Primeira Leitura: Dt 4,1-2.6-8 - Sl 14,2-3ab.3cd-4ab.5
(R. 1a) - Segunda Leitura: Tg 1,17-18.21b-22.27 - Evangelho: Mc
7,1-8.14-15.21-23
Conservar ou mudar?
Desde o início de sua vida pública, Jesus afirma sua
independência frente às tradições judaicas de seu tempo. Isto se torna mesmo um
dos pontos de atrito e de contraste entre ele e o judaísmo farisaico. Se, de um
lado, Jesus afirma que a Lei e os profetas não devem ser abolidos, mas
cumpridos (Mt 5,17), por outro, trava luta cerrada contra certas
"tradições dos antigos", resultado de preocupação meramente humana e
que ameaçam anular a Lei (evangelho).
A lei esclerosada
Por causa desta polêmica de Jesus contra o farisaísmo
mesquinho, terminou-se por dar a este termo, originariamente sinônimo de
piedade e perfeição, o significado de hipocrisia, observância exterior sem
convicções. No entanto, é uma injustiça para com as pessoas que nas suas
intenções e na sua origem eram sinceras.
Cristo tem amigos entre os fariseus. Paulo mesmo é um deles.
Severos cumpridores das observâncias numa época de grande influência pagã,
tinham sido eles os salvadores da alma do povo. Para preservar essa alma, os
fariseus haviam atenuado extraordinariamente as expectativas e esperanças messiânicas, consideradas
politicamente perigosas; acentuaram, ao contrário, as práticas cultuais,
dando-lhes a precedência sobre os deveres da fraternidade humana e da justiça social.
O apego à Lei, que deu grande destaque ao judaísmo (I
leitura), e que, em mais de um caso, foi motivo da salvação de Israel,
comportava, porém, graves perigos. Ao colocar no mesmo plano todos os
preceitos, religiosos e morais, civis e cultuais, entregando-os às sutilezas
casuísticas, o culto da Lei terminava por impor um jugo impossível de carregar
(Mt 23,4; At 15,10). De sinal de aliança e liberdade, a lei se tornava cadeia
de escravidão. Um segundo perigo, ainda mais grave e radical, era o de basear a
"justiça do homem" perante Deus não na graça e na iniciativa divina,
mas na obediência aos mandamentos e na prática das boas obras, como se o homem
fosse capaz de se salvar sozinho.
Uma tentação que renasce
O farisaísmo e o formalismo não são uma atitude concernente
só ao passado, mas uma tentação que renasce continuamente, até entre as pessoas
e as instituições que começam com as mais puras e retas intenções.
Uma maneira de pensar farisaica tentou bloquear o dinamismo
missionário da Igreja primitiva. Foi necessária a rude energia de Paulo e a
convocação do primeiro concílio de Jerusalém, para que a comunidade primitiva
pudesse libertar-se das normas que os judaizantes queriam impor.
Ainda hoje pode haver, no seio da Igreja, uma maneira de
agir farisaica: pode-se exagerar e absolutizar a legalidade, o preceito, a
exterioridade; pode-se também hoje viver um cristianismo legalista, exterior,
superficial, mais preocupado em obedecer passivamente às normas recebidas do
que em dar uma resposta pessoal e responsável aos chamados de Deus e aos apelos
dos irmãos. Corremos o risco de ser fariseus também quando não distinguimos o
essencial do evento cristão na história das diversas formas históricas e
culturais em que ele se manifesta, encerrando em nossas categorias humanas a
inapreensível ação do Espírito, procurando manter sob o jugo da Lei os que dela
foram libertados pela morte de Cristo. Caem sob esta acusação algumas
resistências à renovação conciliar, alguns injustificados alarmes diante dos esforços
de aggiornamento em campo litúrgico, pastoral e eclesial. Uma mal entendida
fidelidade à tradição, que se manifesta em oposição a toda forma de renovação,
é índice de esterilidade espiritual. Pelo contrário, a fidelidade ao Espírito é
uma fidelidade dinâmica, não passiva, conquistadora, não apologética,
missionária, não fechada em si mesma.
Tensão libertadora dos jovens
Os jovens são um elemento ativo dessa dinâmica de
transformação de estruturas e tradições inadequadas. Os jovens percebem em
geral, consciente e naturalmente, a possibilidade de abdicação do passado e de
abertura para um futuro mais humano; isto é uma profecia para uma sociedade
farta e satisfeita consigo mesma; sua crítica construtiva tem por função
libertar continuamente de um modo esclerosado de viver os valores, para aderir
em profundidade a eles, sem nunca absolutizar o que passa. Eles possuem também
fantasia e utopia suficientes para acelerar bastante as mudanças, ou a revisão
de usos, costumes e relações de dependência, de modos de conduzir a comunidade.
A força dos jovens impele uma comunidade para o futuro.
Fonte: Missal Dominical
(Paulus)
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