar sem medo”.
E esta é a Missa – enfatizou o Papa - entrar nesta paixão,
morte, ressurreição, ascensão de Jesus:
“E quando vamos à Missa é como se fôssemos a um Calvário, é
a mesma coisa. Mas pensem: se vamos ao Calvário - pensemos usando a imaginação
- naquele momento, nós sabemos que aquele homem ali é Jesus. Mas, nós nos
permitiremos ficar conversando, tirar fotografias, fazer um pouco o espetáculo?
Não! Porque é Jesus! Nós, certamente estaremos em silêncio, no choro, e também
na alegria de sermos salvos. Quando nós entramos na Igreja para celebrar a Missa,
pensemos isto: entro no Calvário, onde Jesus dá a sua vida por mim, e assim
desaparece o espetáculo, desaparecem as conversas, os comentários, e estas
coisas que nos distanciam disto que é tão bonito que é a Missa, o triunfo de
Jesus”.
Penso que agora esteja mais claro – disse Francisco ao
concluir – como a Páscoa nos torna presente e atuante cada vez que celebramos a
Missa, isto é, o sentido de memorial”. (JE)
Fonte: Rádio
Vaticano - Audiência Geral
Foto retirada da internet
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